O MENINO CARLOS

SENTIMENTOS

O velho clichê de amar a quem não pode e não quer corresponder aos seus sentimentos é tão comum que chega a ser imbecil sentir, querer que tudo que sentes seja retribuído.

Ele surgiu amor e tornou-se um amigo, que despertou os mais profundos e verdadeiros sentimentos que um dia pudera sentir por alguém, os quais você se questionava, que não sabia se ao certo eram compreensíveis, mas mesmo assim deixou fluir e a água da fonte jorrou, deixou-se cultivar e as raízes ficaram profundas. Agora um mero deslize é razão para a abertura de uma cicatriz, uma hemorragia de emoções que não se pode estancar, e o doce sabor da morte muitas vezes se torna convidativo aos teus olhos secos que choraram noites após noites.

O pecado que nunca quis fazer acontecer, mas a vida que assim me fez permitiu na escrita desta minha história apegar-me a tais pessoas como você Carlos, que de tantos os que se foram, você conheceu a minhas outras faces e ficou, porém na minha cabeça originou-se uma guerra de dúvidas que a cada instante perfuram os meus sonhos a noite, elas não me deixam dormir.

Será que ele ficou por pena?
Será que está brincando comigo?
O que ele quer é me ver sofrendo? Tantas são elas que se eu me permitir ficar em devaneios não deixaria a minha cama, não iria querer avistar o dia, pois o frio da noite se tornou acalentador. E na minha insignificante existência iria esquecer de que sou importante para alguém, de que sou o motivo do sorriso de uma pessoa. Mas o que sinto tem tornado esses sentidos sem significado algum.

Ora me conforta só por tê-lo.
Ora me martiriza por não tocá-lo.
Ora eu sorrio por tê-lo amigo.
Ora choro por não poder tê-lo como namorado.

Enquanto ainda vida em mim existir irei amá-lo.
Enquanto meu sangue pulsar em minhas veias irei amá-lo.
Enquanto ainda puder suportar minhas dores eu irei amá-lo.

Eu irei, mesmo que ele diga que será preciso esquecê-lo, no fim eu o amarei para sempre O MENINO CARLOS.