Capítulo Dezoito

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Eu me sentia como se um carro alegórico tivesse passado por cima de mim várias e várias vezes, então isso significava que estava melhorando. Hoje receberia alta depois de sete dias deitada sobre essa cama, tinha até esquecido a função das minhas pernas, mas sei que estão esperando que eu diga algo sobre a gravidez, bom até eu ainda não consigo acreditar. Passei anos da minha vida acreditando e dizendo para mim mesma que nunca poderia ter filhos ou construir uma família, que era defeituosa e incompleta algo cruel para se pensar, mas quando se está em uma situação como a minha não levará isso em conta é o que sobra são apenas pensamento que afeta sua auto estima.

Passei dias, semanas, meses e anos me culpando por algo que não era minha culpa. Meus pais diziam que não era para abrir a porta para estranho ou até mesmo conhecidos, e mesmo assim eu abrir a porta naquele dia, deixei que entrasse em casa, meu pai dizia para não ficar sozinha em um local fechado com um homem, é mesmo assim deixei que entrasse em seu escritório e que fechasse a porta, minha mãe dizia para não aceitar convite de estranho e não entrar em carro de desconhecido é mesmo isso se aplicava a colegas, e mesmo assim naquela tarde entrei em seu carro. Voltava ao passado e me martirizava, apontava meus erros um por um, enquanto a minha consciência gritava dentro da minha cabeça um EU TE AVISEI! Inúmeras e inúmeras vezes. Ouvi tanto, "a culpa não é sua" "você foi a vítima" mas eu realmente era a vítima? Deixei que acontecesse, deixei que tudo aquilo se seguisse. É depois de tudo aquilo, a esperança de um dia ter uma família morreu, se apagou como uma brasa fraca, então conheci Bruce, nosso romance se acendeu mais rápido que imaginava, quando dei por mim estava entregue e completamente a sua mercê, ele me envolvia de uma forma que não sabia como explicar e a necessidade de estar em seus braços só aumentava o desejo de tê-lo completamente dentro de mim me preenchendo como só ele sabia ardia em meu centro, meu corpo pedia pelo seus beijos, seu toque rude porém apaixonado e sua voz rouca dizendo o quanto me desejava. Ele me queria mais do que eu o queria, é isso se tornava obsessivo. Sua possessividade em relação a mim, a nós me deixou apaixonada, estávamos prontos para dar o segundo passo, mas é agora? Estamos prontos para dar o terceiro? É isso realmente importa? Era tantas perguntas que eu me fazia que ficava zonza só de me imaginar como iria respondê-las, talvez eu não quisesse responder e permanecer em dúvida sobre o destino o que se seguiria a partir do momento em que dissermos "Eu aceito." Ninguém nasce pronto para ser pai ou mãe, não existe um manual que lhe ensine como criar e educar os filhos, como mostra-lo, digo pois minha mãe sempre foi tudo o oposto do que muitos diziam sobre ela, Claire Mitchell não pensava só em bolsas, maquiagens e festas, mas pensava em como poderia ser melhor para mim é assim foi lembro-me de uma vez em que estávamos em uma das festas da alta sociedade, tinha dez anos na época odiava os eventos sociais é por isso levei uns dos laxantes do vovô que coloquei no ponche que era servido situação; quase todos inclusive papai tiveram que corre para o banheiro é minha mãe me deu um belo corretivo em meio ao salão de festas.

— Por que está sorrindo? — perguntou, meu noivo ao entrar no quarto.

— Estava me lembrando de algumas coisas... já posso ir? — perguntei sentada na poltrona de frente para janela — Quero minha cama.

— Logo, a Dra.White já está assinado os papéis da alta. — Respondeu se abaixando na minha frente.

Ultimamente Bruce estava com uma mania de tocar minha barriga e sussurrar coisas, ele a olhava como se fosse a melhor coisa do mundo aliás era a melhor coisa do mundo.

— Como vamos chama-la? — disse olhando para mim.

— Por que insiste que é uma menina? — respondi rindo tocando em seu rosto.

— Porque os pais sabem das coisas... e eu digo — sentenciou — é uma menina, podemos chamá-la de Claire como sua mãe.

— Se tornará louca como ela — respondi em uma risada — Que tal Autumn, me lembra outono.

— Lindo... ouviu isso Autumn.. — ele disse com a voz baixa — Você nascerá no outono, nas estação favorita da sua mãe.

Soltei uma risadinha, logo a Dra. White entrou no quarto já com os papéis da alta e fez os últimos exames, se certificando que estava bem pude voltar para casa com um alívio em meu peito, finalmente tudo estava voltando a como era. Bruce encostou na porta do nosso prédio e logo se virou para mim e como de costume tomou meu rosto em nossos lábios se encontraram em um beijo que sempre me fazer tremer, sua língua brincava com a minha, o gosto de hortelã misturado seu gosto era alimento para minha libido, ele se afastou com uma promessa de que teríamos mais disso em breve.

— Vamos subir, e quando todos foram embora vamos fazer amor. Entendido?

— Sim.

Sempre no tom dominador, Deus, eu amava quando ele dizia assim seus olhos eram pura chama e seu toque deixava um rastro de luxúria que me dizia o quanto estava sedento para estar dentro de mim. Bom o fato que também estava por ele só não disse isso em exatas palavras pois só com um olhar nos entendemos e nós amamos. Essa era nossa promessa de uma vida apaixonados e se amando. 

Ensina-me - Felizes para sempre?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora