Três Palavras (Bruce Banner)

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"Hey, S/N...", Tony me cumprimentou ao entrar na sala de estar da torre.

"Hey!", eu disse, desviando meu olhar da TV para ele, oferecendo-lhe um sorriso.

"Quer dizer que você tem um crush pelo Banner?"

"O quê?!", arqueei minhas sobrancelhas e me posicionei melhor no sofá para encará-lo. Ele estava com um sorriso que ia de uma orelha à outra.

Tony ergueu meu diário para o alto e eu senti meu sangue gelar. Ele abriu o pequeno caderno com capa de couro e leu uma página aleatória: "Tudo sobre ele me faz delirar: seus expressivos olhos escuros, tom de chocolate, são como um doce vício... não canso de olhar para eles e ver como brilham ao refletirem a luz do sol; seus cabelos negros, mas grisalhos nas laterais, conferem a ele uma aparência sexy e experiente; a sua voz, rouca e suave, acalma todas as minhas inquietações; suas mãos grandes e fortes, que eu imagino trilharem as curvas de meu corpo, são como ímãs para os meus olhos; sua personalidade gentil... ah! Eu me pego a fantasiar sobre ele, mantendo essa gentileza no dia-a-dia, mas sendo completamente o oposto na cama..."

"OK! BASTA, ANTHONY STARK!"

Ele caiu na gargalhada, jogando o diário para mim, que o guardei imediatamente dentro de minha jaqueta.

"Ele sabe?"

"Claro que não!"

Tony balançou a cabeça em reprovação, sentando ao meu lado no sofá. "Está esperando o que para contar?"

"Eu nunca contaria."

"Por quê?!"

"Porque ele jamais corresponderia meus sentimentos. Olhe para mim!"

"Eu estou olhando e eu não encontro um motivo se quer para que ele não te coresponda."

"Eu sou muito jovem... não há nada de especial sobre mim! Fora que, a ciência poderia nos aproximar, mas eu sou de humanas! Odeio a área das exatas... até hoje eu estou tentando entender a existência da matemática!"

"Sobre a ciência, okay... eu entendo. Eu não sou ligado na literatura, mas isso não impediu a nossa amizade!", ele retrucou dando tapinhas na minha perna e olhando fixamente nos meus olhos. "Porém, dizer que não há nada de especial em você? Qual é! Você é fantástica!"

"O quê?!", repeti a expressão do mesmo jeito que a primeira vez.

"Você sabe recitar Shakespeare, você ama música e cinema, é uma excelente escritora... inteligente, divertida, sexy... ótima ouvinte e conselheira. Tem um sorriso contagiante e fica linda quando se envergonha ao receber um elogio, exatamente como agora."

"Tony..."

"E o melhor de tudo? Não há falsa modéstia: você realmente não faz ideia do quanto é incrível, o que só te torna ainda mais incrível."

"Eu..."

"Vá pegá-lo, tigresa!"

Eu não sabia o que fazer. Tony podia ter falado tudo o que disse, com toda aquela convicção, mas eu não me sentia daquele jeito. Eu não era aquela garota que ele tinha descrito.

E eu não era fantástica.

Eu era uma escritorazinha de merda que nunca foi aceita por uma editora se quer. Meus livros não valiam nem uma mera tentativa de publicação... eu não amava música em geral, eu amava apenas o bom e velho Rock & Roll. E só ouvia sempre as mesmas bandas: Bon Jovi e Aerosmith. Eu não era fã de cinema: apenas tinha uma queda pelo James Bond...

Mas, eu sabia todas as frases de Hamlet.

Respirei fundo e saltei do sofá, arremessando meu diário dentro do meu quarto e trancando a porta. Preenchida de coragem, mesmo que falsa, fui até o laboratório do quinto andar onde eu tinha certeza que o encontraria.

Estava errada.

Percorri todo o piso e quando finalmente estava desistindo, as portas do elevador se abriram e lá estava ele: óculos equilibrado na ponta do nariz, uma enorme pilha de papel nas mãos, seu jaleco esvoaçando atrás de si, como uma capa de um super herói. Meu super herói!

Andei apressadamente em sua direção e colidi meus lábios contra os dele, o que o pegou de surpresa. Bruce derrubou toda a papelada no chão e hesitou para corresponder o meu beijo, mas quando o fez... não havia nada de gentileza ali.

Era a mais pura e gostosa selvageria.

Suas mãos, que eu sempre fantasiei a respeito, agarraram com força os meus quadris, puxando-me de uma maneira bruta contra o seu corpo. Entrelacei meus dedos em seus cabelos, enquanto repousava a mão livre em seu peito forte e largo. Eu achei que ia derreter como sorvete nos lábios e braços daquele homem!

Quando nos afastamos, arfando ruidosamente, ele suspirou e olhou dentro dos meus olhos. "Uau! O que eu fiz para merecer isso?", Bruce ainda mantinha suas mãos nos meus quadris, o que me desconcentrava.

Eu queria dar uma resposta filosófica ou romântica, mas nenhuma arrancaria uma gargalhada dele como as simples três palavras que eu disse sem pensar: "Saiu daquele elevador."

~~~*~~~*~~~

Notas da tia:

1) Essa obra é uma fanfiction, e como direito do gênero, pode divergir do canon e ignorar alguns detalhes das obras originais - se for necessário - para que o texto faça sentido.

2) Usuários que tecerem comentários que eu considere ofensivos, seja com relação a mim, ou às minhas obras, serão bloqueados.

3) Declaro que a personagem protagonista dessa obra interativa é maior de idade. 

Marvel Imagines [por: Star Sapphire]Where stories live. Discover now