Literatura pt. 2

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Dia 21 de setembro de 2020

Mandei mensagem para o Shawn na penúltima aula do dia, reescrevi a mesma mensagem umas dez vezes, não sabia o que dizer, acabei mandando " Shawn, vou fazer o trabalho de literatura depois da aula, não precisa me esperar na saída, te vejo em casa." Fiquei como medo de ter sido direta demais, mas o que eu poderia ter mandado?

Ele respondeu segundos depois, apesar de estarmos ambos enviando mensagens ilegalmente durante a aula. Ele respondeu "ok, qualquer coisa é só me ligar que te busco."
Me arrependi de ter concordado com aquilo desde o começo, mas eu iria até o final com aquilo. Andei até o estacionamento, não tínhamos um lugar combinado, então eu apenas esperei. Pelo menos, a camionete de Shawn não estava mais no seu lugar de costume.

Vi Christopher se aproximando de moto alguns minutos depois, droga! Isso seria muito constrangedor. Ele desceu da moto tirou sua jaqueta e passou ela por entre meus ombros, e então vendo minha cara de confusão, ele disse:

- vai me agradecer depois. - passei meus braços por dentro da jaqueta e ele a fechou. Nunca tinha andado de moto antes. Sempre gostei de motos, mas nunca conheci muito sobre, minha mãe sempre me disse que andar de moto era suicídio, eu concordava parcialmente, mas tenho que admitir que gostei da ideia de andar de moto, era uma coisa que eu queria experimentar.

Ele estendeu o capacete para eu pegar, a moto era linda, devia valer uns três carros populares, ele provavelmente não mentia sobre a biblioteca de sua casa, peguei o capacete e subi na moto. Era loucura, subir na moto de um estranho e ir para a casa dele, mas até o momento estava sendo mais divertido do que eu imaginava.

Segurei em sua cintura assim que ele arrancou com a moto, não consegui prestar muita atenção ao caminho, estava presa naquela sensação, eu gostava do friozinho na barriga, pois era a primeira vez que não vinha acompanhado da ansiedade.

Mesmo com a jaqueta, sentia o vento forte gelar casa centímetro do meu corpo. A viagem durou uns quinze minutos, paramos em frente a um portão gigante que logo começou a abrir para os lados, demorou um pouco para chegarmos a casa, o terreno era grande, chegamos até a passar por uma ou duas quadras de tênis.

A casa era incrível, era difícil de definir onde ela começava e onde terminava, ela tinha no mínimo uns três andares, Christopher parou a moto e andamos até o pátio central da casa, tudo havia sido construído em volta daquele lugar, ou pelo menos parecia. Não importava quantas horas eu passasse naquele lugar, eu nunca conheceria o lugar inteiro.

- casa legal. - senti que alguém precisava quebrar o gelo, tentei puxar assunto. - você não se perde nesse lugar? - meu senso de humor sempre foi péssimo, mas a cada segundo que passava eu ficava mais constrangida.

- às vezes. - ele disse, ele parecia de bom humor, e então ele segurou minha mão e começou a andar em direção a entrada, fiquei tão surpresa que não soube como reagir, deixei que ele me guiasse. - apenas garantindo que você não se perca. - ele disse com um sorriso descarado no rosto, qual o problema desse garoto? Melhor ainda, qual é o meu problema?

Subimos as escadas e paramos na frente de um grande porta branca, Christopher a empurrou e entramos, o lugar, imagino que seja a sala, era estonteante. O chão era todo de uma madeira incrivelmente lisa e polida, as paredes eram todas brancas, assim como a decoração do lugar.

Um grande lustre se encontrava no centro do cômodo, não tive tempo para observar muito, Christopher me levou em direção às escadas e subimos ao segundo andar, tudo naquele lugar me encantava, era difícil acompanhar tudo. Andamos por um grande corredor, lotado de obras de arte, e então entramos em uma sala.

O lugar era cheio de livros, nunca havia visto uma coleção particular tão grande, e pela primeira vez, me permiti suspirar de amores pelo lugar, a biblioteca podia ser muito bem maior que toda a casa de Josh, no lugar também tinha áreas de leitura, tudo era luxuoso e rústico, acho que isso pode definir todo aquele lugar.

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