Prólogo

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O dia amanhecera cinzento e frio, emanando ondas violentas de tristezas e inconformismo. Harry, Hermione e Rony encaminhavam-se a primeira aula de seu último ano escolar, "Como Reconhecer um Objeto Enfeitiçado". – Não sei por que temos que cursar essa matéria. Estamos terminando nossos estudos e depois de toda aventura que tivemos, eles nos empurram essa aula chata, que nem ao menos quero fazer. Além do mais, eu e o Harry conseguimos distinguir de longe um objeto amaldiçoado. – Disse o ruivo, indignado.

– Não seja bobo Ronald! – exclamou a bruxinha, depois deu um suspiro exasperado e olhou para o moreno que estava observando o pátio a fora. – Todos nós precisamos fazer esta aula, pelo menos se quisermos concluir o ano letivo, é claro. – afirmou.

O garoto com a pequena cicatriz de raio na testa não protestou juntamente com seu amigo, ou mesmo se interessou pela bronca dada pela menina. Na verdade, tudo parecia muito pálido se comparado a sua culpa e dor. Portanto, nesta altura do campeonato achava enfadonho observar seus dois amigos discutindo por superficialidades, como: aulas que deveriam ou não estar no currículo. Entretanto, algo soou diferente no discurso de Granger e logo o eleito teve sua atenção conquistada.

– Primeiramente, vocês não leem nada mesmo, não é? – Os dois rapazes trocaram um olhar cúmplice, antes de negar com um simples balançar de cabeça. – Nossa, será que todos esses anos juntos não ensinaram nada aos dois? – A jovem olhou feio para os bruxos parados ali, ouvindo-a, um deles seu namorado, este que, se encolheu após a mirada raivosa direcionada a ele.

Antes de voltar ao discurso a garota sorriu, tentando assim amenizar a expressão que fazia o ruivo no momento. – Por curiosidade peguei as listas de aulas dos últimos anos, para acompanhar as mudanças e necessidades que foram acrescentadas pela escola. – Mais um gesto de comunicação velado foi trocado pelos meninos, porém desta vez acompanhado de sorrisos. A mais estudiosa dos três novamente não percebeu tal ato e assim seguiu com sua explicação. – Imaginem o meu espanto ao perceber que neste ano também haviam trocado "Como se Comunicar em Outras Línguas" para "Como Identificar um Objeto Enfeitiçado". Os garotos a olharam com expectativa, pois a bruxinha sempre fora considerada a mais inteligente, pelo menos dentre os bruxos de sua idade. Fato que foi confirmado quando mais palavras saíram dos lábios da morena.

– Esta matéria foi adicionada na grade deste ano faz um mês, acreditam? Muito curioso, não? Talvez necessitem que aprendamos isso o mais rápido possível... – Hermione fez uma pausa, deixando no ar que aquilo era tudo o que havia descoberto. Mas, nem Harry conseguiu preencher as lacunas que ainda estavam ali. Após perceber que nada mais iria ser questionado pelos meninos, ela se pôs a falar novamente, desta vez direcionada especificamente ao ruivo, que a olhava desolado. – Não terminei com você ainda, Ronald Weasley.­– Acrescentou a jovem, que logo optou por esclarecer seu último comentário. – Pois, o correto seria dizer que, Harry e você não conseguem mesmo enxergar nada de errado com algo enfeitiçado, mesmo estando a um palmo do nariz de vocês dois. E, mais correto ainda, é enfatizar que sua mãe me incumbiu da tarefa de fazer você chegar às aulas certas nos horários fixados. – Enfatizou a menina.

Harry voltou a observar sem interesse algum a interação de seus amigos, que depois da discussão haviam dado as mãos e caminhavam para a aula, trocando palavras de carinho. Desviando seu olhar, para analisar novamente a instituição e o quanto havia sido reconstruído e, o tanto ainda por se consertar, o garoto quase chorou, por perceber que ali, sua casa, que outrora fora tão esplendorosa agora estava destruída e desprovida de calor.

Afinal, Hogwarts já fora palco de diversos ensinamentos, inúmeras batalhas, várias paixões e era considerada um lar por muitos. A escola de magia e bruxaria também coleciona inimizades, que surgiram, se prolongaram e evoluíram no decorrer dos anos. Rixas que estariam marcadas para sempre na história do mundo mágico. Infelizmente, o aluno do último ano sentado em um canto isolado da biblioteca, era fruto de todos esses fatos, consequentemente, a amargura e o desejo de retaliação eram sentimentos que imperavam no coração do jovem bruxo.

– "Se ele acredita que, eu, um sangue puro não buscaria por vingança está muito enganado..."- Foi com este pensamento em mente que, Draco Malfoy prosseguiu com os preparos da poção Polissuco.

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