v i n t e e s e t e

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Adrian

Hoje é sexta feira, e o sinal acabou de tocar informando o fim das aulas na semana. Quase não vi Chloe hoje, apenas na entrada e seguimos para nossas aulas, que coincidentemente não caíram iguais em nenhum horário. Saio apressado da sala de literatura, e corro para a de inglês, onde ela está. Não espero Jonas, e nenhum dos outros e nenhum dos meus amigos, mas só ouço de longe Oliver gritar:

— Homem apaixonado é foda!

Solto uma risada e sigo para a sala dela.

Assim que chego na porta, vejo Chloe de costas colocando suas coisas na mochila. Zoe está ao seu lado tagarelando como sempre, e quando me vê encostado na batente da porta, para de falar e me lança um sorrisinho, e logo cochicha algo para a minha namorada. Chloe se vira na minha direção, e sorri abertamente, refletindo um sorriso no meu rosto. Ela termina de arrumar suas coisas, e coloca a mochila nas costas, falando mais alguma coisa apressada para Zoe, e logo vindo na minha direção.

— Ei! — ela diz e me abraça pelo pescoço.

— Oi. Quase não te vi hoje, então tenho uma surpresa. — digo, sondando sua reação.

Ela franze o cenho, e me encara desconfiada, depois que solta o meu pescoço.

— Que surpresa?

— Bom, você só vai saber quando a gente chegar lá.

— Tudo bem... Então vamos agora?

— Não. Passo na sua casa pra te buscar às 18 horas.

— Mas hoje é o dia que eu vou na casa da Zoe.

Ah. Tinha me esquecido que todas as sextas elas iam pra casa uma da outra fazer coisas que eu realmente não sei o que são. Merda.

— Eu te garanto que você não vai se arrepender.

Ela me encara por alguns segundos, medindo qual seria a melhor opção. Por fim, cerra os olhos e me encara.

— Tudo bem, mas eu vou na casa da Zoe de qualquer forma, porque meus pais não sabem da gente ainda.

Meu sorriso vacila, no entanto. Ela não ter contado aos pais ainda me faz sentir como se estivesse fazendo algo errado, proibido. Porém, não deixo a situação transparecer na minha expressão, e rapidamente sorrio de volta.

— Ótimo! Passo na casa dela pra te buscar às 18 então. Tudo bem?

— Sim! — Ela me abraça novamente e eu aperto sua cintura, não querendo ficar um centímetro longe dela. — Eu queria muito te beijar agora. — sussurra.

Sorrio de lado e fito seus lábios.

— Sentimento recíproco.

Sorrimos em cumplicidade, e logo nos separamos para seguir pelo corredor de mãos dadas em direção a entrada do colégio. Quando o ar quente de Woodland atinge o meu rosto, forço os olhos por conta do sol. Sorrio disfarçadamente, pois tenho certeza que meus planos com Chloe não poderiam ter sido em dia melhor.

— Vou te levar pra casa hoje. — digo.

— Não precisa, Adrian.

— Não, eu te levo. Vamos conversando enquanto isso. A gente praticamente não se viu hoje. Me conta como você está.

Ela suspira.

— Cansada, talvez. Com as provas começando semana que vem, ninguém está cem por cento bem.

— Nem me fale. Inclusive poderíamos estudar juntos na segunda, o que acha?

— Acho que seria bom, até porque você é melhor do que eu em cálculo.

Rio.

— E você melhor do que eu em biologia.

— É, acho que seria bom a gente estudar na biblioteca, segunda. — conclui.

Andamos mais alguns passos de mãos dadas, e me lembro de algo importante.

Pigarreio e me volto para ela.

— Meu pai vai dar um jantar em casa para apresentar a nova namorada, e pensei que você poderia ir comigo.

Ela volta os olhos do chão para mim, e entreabe a boca.

— Mas o seu pai não pareceu gostar muito de mim...

— Isso não importa, mas sim, você estar lá comigo. Não é o melhor lugar, mas com você lá eu seria capaz de passar a noite toda.

— E quando seria?

— Esse final de semana.

— Mas já? — ela desvia o olhar.

— Sim, por quê?

— Adrian, o que eu falaria pros meus pais? Eles teriam que saber pra onde eu estou indo.

Paro de andar.

— Chloe, acho que já está na hora de eles saberem. Eles não vão te sacrificar por isso, a gente se ama. — coloco uma mecha do seu cabelo castanho claro atrás da orelha e fito seus olhos verdes.

— Eu sei... Mas eu nunca estive com um garoto antes, sabe? Não sei como eles reagiriam ao primeiro.

— Eu entendo, mas fale com eles o quanto antes, até porque isso priva a gente de fazer qualquer coisa fora da escola. — Acaricio o seu rosto, e ela o inclina na direção da minha palma. Ela estava tão linda hoje.

Realmente eu virei um cara apaixonado.

Meloso.

Pegajoso, talvez, mas o que eu poderia fazer se com ela eu me sinto muito mais aberto?

— Eu vou. No jantar de amanhã eu vou falar com eles, mas e se eles não aceitarem, Adrian? A gente vai simplesmente... Terminar?

— Claro que não! - respondo de imediato. - Não, isso não vai acontecer, de qualquer forma, porque isso seria impossível.

Ela suspira.

— Tudo bem. Talvez a reação deles não seja tão ruim, e só estamos sendo precipitados. — diz ela.

Me aproximo mais de seu rosto, e fico à centímetros da sua boca, e antes de colar meus lábios no dela, digo:

— Sim, e olha, qualquer que seja a reação deles, eu não vou desistir tão fácil assim de você.

— Sim, e olha, qualquer que seja a reação deles, eu não vou desistir tão fácil assim de você

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