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3º Capítulo

Dei uma risada nervosa.

“Ele sabe?” Perguntou Renee.

“Não. Ele não viu a minha cauda, penso eu.”

“Se lhe contares, pensa duas vezes antes de o fazeres. Okay?”

“Irei fazê-lo.” Assegurei.

Olhei para a minha rocha, o meu sítio para deprimir. Estava vazio. Soltei um suspiro de alívio, mas parte de mim queria que ele estivesse lá. Uma grande parte de mim.

“Vamos?” Renee perguntou, impaciente.

“Estás com muita pressa, para quem não gosta de sair do território.” Ri.

“Quanto mais depressa chegarmos, mais depressa saímos.”

Dei uma gargalhada e nadei até á rocha. Apoiei os meus braços nesta e deixei a minha cauda na água. Renee repetiu o meu acto.

“O que achas que ele fazia se soubesse?” Perguntei.

“Talvez fugisse a correr chamar a polícia para te levar, ou talvez apenas encolhesse os ombros e continuaria a gostar de ti.”

“Mas…” Não consegui acabar, pois Renee puxou-me para dentro de água e nadou dali para fora. “Para que é que foi isso?” Gritei.

“Estavam a vir pessoas.”

“E depois? Essas pessoas iriam pensar que estávamos apenas na água a conversar. É verão Renee. Os humanos vão á praia.” Expliquei.

“E se eles decidissem mergulhar?”

“Regra número um quando vais á praia: Quando está gente num sítio que queres ir, procuras um melhor.”

“Oh, está bem.” Renee apanha uma alga e leva-a á boca.

“Ugh, estás a enojar-me. Tenho saudades da McDonalds.”

“Prova só.” Ela estende-me outra alga.

“Deixa estar, tenho comido disso nos últimos três meses da minha vida.” Sorri ironicamente.

Ela cerrou os olhos e voltou a desfrutar do seu lanche.

“Vou voltar aqui esta noite.” Disse, após um período de tempo calada.

“Para quê?”

“Se bem o conheço, ele virá outra vez. E eu quero vê-lo. Continuo viciada nele.” Suspirei.

“Está bem, só não faças nada de que te arrependas.”

Sorri e quase que tive vontade de agarrar numa alga e comê-la. Quase. Olhei para o fundo e vi uma pequena concha. Apanhei-a e vi outra mais á frente. Apanhei aquela também e vi um lindo seixo um pouco mais á frente.

“Luna, vamos embora.” Ouvi, um pouco longe.

“Estou a ir!” Exclamei, e apanhei o seixo.

“Onde estavas?”

“Fui apanhar coisas.”

“Anda, quero que vejas uma coisa.” Ela começou a nadar e eu segui-a.

Após uns bons 20 minutos a nadar, finalmente ela parou.

“Um barco afundado.” Murmurei.

“Encontrei-o á algum tempo e está cheio de coisas que eu quero que me digas o que são.” ela exclamou, e dirigiu-se para dentro do barco.

♒ MERMAID ♒ || h.s.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora