11 de abril de 2019
Deixe-me ir, por favor!
É só o que te peço…
Que me deixe!Ele não existe para mim, não.
Eu quero ver o sol ficando azul (triste).
Leve-me para o telhado e deixe-me lá em cima,
Desculpe-me, mas você não pode me salvar agora.Apenas me leve.
Atire-me,
E deixe-me!Você teve, teve um, teve dois ou três.
Desculpe, eu já nem sei mais,
Mas você sabe que não pode chegar mais até mim.
Apenas deixe-me ir.
E todos os dias déjà vu.
Eu não me sinto bem,
Me sinto distante, perdido, disperso.
Perdido em tantos sentidos, de tantos “tantos faz”.Largue-me aqui!
E vá embora, como sempre fez.Cheio de dores, de fissuras que sangram.
Desculpe-me.
Você não pode me salvar.
São dores de anos, de batalhas perdidas, você não compreende, nunca irá entender.
Sufocado, sem ar, alfinetado com dor, sofro...
Por ter a minha pele saborizada pelas lágrimas que deixei cair, escorrer sobre mim.Solte-me!
Ele não existe, não existe.
Ele não é infinito, não é.
Ele é impossível.
Ele não existe.
Não aqui.
Não comigo… mas talvez aí.
Por isso deixe-me ir, o céu está azul à minha espera.
Desculpe-me, mas você não pode e não quer mais me salvar.Abandone-me e vá embora…
Como sempre tem feito.Viva e sobreviva, ele existe para você, sabe que é verdade.
Em vida tens as provas disso.
Na vida tens vivido isso.
E eu tenho tentado tanto e em meio aos cacos de vidro rasgado fiquei.
De todas as rosas entregues, espinhos a me perfurar.Deixe-me!
Largue-me!
Solte-me!O céu está azul, desculpe!
Sob o telhado estou.
E se você precisar de mim?
Desculpe, mas o destino te tem em outra vida e não na minha.Triste.
Escuro.
Dolorido.
Ferido.
Deixado.
Trocado.
Esquecido…Boneco de pano, para brincar, desmanchando.
Deixado sob o telhado para envelhecer.
Ali ficar e no fim desaparecer, olhando para o céu, perfurado.
Ali deixado, pois ele não foi feito para ser amado.
Magia da cura… mas o amor não o escolheu.
Um boneco.
Um brinquedo.Fui deixado para trás, para ser esquecido.
Sem os botões e olhando aqui de cima te digo adeus.
Até nunca mais.
Aqui fica minha última essência,
O amor não está para todos.
As portas se fecham.
Os olhos se fecham.
A luz se vai.
FIM.
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O MENINO CARLOS
RomanceHistória de um sentimento platônico entre duas almas gêmeas, que se encontram amigos.