Capítulo 1 - Ressurgindo das cinzas

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A história não foi revisada completamente. Desculpem se houver erros.

***

Sarah

Sete meses depois

— Ainda bem que você já saiu do hospital. — Me diz Christine, me ajudando a arrumar minhas roupas na mala enorme. — É péssimo vir te visitar com esse cheiro horrível.

— Se você achava ruim vir aqui me visitar, imagine ficar aqui por dias inteiros, e além de tudo nisso. — Aponto para minha cadeira de rodas, ainda não consegui me livrar delas totalmente, tento não pensar nisso ou ficarei muito irritada.

— Você tem alguma boa notícia? — Pergunta. Nos duas sabemos que o acidente não foi culpa nossa, contudo ela ainda se culpa por mim. Nem sei mais o que lhe dizer para que pare de se culpar, tudo ocorreu por conta de um bêbado, não temos controle sobre o que os outros fazem.

— Eu não vou ficar assim para sempre. — Digo. — Mais vou ter que cuidar muito bem dessas belezinhas para que voltem a funcionar bem novamente.

Minhas pernas entraram num tipo de hibernação, e sou eu quem tem que acordá-las, eu até consigo me arrastar por ai, andar pequenas distâncias, porém qualquer zumbi é mais rápido que eu. Perdi as contas de quantas vezes vi crianças rindo de mim ao me verem tentar ficar de pé.

— A fisioterapeuta deu algum prazo?

— Do jeito que eu vou indo, e se eu continuar a melhorar rápido, mais alguns meses pode ser suficiente para que eu me recupere totalmente.

— Você não vai participar das competições, por causa de um idiota bêbado. — Eu sou, ou era, a melhor lutadora da cidade, e ia tentar vencer uma competição nesse inverno, mas devido a minha situação não estou podendo nem ficar de pé por muito tempo, imagine treinar.

— Tudo bem, esta não será a última competição que acontecerá no mundo Christine. — Não posso negar que estou muito triste por não poder competir, no entanto não posso continuar a me martirizar, se o fizer apenas atrapalharei meu progresso.

— Eu poderia matar aquele bastardo pelo que fez a você. — Rio, ela não consegue nem defender a si mesma, como poderia matar alguém?

— Isso não mudaria nada, então esqueça, e guarde seus instintos assassinos para outra coisa. — Ela não concorda apenas continua a dobrar as roupas, tentando fazer com que elas caibam na mala.

Todos os meus médicos dizem que eu melhoraria muito mais rápido pelo o meu modo de enfrentar o que aconteceu. Eu não choramingo, e sim enfrento tudo de frente. Faço o meu melhor para não cair em tristeza, porque sei que se o fizer será difícil para me reerguer.

Com isso em mente, eu não perco tempo com besteiras, e sim tento recuperar a força para minhas pernas, o que parece estar tendo resultado, já consigo sentir todos os lugares dela, cada pedacinho de pele.

Ela me pega pelo braço para me manter firme enquanto descemos a escada rolante, não consigo me manter de pé por muito tempo, mais descer a escada rolante até que é fácil.

— E seus pais? — Me controlo para não rir, ela sabe que eles não se importam comigo, principalmente agora, que para eles não passo de uma aleijada.

— Para eles já é suficiente pagarem os médicos que cuidam de mim, você sabe com eles são. — No último degrau cambaleio, por não conseguir apoiar a sola dos meus pés, Christine não tem forças para segurar a mim e a cadeira de rodas então eu me vejo caindo.

Alguém me segura. Seus braços longos contornam meu torso, seus dedos me seguram firmemente, mesmo que não haja mais possibilidades de queda, não posso atravessar o chão. Minha cara esta enfiada na jaqueta de couro do homem, a um forte cheiro de almíscar, eu nunca gostei dessa fragrância, mas combina com a pegada dele.

Nada é por acaso - Strong Woman Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora