23º Capítulo

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Após uma noite calma, seguiu-se uma manhã que fez com que Filipe entrasse em casa já com vontade de se rir e sentar-se na sala para assistir a primeira discussão da manhã.

- Quantas vezes tenho que dizer que…? – Dizia Ricardo, tentando manter-se calmo.

- Não mandas em mim! – Ripostou Dalila.

- A enfermeira dispensou-te das aulas. – Contra-argumentou o rapaz do elemento aquático.

- Não dispensou nada! Tu é que estás a inventar! Esqueces-te que eu estava lá?

Filipe sentou-se no sofá ao lado de Tiago, perguntando:

- Já estão a discutir há muito tempo?

- Acho que chegaste a tempo de ver algum objecto pelo ar. – Respondeu Tiago divertido.

- Não sou inválida! É apenas uma distensão muscular e não uma fractura! Não vou morrer por ir às aulas!

- Nem vais morrer se ficares em casa!

- Vou morrer de tédio! Vou às aulas e acabou! Era só o que faltava ter que aturar… - Disse a rapariga, coxeando e empurrando o rapaz para sair da frente.

A campainha tocou, chamando a atenção de todos.

- Esta presença… - Começou Tiago.

- Bem, vou tomar banho. Qualquer coisa, estou lá pra cima. – Disse Filipe, levantando-se.

- Quem é? – Perguntou Dalila mais calma a Tiago.

- É a Cármen. – Respondeu, vendo o seu irmão Ricardo ir até à porta.

Dalila perguntava-se o que faria a feiticeira ali mas as suas perguntas e a dos irmãos Gomes foram substituídas pela boa disposição, abraços e entrega de alguns presentes.

Porém como já não era muito cedo e os irmãos não queriam faltar às aulas disseram que voltariam mais tarde e Ricardo sugeriu que a feiticeira fizesse companhia a Dalila que ainda que não quisesse ceder perante a quase ordem para ficar em casa, estava curiosa acerca dos motivos que tinham levado Cármen a fazer aquela visita inesperada.

- Não se preocupem, cariños. Ela fica em boas mãos. – Disse Cármen despedindo-se dos irmãos Gomes.

Dalila reparou que Filipe não aparecera mais e quem sabe até já tivesse saído de casa mais cedo que os seus irmãos.

“Ele não é assim muito discreto”, pensou ela.

- Que te pasó, cariño?

- Ah, foi apenas uma distensão muscular. – Disse Dalila com um sorriso. – Mas há quem ache que é o fim do mundo.

- Hum, então foi isso que o Ricardo andava à procura ontem no nosso mundo. Ele foi buscar algo que é muito bom para esses problemas.

- Pois não vamos falar disso porque pensar que estive a delirar e deixei que fizesse massagens.

Cármen riu-se.

- Há quem gostasse de ter aquelas mãos a passear-se não só pelas pernas.

- Há gente doida espalhada pelo mundo, eu sei. – Ironizou Dalila, fazendo a feiticeira rir-se mais um pouco. – Mas espero que não tenhas vindo até aqui tentar convencer-me de que ele é fantástico porque caso seja isso, fizeste uma viagem perdida.

- Não, não vim elogiar o Ricardo. Vim pedir-lhe ajuda. – Suspirou. – Vou mesmo precisar de explicações para poder safar-me em coisas de matemática. Além disso, também vos trouxe os bilhetes de circo do meu papá que vem à vossa cidade no próximo mês.

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