Hello There

1x26 - Unmasked: Part 01

Além de Hannah e Jordana, Emily havia mandado mensagem para Robin e Connor, e o loiro havia chamado Trevor, assim como lhe foi pedido pela garota. Então, todos estavam a caminho. Pelo menos era isso que Emily desejava, pois não queria entrar lá sozinha, enfrentar os perigos por conta própria, ao mesmo tempo que queria. Pensava que, como era a responsável por aquilo tudo, teria de tomar a dianteira do grupo e liderá-los ali, mas a opção não parecia tão viável quando lembrava que o assassino também residia lá dentro.

O pensamento de que descobriria quem era o responsável percorreu sua mente, e isso foi o bastante para aumentar sua ansiedade. Emily tinha quase cem por cento de certeza de que o mascarado estava lá dentro, junto de Julia e Sean. A lembrança dos amigos fez um arrepio percorrer sua espinha, e ela teve o vislumbre dos nerds sendo torturados. Afastou o pensamento com um abano de cabeça, encarando, dessa vez, as árvores atrás de si. Conseguia ver a rua lá do outro lado, atrás do grande amontoado de carvalhos, e algumas poucas casas a um ou dois quilômetros.

Assim que o frio lhe arrepiou os pelos da nuca novamente, Emily checou o celular para saber se alguma notícia dos amigos havia chegado, e só então percebeu que ele vibrava e tocava. Havia ligado o som novamente, e o toque soava pela noite fria, ecoando para todos os lados.

Constatou que o assassino era quem lhe ligava pelo "Número Desconhecido" que brilhava na tela, e tentou não revirar os olhos e se conter, atendendo com um certo ar de raiva.

- Tá ligando pra se mostrar? - perguntou com farpas na língua, nem esperando para ouvir o que o assassino tinha a dizer.

- Não mesmo - ele respondeu.

Não houve surpresa por parte de Emily, que continuava encarando a enorme residência à frente, finalmente temendo até a própria sombra criada pelos postes da rua assim que a voz surgiu em seu ouvido.

- Finalmente ganhou uma - continuou o maníaco.

- Direto ao ponto, tudo bem? - Não estava com um pingo de paciência para brincadeiras. O peito apertava no desespero de achar que não deveria estar falando daquele modo com a pessoa que possivelmente poderia lhe trazer a morte, ou a de seus amigos. - Esse é o grande final, certo? Então, aqui estou. Venha me pegar.

- Deve estar frio aí fora. Por que não entra?

Mais uma vez, seus olhos percorreram cada janela e cada porta da casa em seu campo de visão. No entanto, todas as possíveis saídas e entradas estavam escondidas pela escuridão, de modo que seria impossível dizer se havia ou não alguém espiando por alguma delas.

- Há algo a mais, Emily - tornou o assassino. - Não é só você que eu quero.

- Quê? - Começou a ficar confusa. O que ele queria dizer com aquilo?

- Isso mesmo... Você é razoável, mas o Sean é o meu grande prêmio.

- Seu doente, do que tá falando? Onde ele tá?!

- Você é uma garota esperta, Emily. Descubra!

Então, quando desligou, percebeu o que deveria fazer. Não sabia o que o assassino quis dizer com "o Sean é o meu grande prêmio", e por isso temeu a possível resposta que lhe atingiu, pensando que o verdadeiro alvo poderia não ser si mesma, e sim Sean.

Emily andou para frente a passos largos. Não esperaria mais um segundo ali fora. Entraria na casa e descobriria quem era a pessoa que lhe aterrorizou por todo aquele tempo. Não podia deixar que Sean e Julia se machucassem, e por isso impediria o psicopata de concluir seu trabalho.

Marchando na direção da residência, atravessou o vazio quintal da frente, aproximou-se da porta de entrada e tocou a maçaneta, encarando o frio e aterrorizante corredor principal quando virou-a, entrando logo em seguida.