Capítulo 11 - Última Semana

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Capítulo 11 - Última Semana

Uma hora mais tarde, um pouco mais calma, Hinata começou a se preparar para o confronto. Queria estar bonita naquele que seria seu último momento com Naruto. Gostaria que a última impressão que ele tivesse dela fosse a de uma mulher bonita e elegante.
Mas antes iria preparar um jantar especial. Nada muito sofisticado, apenas um jantar simples, mas feito com amor. Confessaria seus pecados depois do jantar. Afinal, seria injustiça de sua parte jogar uma bomba como aquela em Naruto antes que ele tivesse tido a oportunidade de jantar. Pelo menos devia esse favor a ele.
Ela foi para a cozinha para verificar o que poderia ser utilizado da geladeira. Optou por um frango que poderia ser descongelado no micro-ondas. Como acompanhamento faria arroz e uma salada. Poderia também ir até a confeitaria da esquina e comprar torradas, que gostava de temperar com azeite e orégano. Como bebida, vinho. Naruto gostava muito de vinho.
A sobremesa também seria comprada na confeitaria uma vez que não haveria tempo para preparar uma torta ou um pudim.
Estou me sentindo uma verdadeira carrasca, ela pensou. Oferecendo ao condenado à morte sua última refeição,
Mas quem seria o condenado, afinal? Ela ou ele? A dúvida era difícil de se responder. Ela morreria por dentro, com certeza. Naruto também, mas o ódio o ajudaria a recuperar-se logo. Quanto a ela, a culpa a destruiria para sempre.
Às seis e meia o jantar estava pronto. O peito de frango dourado num molho delicioso, preparado com cebola, suco de limão e ervas, pronto para ir ao forno assim que Naruto entrasse. O arroz já estava no forno. A salada e a torta de queijo esperavam na geladeira. As torradas, já aquecidas, exalavam um aroma de ervas agradável. O vinho no balde de gelo, estava sobre a mesa, posta para duas pessoas, iluminada com velas. Um vaso de flores ao centro era o toque final, para alegrar um pouco o ambiente.
O cenário perfeito para um crime. O que Naruto pensaria assim que entrasse? Certamente que estariam comemorando algo. Hinata rezou para que ele não perguntasse o motivo de um jantar especial.
Poderia responder: isto é um assassinato! Vou matar todo vestígio de amizade e respeito que você tem por mim, querido Naruto. Sente-se e vamos comer nossa última refeição juntos. Depois dela, nunca mais seremos os mesmos. Eu estarei morta para esta vida. E você tão decepcionado e magoado que vai ser um outro homem. Mais amargo, mais desconfiado, menos esperançoso.
Como podia ser tão cruel e cínica? Estava realmente alterada e abalada emocionalmente.
Depois de tudo pronto, tomou um banho demorado, lavou os cabelos, escolheu um dos vestidos mais bonitos de Hanabi e caprichou na maquilagem.
Uma vez pronta, afastou os pensamentos negativos e focalizou sua atenção na casa. Queria que tudo estivesse perfeito. Começou pela sala. Ajeitou as almofadas, endireitou alguns quadros, recolocou alguns livros na estante. A música, ela se lembrou. Precisava de uma música suave para acalmar seus nervos. Vasculhou os discos de Naruto até encontrar um de que gostava. Sentou-se para relaxar um pouco, mas sua agitação era tão grande que no minuto seguinte estava em pé, andando pela sala.
Quando não havia mais nada a fazer, começou a ficar desesperada. Seus nervos estavam à flor da pele. Precisava desesperadamente manter-se ocupada para não ter um colapso nervoso. Tentou ler o jornal, mas não conseguiu concentrar-se numa única frase. Desligou o aparelho de som e ligou a televisão. Não encontrou nenhum programa de seu agrado.
Acabou por desligar também a televisão. E então? Começou a andar de um lado para o outro, olhando a todo instante pela janela.
Onde Naruto se metera que não chegava logo?
Toda vez que ouvia o barulho de um carro passando na rua, seu coração dava um salto e ela corria para a janela. Sua frustração aumentava, seu nervosismo estava alcançando patamares insuportáveis.
Naruto, pelo amor de Deus, venha logo para casa. Estou morrendo de angústia. Não aguento nem um minuto mais.
Queria que ele chegasse logo para acabar com aquela agonia. Mesmo sabendo que o confronto seria terrível, estava desesperada para que acabasse tudo logo e ela pudesse chorar sua dor sozinha em algum lugar longe dali.
Nenhum carro na rua vazia.
Naruto, venha logo, por favor.
Às sete horas Hinata já não sabia mais o que fazer. Estava cansada de andar de um lado para o outro, cansada de olhar pela janela, de sofrer angustiada. Se Naruto não chegasse logo, ia ter um ataque de nervos.
As sete e meia o telefone tocou. Hinata correu para atendê-lo.

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