Jay Collins é um astro do rock. Ele e sua banda vivem passando de cidade em cidade para fazerem seus grandes shows.
Jay ama a música e tudo que ela lhe traz... mas as coisas mudaram a cerca de 5 anos quando ele deixou a cidadezinha de Weston, nos EU...
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Eu amava o palco. A luz, o calor que ele trás quando eu estou nele. Amava andar por ele como se eu o pertencesse, e por Deus, eu o pertencia quando estava ali. Quando abria a boca pra cantar, quando pegava a guitarra da mão de Josh deixando-o com sua famosa cara de bravo. Aquele lugar foi um lar para mim durante muito tempo. O único que conheci. O único que já me acolheu. Quando eu não tinha onde dormir, onde ficar... eu soube no instante que subi em um palco que eu o pertencia. Não ao contrário.
A plataformona negra estava abaixada esperando por mim, Thad, Ryan e Josh. Quando todos nós subíamos nela, ela levantada e parava no meio do palco... e era aí que começava nosso show. Como sempre, fui o primeiro a subir nela e esperei pacientemente pelos outros. Eu estava ali, mas meus pensamentos estavam em outro lugar. No meu subconsciente eu pensava em duas coisas: na cidade onde cresci e nela. Eu pensava em Weston porque fora lá que eu a conheci. E eu pensava nela porque bem... ela era a única coisa que eu pensava diariamente, a 5 anos. Tomara que ela esteja aqui, eu pensava antes de cada show, desejando tanto isso que meu coração ardia toda vez que ela não aparecia.
Mas eu não perdia a esperança. "Esperança é um erro, ela machuca. É perigosa.", dizia-me Josh, o mais discrente de nós quatro. Mas eu não acreditava, ou não queria acreditar. Esperança era a única coisa que me sobrará dela. Esperança de vê-la, ouvir sua risada de novo. De beija-lá só mais uma vez. Mesmo que ela não me amasse mais. Eu só queria vê-la. Senti o corpo de Thad parar atrás de mim na plataforma. Eu sabia que era ele. Éramos irmãos, tínhamos uma ligação fodida.
- Ela não vem, Jay - Ele disse baixo o suficiente para que só eu ouvisse.
- Do que tá falando?
- Você sabe de quem eu estou falando. Todo show, em toda cidade, em todo lugar... você olha para a plateia e espera vê-la. Mas ela nunca está lá. E você acaba mais partido do que antes.
Olhei para o microfone desligado na minha mão.
- Ela vem - Falei. - Não sei quando, onde... mas ela vem. Ela... ela sempre volta.
- Sabe, Jay... você podia esquecer... cara, já fazem 5 anos e...
- Qual a tua, Thad? - Virei-me e fiquei de cara com ele. Meu irmão era da minha altura, mas eu era bem mais musculoso que ele.
- A minha é que quero que você entenda que acabou! As vezes acaba, um grande amor acaba, a história de vocês...
- Vamos detonar! - Ouvi a voz de Ryan antes mesmo de Thad terminar a frase e eu responder. Josh chegou logo depois dele, quieto, como sempre.
- Estão prontos? - Nosso assessor perguntou, como fazia em todo show.
- Sim! - Gritou Ryan.
- Estamos - Completou Thad.
Nosso assessor virou-se para a equipe de produção e disse: - Pode subir - Depois virou-se para nós. - Boa sorte meninos.
Liguei o microfone na minha mão e senti a plataforma se mexer.
Thad estava errado. Ele estava muito errado. É, ela foi meu primeiro amor, ela foi a única capaz de me fazer sentir algo por alguém além do meu irmão. E eu sabia, não, eu sentia que ela ia aparecer. Minha Mia nunca iria me deixar. Não a que eu conheci a cinco anos atrás.
A plataforma parou e a plateia explodiu em aplausos e gritos histéricos.
- VAMOS DETONAR, DETROIT! - Gritei, antes de começar o show e tentar não pensar na única mulher que já me fez feliz.
