Após um ataque inesperado, um casal desatento encara a morte pelas mãos de um assassino, e as consequências tornam-se maiores do que o imaginado. Com isso, rumores começam a recair sobre a pequena e isolada cidade de Oakfield, no estado de Ohio.
O...
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Robin quebrou a roda de pessoas, apenas para que desse dois passos para trás e saísse dela novamente, regurgitando toda a sua janta no gramado. A cena foi forte demais para a fragilidade do garoto. Muito sangue para pouco estômago. Isso, sendo que o corpo já tinha sido levado, e ficou apenas a poça grande do líquido rubro no concreto sendo limpada por dois zeladores do colégio.
Robin sempre fora visto como um covarde, medroso e frouxo, sendo alvo de críticas e xingamentos constantemente pelos mais corajosos e populares do colégio. Principalmente por George Smith. Robin saciava o dia em que finalmente poderia se ver livre dos insultos do garoto. Sentia as mãos queimarem a cada xingamento provindo por ele, com uma vontade doentia de aperta-lhe o pescoço com tamanha força até que não lhe sobrasse mais ar dentro dos pulmões.
O garoto se apoiou na parede de concreto enquanto tentava recuperar o ar que lhe fora gasto, ainda com o gosto azedo na boca e os lábios sujos. A multidão atrás de si conversava de forma agitada, ninguém tomando a iniciativa de sair dali. E enquanto apoiava-se no muro, Robin sentiu quando um dos grupos dispostos pela grama começou a virar a cabeça em sua direção, atraídos pelo som da vomitada. Alguns o encaravam com pena, outros com nojo, e foi por todos esses olhares que o menino fechou os olhos, sentindo a tontura lhe abalar, abrindo-os somente segundos depois, quando uma mão tocou levemente seu ombro. Virou-se com cautela, e quase teve uma parada cardíaca ao ver de quem era a mão que lhe tocara.
Jordana parecia mais pálida do que normalmente era. Os lábios levemente arroxeados tremiam, provavelmente pelo frio, e seus olhos exalavam o desespero enquanto encarava o garoto, preocupada.
- Robin, você tá bem? - ela perguntou.
Robin rapidamente se recompôs e se virou devidamente para ela, mal parecendo o menino exausto de segundos atrás.
- Sim. É... Obrigado por perguntar. - Ele sorriu, nervoso.
- Não há de quê - respondeu Jordana, acompanhando seu sorriso. - E tá tudo bem. Com tudo o que tá acontecendo e esse corpo jogado no meio da escola, é meio difícil manter as coisas em ordem. Principalmente quando essas coisas tão dentro da gente. - Ela riu mais uma vez e Robin percebeu que ela falava do seu pequeno incidente de segundos atrás, notando que a menina tinha o sorriso mais lindo que já vira em sua vida.
Mal conseguia acreditar que realmente estava tendo um diálogo com ela, e sentiu-se feliz por Jordana realmente se importar.
- Aliás, sou a Jordana. - A albina estendeu-lhe a mão.
Robin hesitou um pouco, encarando a mão de Jordana com receio, mas logo a apertou também, engolindo em seco.
- Obrigado por ter dito isso - disse Robin, rindo. - Achei que todo mundo ficaria com nojo de se aproximar do moleque magrelo e vomitando.
- Eu não sou como todo mundo - respondeu, sorridente.