Please, Stay (Grant Ward)

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Notas da tia:

1) Essa obra é uma fanfiction, e como direito do gênero, pode divergir do canon e ignorar alguns detalhes das obras originais - se for necessário - para que o texto faça sentido.

2) Usuários que tecerem comentários que eu considere ofensivos, seja com relação a mim, ou às minhas obras, serão bloqueados.

3) Declaro que a personagem protagonista dessa obra interativa é maior de idade.

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"PLEASE, STAY"

Olhei para ele, desconfiada. Ele estava sentado ao meu lado: seus cotovelos apoiados sobre as suas pernas, o queixo pousado sobre as suas mãos unidas, olhar distante. Algo estava errado... algo incomodava ele.

Eu era grata a aquele homem por tantas coisas... e metade delas eu acho que ele nem sabia. Aprendi a chamá-lo de parceiro. A confiar nele, de corpo, mente e alma. Sabia que, não importava o que viesse a acontecer, se ele estivesse ao meu lado, eu estaria segura. Esse tipo de confiança eu nunca tive com ninguém, nem mesmo para com aquele que eu chamo de chefe hoje. Exceto ele, Grant Ward, meu supervisor.

"Está tudo bem?", eu arrisquei perguntar, me arrependendo em seguida. Não porque ele me olhou e não respondeu, mas porque eu quebrei o silêncio: aquele nunca pronunciado pacto que eu conhecia bem, porque sempre houvera entre nós. Ele se sentia confortável para ficar em silêncio ao meu lado, deixando a sua mente trabalhar em fosse qual fosse o problema. E eu arruinei isso... se não estivesse tudo bem, ele me diria. Se eu tivesse que perguntar, ele ficaria em silêncio por alguns instantes só para, em seguida, mentir a respeito do assunto com um breve...

"Sim, não se preocupe."

Eu conhecia ele a ponto de saber a sua maneira de pensar e os seus protocolos... incluindo os de resposta. Ainda assim eu cometia erros.

Ele estendeu a mão e tocou o meu rosto. Uma ação repentina, mas realizada com uma cautela excessiva. Estranha. Senti a aspereza de sua mão contra a minha pele... calos formados por anos de uso de armas de fogo. Ele nunca havia me tocado antes... ao menos, não daquela forma. Havia algo de diferente em seu olhar. Era como se ele tivesse baixado a guarda, deixado transparecer suas emoções através daqueles intensos olhos castanhos.

"Você confia em mim, não é?"

Eu assenti, também devagar. "Você sabe que sim, Ward."

Seu polegar deslizou pelo minha bochecha, até repousar sobre os meus lábios. "Então sabe que eu nunca machucaria você, certo?"

"Por que você está me falando essas coisas?"

"Um dia fará sentido, eu prometo.", ele suspirou. "Só quero que nunca se esqueça. Prometa-me, também, que não irá esquecer."

"Eu prometo."

"Ótimo.", ele disse, subitamente se pondo de pé.

Franzi o cenho. "Aonde você vai?"

"Para o meu quarto.", ele me respondeu, ainda de costas.

"Por quê?", mais uma pergunta que não deveria ter sido feita. Eu sempre me dava conta depois de me ouvi-las dizer.

"Porque se eu não for...", ele hesitou. "Eu posso acabar perdendo o controle."

"Se é assim, por favor...", eu sussurrei. "Fique."

Não era apenas eu que conhecia Grant Ward como se fosse uma extensão de mim mesma. Ele também me conhecia... talvez até mais do que deixava transparecer.

Então ele se virou e voltou a fazer contato visual. Parecia ter entrado em conflito consigo mesmo, decidindo o que era o certo a fazer. O pensamento sempre tão tático... até mesmo quando qualquer outro homem, inclusive os que receberam treinamento semelhante ao dele, teriam apenas se entregado às emoções, aos desejos, aos impulsos. Talvez o motivo de eu ter me apaixonado por ele tenha sido esse: a racionalidade, a constante tentativa de compreender o que é melhor para todos, de proteger.

Depois do que eu passei, eu sabia: não tinha culpa de querer me sentir assim... protegida.

"Você tem certeza?"

Eu assenti, não mais confiando na minha própria voz.

E quando me dei conta, estava deitada em minha cama, com o corpo dele cobrindo o meu. Não, não estávamos indo rápido demais... na verdade, Grant estava indo dolorosamente devagar. Meu corpo doía por ele, implorando que ele me tocasse. Minha alma já era dele. E minha mente, bem... essa ansiava para que ele selasse no plano físico o que no plano espiritual eu já sabia. Eu era inteiramente dele... ele era inteiramente meu.

"Toque-me.", ele sussurrou, guiando as minhas mãos até o seu peito nu. "Eu quero que, antes, você se acostume à ideia de me ter assim, tão perto... eu não quero abrir feridas antigas. Eu quero curá-las... de vez."

Eu queria chorar, mas não na frente dele. Não queria preocupá-lo à toa. Entretanto, eu estava tão emocionada pelo fato de ter sido assim, tão bem compreendida por ele, que eu mal pude segurar as lágrimas...

Tudo o que eu nunca tive no passado: respeito, compreensão, amor. Estava acostumada a ser simplesmente usada e deixada para trás.

"S/N...", ele disse o meu nome baixinho, de olhos fechados, enquanto eu deslizava minhas mãos pelo seu peito... suas costas... seus braços... seu rosto.

Quando parei, ele reabriu os olhos. Pareciam mais escuros, profundos.

Ward acariciou o meu rosto, limpando minhas lágrimas. Ele não as questionou, pois certamente sabia o que as tinha trazido à tona. Ele sempre sabia. Suas mãos seguiram pelos meus ombros, meus braços... nunca quebrando o contato visual. Nem mesmo quando, por baixo de minha blusa, ele acariciou o meu abdômen e minhas costelas

"Eu amo você.", ele declarou, enfim beijando os meus lábios... sensualmente devagar.

Entorpecida, nem conseguia lembrar como e quando havíamos nos despido. Só lembro de consentir, sem precisar usar a voz, para que ele prosseguisse... prosseguisse até o momento mais íntimo: o momento que nos tornamos um.

"Você está bem?", ele checou, após a minha breve manifestação de dor.

"Sim.", eu garanti. "Grant, por favor..."

Eu nem sabia pelo que eu estava pedindo. Entretanto, ele sabia. Grant começou a se mover no mesmo ritmo de seus beijos: devagar, mas intenso.

O jeito dele - de fazer amor, não sexo - parecia um reflexo exato de sua personalidade: protetor e decidido.

"Eu amo você.", eu também declarei, sem fôlego depois de ter experimentado todas aquelas sensações.

Ele se deitou ao meu lado, me oferecendo um pequeno sorriso antes de me envolver em seus braços.

"Eu fico feliz em ouvir isso.", ele disse, beijando o meu ombro e o meu pescoço, antes de se voltar aos meus lábios.

"Obrigada...", eu sussurrei, novamente ouvindo a minha voz soar embargada. "Obrigada por sempre estar ao meu lado. Por cuidar de mim."

"Não me agradeça...", ele disse, dando-me um breve selinho dessa vez. "Eu sempre irei cuidar de você..."

Marvel Imagines [por: Star Sapphire]Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu