intimidação

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Seis anos depois.
Dia 15 de setembro de 2026

Me encontrava sentada na sala de Priscila na delegacia, ela conversava com outros dois policiais na porta. Minha mente estava um caos, era difícil pensar em qualquer coisa de forma racional, tudo em que pensava era "alguém matou Black, alguém matou Black...".

  Priscila entra na sala novamente e vem se sentar ao meu lado no sofá azul marinho. Minhas mãos tremiam, cada parte do meu corpo sentia os calafrios, Price coloca uma manta sobre meus ombros e segura minhas mãos com as suas, me obrigando a olhá-la nos olhos.

- Cristal Santiago, você precisa se acalmar. - Ela tinha o mesmo tom de voz doce da senhora Dayse, acenei com a cabeça. Tentava conter minhas lágrimas, mas elas pareciam dispostas a continuar caindo.

  - Sabe quem poderia querer fazer mal a ele? - Ela continuou. Não fazia sentido, quem poderia querer isso? Tudo bem que Black não era lá muito amigável, ele até assustava um pouco algumas pessoas, mas nunca fez mal a ninguém. Ele lutava pela cidade, lutava por tudo que ele acreditava, foi uma das vítimas mais diretas de toda a negligência dos Farrows, a nossa testemunha mais promissora. E foi então que finalmente entendi, só poderia ser fruto do medo de serem colocados contra a parede, Marconi Farrow fez isso, e ele vai pagar!

  - Marconi fez isso! - Soltei-me de suas mãos, me levantei do sofá em um salto, Price se levantou comigo.

  - Cristal, isso é loucura! - Ela disse, aquela discussão com ela parecia inútil, mas precisava fazê-la entender.

- Pense um pouco Priscila, quem mais poderia querer isso? Quem mais ganharia com a morte dele? Você sabe que foi assassinato, sabe que foi premeditado, se não, não teria me procurado. Não foi um acidente, muito menos um simples roubo. Mataram ele! - Eu estava quase gritando, precisava que ela fizesse algo. Eu andava de um lado para o outro, Price me alcançou e me segurou pelos ombros.

  - Estamos investigando, vamos achar os culpados, mas enquanto isso, você precisa se controlar, sabe tão bem quanto eu quanta influência eles têm nessa delegacia, se isso for mesmo verdade, não pode sair por aí acusando eles desse jeito, precisa ter paciência.

  - paciência? Como eu teria paciência? As mãos de Marconi Farrow e toda a sua família estavam manchada com o sangue de pessoas inocentes de toda a cidade, isso não podia continuar acontecendo.

  - Quantas pessoas mais terão que morrer antes de vocês fazerem algo? -  Eu estava chorando novamente, mas dessa vez, chorava de ódio. Me soltei de seu aperto nos meus ombros e comecei a sair de sua sala.

Juliene Wachowski, Samuel Hertz, Maya Jefferson, Patrícia Zanetti, Dora Black e Tony Black, não sabia o que teria que fazer para não ter que colocar mais nenhum nome nessa lista, mas eu o faria.

  - Não sei Cristal, mas você não precisa ser a próxima. - Virei e olhei para ela uma última vez antes de deixar a sala.

  - Eu serei se isso colocar um fim nos Farrows.

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