Hoje a sorte não está ao seu lado

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                    Narração Isabelle

Não consigo acreditar no que ele me disse, será que é verdade?

Enquanto as palavras de Leo, teimava em ficarem se repetindo na minha frente, acabei me desligando de para onde eu estava indo.

Agora estou aqui, na frente da floresta, atrás da grande construção do Instituto.
Como as pessoas não conseguem ver esse prédio? É enorme!

De volta ao mundo real, escolho o caminho da direita e começo a andar para dentro da floresta.
Ao longe dá pra ver uma área com várias flores ao chão, de diversas cores. Continuo a caminhar e ouço barulho de água mais à frente, seguindo o som, acho uma cachoeira enorme. Ela começa no alto, no meio das rochas e sua água farta cai ao chão dando formato a uma piscina natural.

Encantada com a beleza da cachoeira,  resolvo me aproximar.

Agora bem pertinho dela, é possível notar sua água cristalina, os peixes  e as pedras no fundo. Realmente muito lindo. Jamais tinha visto algo assim!

E nada melhor que um banho natural após uma caminhada de vinte minutos, não é mesmo?

Tiro meu tênis e olho ao redor, não vejo sinal de ninguém, então tiro minha calça, que por sinal ficou do tamanho certo no meu corpo, e por último retiro a blusa.
Sorrio ao perceber que minha calcinha e sutiã combinam, sempre achei que branco combina muito com meu tom de pele.

Já na água percebo que foi uma má ideia.

Devia ter entrado aonde o sol bate, é onde a água é mais quente!

Resolvo ir até lá, mas a medida que eu ia andando, a água me engolia cada vez mais. Então paro e fico por ali mesmo, até porque não sei nadar.

Fecho os olhos e relaxo.
É um tão lugar tranquilo, nada vai atrapalhar esse momento.

Após longos 15 minutos de tranquilidade, começo a ouvir risadinhas baixinhas.
Abro os olhos.
Pronto tinha gente aqui e eu nem observei.
Procuro com o olhar de um lado à outro e não vejo ninguém, e mais risadinhas eu continuo a escutar.

Começo a sair da cachoeira, e mesmo assim não vejo uma pessoa.

Ao chegar nas rochas vejo que minhas roupas não estão aonde eu deixei.

Merdaaa. Cadê minhas roupas?

-Tá legal, já perdeu a graça. Me devolva as roupas!

Escuto mais e mais risadinhas.

Começo a buscar de onde as vem, e ouço uns ruídos bem próximos, provavelmente atrás da rocha a direita e...

Te pegueeeeeei!

Derepente algo me empurra, perco o equilíbrio e caio no chão. Escuto as risadinhas e passos correndo.

Olho prós lados tentando achar o que me empurrou e quando olho para as minhas pernas, vejo mini homenzinhos, batendo no meu joelho.

Arriscaria até dizer que eram gnomos, mas eles não existem. Logo começa a aparecer vários e eles rapidamente formam um círculo.

Adivinha, quem esta no meio? Eu.

- Ela é muito desastrada para ser uma caçadora. -diz um deles.

- Ela é humana, sua alma e bondosa, diferente das manchas do submundo.-diz outro.

- Olha isso é bem confuso, mas agora eu tenho que ir, ta? Foi um prazer, eu só preciso das roupas. -falo com a voz um pouco trêmula.

Tento pegar as roupas, mas o baixinho que esta com elas é rapido.

Arg! Que raiva desses homenzinhos.

Mais risadinhas.

- Pode ir, mas isso agora é nosso!

- São as minhas roupas, vocês não podem!

- Agora é nossa! Tem sorte de deixarmos você sair dessa floresta.

Que ótimo, vou voltar pro instituto sem roupas.
Que maravilha.
Tem como ficar pior?

Reviro os olhos e ouço mais passos.

Ah, claro. Mais homenzinhos...

Olho pra trás, e lá está... Leonardo?!

- Agora você anda por ai sem roupas? -vejo um sorriso presunçoso em minha direção, como ele sabia que eu estava aqui?

- Na verdade, eles roubaram minhas roupas.

- Fica bem melhor assim, sabia? -ele sorri mais, cruzando os braços e olhando cada detalhe do meu corpo.

- Leonardo! Pega minhas roupas de volta.
- Eu acho que não.

Leo sorri, e os homenzinhos também.

Fecho a cara e mostro meu dedo do meio pra ele!

- Vai se fuder! -Grito.

Me viro  e começo a andar, pra sei lá onde.

- Calma aí garota! Ta bom galerinha, vocês já curtiram bastante com a cara dela, agora devolvem a roupa.

- Podemos fazer uma troca. Moedas, e devolvemos as roupas.

- Ok!

Me viro e vejo Leo retirar algumas moedas do bolso, e entrega ao baixinho que após pegarem todas elas, os mesmos fogem bem rápido.
Num piscar de olhos.

Leonardo então se aproxima.

- Apesar de achar que fica bem melhor assim, você não pode ir pro instituto desse jeito, então... -e ele me entrega as roupas.

Finalmente!!

- Obrigada. -agradeço cheia de vergonha, certeza que estou vermelha.

Pego as roupas e começo a me vestir.

Deus, que vergonha!

- Não deveria andar por aí sozinha, é perigoso...
- Não imaginei que iria ser assaltada por homenzinhos.

Ele sorri.

- Foi bem engraçado quando você perdeu o equilíbrio.

- Então quer dizer que você tava aqui, esse tempo todo? -digo pausadamente raciocinando tudo.

Como ele pôde demorar tanto pra me ajudar?

- Em minha defesa, você fica linda de lingerie. -fico enfurecida com isso, que cara de pau!

- Vai se ferrar, Leonardo! -agora, devidamente vestida, volto a caminhar bem rápido- Já deu essa merda, ahhh!

- Tá indo pro lugar errado, bruxinha!

Eu juro que um dia, eu ainda mato ele.
E vai ser um glorioso dia...

- Vem eu te mostro o caminho.

Reviro os olhos, e começo a acompanhar seus passos.

Mundo Das SombrasWhere stories live. Discover now