Dimensão demoníaca

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Isabelle

Leonardo me guia até no tal lugar que a Lia tinha sugerido.

- Como foi com o feiticeiro? - Diz Leonardo me olhando fixamente.
- Foi estranho, como tudo está sendo. Você saberia chegar na casa dos Colds?
- A casa é escondida com feitiço .
- Se é feitiço tem como reverter .

Leonardo não demonstra nenhuma reação, está focado no seu almoço.

- Nem todos os feitiços. Uma guerra pode começar e você está interessada em uma casa velha e vazia a anos?
- É parte da minha vida que foi ocultada de mim.
- Você precisa aprender ser uma de nós, a seguir as regras, já consegue fazer uma Runa?

Sua palavras soam como um desafio.

Pego a Estela do lado do Leonardo e simplesmente minhas mãos se mexem, formando luzes. Um símbolo aparece e um portal se abre.

Leonardo quase demonstra um pouco de medo, mas isso logo some.

- Então agora você faz portais? - Diz Leonardo mexendo sem nenhum interesse na sua batata.
- Pelo visto sim.

Olho se minha espada está nas minhas costas e coloco a Estela do Leonardo no meu bolso. E caminho até o portal.

- Você não pode ir entrando em um portal sem saber onde ele vai te levar.
- Não me importo, aprendi com você a me arriscar.

Solto as últimas palavras e entro no portal.

Pelo que estudei nos livros da Lia, isso é uma dimensão demoníaca. Um outro mundo onde os demônios foram aprisionados.

O lugar é parecido com uma cidade abandonada, ruídos indecifráveis vem de todos os cantos. O vento trás um gosto metálico na boca.

- Socorro, alguém me ajuda!

O grito vem de um prédio a poucos metros na minha frente caindo aos pedaços. Uma fumaça negra avermelhada está sobre ele.

Pego a Estela, mas sua luz não está tão viva assim. Lia me disse que quando a Estela está assim as runas não faram nenhum efeito.

Guardo a Estela e pego a espada. E começo a entrar no prédio .

É escuro e fede a esgoto. O grito de socorro se torna cada vez mais alto.

Finalmente encontro de onde vem o grito, de uma mulher com os lábios costurados. Está amarrada a uma pilastra com arame farpado, enfeitiçado provavelmente.

Seu olhar é um oceano com tristezas sem fim. Sem esperança e esgotado.

Me aproximo mas ela não demonstra nenhuma reação, apenas levanta seu olhar pra mim como se buscasse sua salvação .

- Está tudo bem. Eu vou tirar você daqui . Não vou te deixar aqui. Eu te ouvi. - Sorrio, tentando da conforto a ela.

Analiso o arame farpado com runas desgastadas.

Pego minha Estela, e passo ela por cima dizendo απελευθέρωση que significa liberte. Do jeito que Lia havia me ensinado .

- Não funcionou. Droga. - Digo em voz alta.

Todo feitiço pode ser revertido.

Concentre-se naquilo que deseja e deixa seu poder fazer o resto.

A voz ecoa na minha mente rapidamente. Meus olhos começam a arder e mal vejo o que estou fazendo.

Pego a estela e faço um pequeno furo na minha mão, com o dedo polegar passo o dedo no sangue e desenho um símbolo no arame dizendo αντίστροφα, que significa reverta.

Uma luz brilha ao redor do símbolo, meu coração está acelerado. Na minha mente a voz ecoa várias e várias vezes. Confie.

Um estalo se ouve e o arame se parti caindo no chão .

A mulher demonstra pela primeira vez um pouco de esperança no seu olhar.

- Consegue se levantar?

Ela esforça as pernas, mas estão bambas e fracas. Indo em direção ao chão, pego ela pelo braço evitando que ela caía no solo.

Seu corpo está leve como uma palha. Caminhamos até a porta pelo qual entrei, mas algo está errado.

O corpo da mulher está ficando pesado, ela começa a gemer de dor, seus olhos estão se enxendo de lágrimas. Ela me solta e é puxada para trás.

Ela está presa a esse lugar. Procuro por runas em seu corpo, mas não há nenhuma.

A Runa é a própria costura . A voz ecoa novamente na minha mente.

Me agacho ao lado dela e passo os dedos na costura.

Minha mente é levada para o passado, como um borrão ou uma visão.

Ela está sendo puxada entre esses corredores por um borrão, por todo corpo tem runas de caçadores de sombras.

- Você é uma caçadora de sombras.-Digo em meio ao djavu.

O borrão fura o dedo da mulher e passa o sangue na linha de costura dizendo για πάντα εδώ.

Ela está selada a este lugar pelo próprio sangue.

O djavu se passa e logo estou na realidade novamente.

Meus olhos começam a arder e minha visão está embaçada e só vejo luzes fortes.

Pego delicadamente o dedo da mulher, minha mente faz pequenos fragmentos de imagens furando o dedo dela.

Então um pequeno furo é efeito no dedo dela, o sangue vermelho escorre na minha mão.

A voz diz apenas confie.

Minha mão com seu sangue e levado a costura e uma palavra se forma nos meus lábios αναίρεση.

Uma luz mais forte aparece e fica focada no rosto da mulher . A costura some misteriosamente.

Minha visão volta ao normal e a mulher demonstra total pânico .

- Consegue falar?

Seus olhos estão fixos em mim, como se não acreditasse naquilo que estava acontecendo.

- Suas runas estão voltando. - Digo apontando para o braço dela.

Seu olhar se baixa e as runas terminam de se formar .

- Obrigada . - A mulher diz em meio às lágrimas.
- Precisamos ir.

A mulher acena com a cabeça. Ela se levanta, suas forças parecem ter sido renovadas.

Ela me ergue uma das mãos, seguro nela e me levanto.

Caminhamos para fora daquele prédio indo em direção ao portal feito por mim.

Ois meus girassóis 💙
Quando esse capítulo chegar a 30 estrelinhas eu posto o outro!
Beijinhos

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