-- Mãe não foi nada demais, só uma ceninha realmente broxante e entediante que me fez querer vomitar, e isso envolve o Bernardo e uma minhoca oferecida que é mais alta do que eu. E como a senhora sempre diz que é sempre necessário ser educado, eu mandei o Bernardo ir pastar pra não vomitar na frente dele. Satisfeita? – Pergunto terminando de vestir uma camisa (enorme) dos Beatles, e indo em direção as minhas pantufas com a cara do Garfield. Tipo super “sensual”.

-- Não, não estou. Mas eu respeito o seu silêncio. – Ámen. – Mas eu não vou esquecer. Você não foge Pricilla, a não ser quando mexem com você de verdade, então nem vem com essa que esta tudo bem. Só quero que quando você estiver pronta pra falar seja comigo. – Ela me manda um beijo e vai embora. Me deixando sozinha com o Garfield e os meus pensamentos (todos idiotas por sinal).

Pulo na minha cama e fico encarando o teto de novo, parece que virou algum tipo de vício ou alguma coisa assim. A gente está baseando o nosso relacionamento com o silêncio (e na completa fidelidade, o que quer dizer que ele não sai por aí metendo a língua na garganta de toda vadia que encontra pelo caminho). Um escuta o outro, ninguém fala, e a gente se entende e se ajuda (ele me ajuda mais do que eu), hoje por exemplo nesse momento eu estou tentando convencer ele a se jogar em cima da minha cabeça pra me tirar dessa depressão, mas ele parece incrivelmente relutante em realizar esse meu pedido.

Sinto o meu celular tocar, mas quando vejo quem é, eu  o jogo de volta pra onde estava, eu seria capaz de matar um agora. E assassina não é algo que eu queira acrescentar no meu currículo de capeta de plantão.

Só pras curiosas irreparáveis, sim é o Bê quem está ligando a cada cinco segundos.

**~***~**

Bom dia mundo cruel, poluído e nojento. É hoje eu estou com um humor lindo, treta mesmo. Tipo Mr. Bean da pá virada, então me ignorem se puderem.

Querem saber se minha mãe já veio me acordar? Sim, veio, já abriu as cortinas, já falou tudo o que tinha pra falar e já me deixou com uma dor de cabeça que nem o Doutor House conseguiria curar.

Então, querem saber em poucas palavras como eu estou?

Eu estou uma bosta.

Faço tudo que uma pessoa normal (e limpa) faz quando acorda de manhã pra ir pra escola, banho, roupa, bolsa, livros, uma fruta e tchau.

Só que eu, a pessoa mais normal do mundo tem um problema. Eu estou sem namorado motorista e sem pai entregador pra me levar. Merdas e porras.

Saio de casa e dou de cara com o Bernardo, por isso eu não esperava (mentira tinha certeza que ele viria) mas não me deixo afetar. O único problema aqui é que ele está um pão como diria minha avó. Meu Deus, esse garoto com certeza faz parte dos meus padrões de beleza. Não que isso me afete nem nada.

-- Oi. – Ele diz me olhando seriamente, mas eu não respondo, simplesmente ignoro e passo por ele. – Não vai falar comigo Pricilla? Sério? Me deixa pelo menos explicar.

Eu não respondo.

-- Pricilla…

Continuo andando, e sendo o orgulho de toda a comunidade feminina.

--- Sabe o que isso é muito infantil da sua parte, não sabe? – Pausa. #alguemquermorrer.

Me viro pra ele e olho com raiva, nesse momento toda a calma que eu economizei durante o ano inteiro vai pro bléleréu.

-- Por favor vai a merda e me deixe em paz com a minha infantilidade, meu caro senhor maduro comedor de vadias. – Eu falo e o encaro com odio.

-- Eu não comi, a Monique. – Ele responde chegando perto de mim.

☠♥ Disaster ♥☠Where stories live. Discover now