Capítulo Dezenove

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Seis meses depois

Quando somos crianças o pouco nos fazem feliz, ganhar um beijo ou um abraço de quem você ama e admira te faz feliz, é era assim que estava me sentindo hoje sentada na cama olhando os ponteiros do relógio rodar a cada segundo que se passava, aquele “tic tac tic tac”  só aumentava minha emoção. 8:00 Em ponto o despertador grita me fazendo bater com força nele e corre imediatamente para a porta da frente de casa, antes mesmo da campainha tocar abri a porta encontrando as pessoas que mais amo em toda terra, a gritaria e certeira e abraços e pernas e beijos voaram para cima de mim. É super real quando dizem que felicidade é contagiante, pois quem está feliz e passa essa felicidade em diante merece um prêmio de consolação!

Corri pela sala pulando no sofá em força histérica, todas riram e como sempre Jane ligou o som alto e a voz da Nicki Minaj cantando Anaconda vibrou pela cobertura, um som de rolha foi ouvido então champanhe rodeou a sala mas o que veio parar em minhas mãos foi uma garrafa d'água. É eu estava grávida e não podia beber por causa do meu filhote, mas isso não me impedia de fazer a festa com as minhas amigas, eu estava feliz, alegre e radiante pois era o dia do meu casamento, iria me unir perante Deus é meus familiares e todos que nós amamos, seria oficialmente a senhora Evans. Já estava aceitando isso muito bem, depois da surpresa do nosso bebê comecei a me ver como uma mãe, com a entrada de Benjamin foi tudo tão de repente que me sinto feliz finalmente. Futura mãe, futura dona da ONG, futura esposa do homem mais incrível e perfeito do mundo. Estava agindo como uma adolescente apaixonada que estava preste a encontrar seu príncipe? Sim, se envergonha disso? Não, de maneira nenhuma.

— Hoje é seu dia! — gritou Jane levantando um brinde — Um viva a toda poderosa!

Todas riram bebendo  de suas taças, minha mãe foi ate o som abaixando um pouco o volume e como uma lady que era bateu com delicadeza no cristal chamando a atenção de todos.

— Já que estamos brindando a esse dia tão especial não poderia deixar de falar um pouco sobre minha filha — ela sorriu delicadamente mirando aqueles olhos de cristal em mim — Ray, quando você apareceu em nossas vidas foi a luz enviada por Deus. Tínhamos acabado de enterrar nosso falecido bebê quando a encontrei, linda, tão pequena e frágil que não pude deixá-la naquelas condições, a trouxe para casa, cuidei de você alimentei, e dei todo meu amor que podia suportar — fungou elegantemente — Mas não foi fácil te criar, você com essa alma rebelde e alma livre me deu tanto trabalho. Mas sabe de uma coisa, não me arrependo de nada, nadinha. Nem da vez que colocou laxantes no bolche daquela festa ou quando vendeu todas as gravatas do seu pai por um dólar e dois pacotes de chocolates, mas essa é você. Eu te amo minha menina !

Um brinde foi feito com champanhe e minha taça de água mineral. O dia foi assim, muita música da Nicki Minaj  e risadas e brincadeiras o fotógrafo sempre registrando esses momentos aos quais ficariam guardados tanto em minha mente quanto em meu coração. Há meu vestido teve que ser reajustado por causa da barriguinha de seis meses que já apresentava ainda era aquela beleza em renda e decote fundo nas costas o que me alegrava, para a costureira eu era um milagre da gravidez.

Jane e Kate entram no quarto usando seus lindos vestidos rosa pêssego lindos de alças rendadas cada uma segurava uma caixinha preta, elas se sentaram ao meu lado e Kate soltou um longo suspiro seguido de uma risadinha.

— De todas que fossem se casar jurava que Jane seria primeiro — soltou rindo, virei meu rosto para nossa pequena elfa de cabelos verdes e o braço tatuado.

— Por que eu ? — resmungou com a expressão fechada.

— Até o ano passado você era a mais certinha — respondi colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha com piercing — Suas calcinhas tinham dias da semana e os sutiã nomes,  seu guarda-roupa era separado por cor, dia da compra e ocasião…

— Cada dia da semana você comia igual um hamster...— interrompeu Kate.

— Além de que nunca transaria casualmente — fiz aspas com os dedos — com Henry Campbell, e tem também…

— Tá Bom! — Exclamou rindo — Já entendi eu era uma completa doida, mas convenhamos como fui criada.

Soltava uma risada alta, era tão bom estar com as minhas amigas.

— Na realidade viemos aqui para selar algo muito importante — começou Kate — Como não pode tatuar, trouxemos isso.

Kate abriu a caixinha de veludo preta com três cordãozinhos de prata e logo Jane abre a dela revelando dois berloques um com o símbolo de Las Vegas o outro de coração e o terceiro era a linda Torre Eiffel.

— E assim que gente grande fazem pulseirinhas da amizade — Disse Jane rindo.

Cada uma vez uma pulseira colocando seus Berloques diferentes que indicava a personalidade. O final foi lindo e divertido, prendo a minha em meu pulso e as meninas nos delas. Amizades que vocês se comunicam com apenas um olhar se precisar dizer uma palavra eram sim verdadeira. Minha amizade com essas duas começou bem antes de Bruce e um pouco depois dos acontecimentos com Bárbara, elas me ajudaram a superar o trauma que ficou enraizado em minha alma e até hoje ainda consegue me assombrar as vezes.

— Hoje é um dia muito especial, Ray. Sua vida não foi fácil pequena, mas olhe para você está pronta para ser mãe, esposa, empresária e filantrópica.—Disse Jane com um sorriso — É quase um Tony Stark !

— Meu Deus Jane! — repreendeu Kate — O que a elfa quis dizer é que… Você conquistou tudo que sempre sonhou, constituir uma família, se casar, coisas que achava impossível de se realizar mas hoje estão a uma mão de distância. Temos orgulho de você!

— Eu amo vocês.

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Cinco horas depois o carro parava em frente a Basílica no centro de Manhattan, estava nervosa e ansiosa. Pela janela pude vê meu pai com Benjamin em uma luta para permanecer a gravata borboleta, sorri olhando para o menino. Depois do ocorrido Bruce cuidou para que Manny fosse preso e me garantiu que o homem não sairia nunca dá cadeia, as crianças que aquele homem explorava fora resgatada e levadas até nosso abrigo onde ganharam proteção, e com uma surpresa meu noivo conseguia cuidar de tudo sem se atrapalhar além de ser um excelente mentor para adolescentes, quem diria que Bruce poderia ajudar outras crianças. Meu avô participava quase sempre das atividades da ONG o que me deixava ainda mais tranquila em saber que ele estava pertinho de mim e não em outro país.

A porta se abriu e com a ajuda de Owen desci do carro recebendo os flashes das câmeras, subindo os degraus me concentrei em não tropeçar.

— Sei o que planejou para sua entrada, então viemos  lhe dá um beijo de boa sorte — Ouvi a voz do meu pai que vinha acompanhado do meu avô.

Sorria para ambos recebendo o carinho deles.

— Sempre te achei divertida e imprevisível minha neta — comentou vô Lúcio com um sorriso — Mas nos últimos anos tem me deixando perplexo.

— Acho que foi sua fé exagerada em mim vovô.

— Pode apostar que sim!

Ele riu e com mais um beijo ele é meu pai partiram entrando na igreja, olhei para o lado sorrindo e toda minha vida passou como um filme meio mal planejado, cortei as partes ruins e só deixei as boas e bem editadas rodando em minha mente; o jantar com Bruce, as preliminares que acabava em briga, o pedido de casamento e as férias na  França. Foram momentos tão incríveis e únicos em minha vida, todos guardados com carinho em meu coração.

Kate fez o sinal para mim e logo a música de Ed Sheeran cantando saiu pelos  altos falantes dando início à entrada das damas, parada na porta soltei um longo suspiro alisando minha barriga.

— Que você seja tão louco quanto sua mãe.

Como pedido, fumaça saltou pelos cantos e a voz incrível Earth Wind & Fire cantando Lest’s Groove  foi tão alto que fez meus ossos tremerem, rindo fiz minha pose Embalos dos Sábados a noite e entrei na igreja dançando. Esse era meu momento!

Ensina-me - Felizes para sempre?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora