Após um ataque inesperado, um casal desatento encara a morte pelas mãos de um assassino, e as consequências tornam-se maiores do que o imaginado. Com isso, rumores começam a recair sobre a pequena e isolada cidade de Oakfield, no estado de Ohio.
O...
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"Você tem que perder
Não pode vencer sempre.
Você tem que perder
Não pode vencer sempre, não é?
Eu sei, menina bonita,
Estou vendo a confusão chegando."
- John Lee Hooker, You Got to Lose
A noite continuava fria, e o vento castigava a garota. Era notável que ali, a antiga residência dos Reed, era um lugar assombroso. Emily observava-a com certo receio, pensando no que faria até que Jordana e Hannah chegassem. Havia ligado para as duas à cinco minutos, e o tempo nunca foi tão lento quanto naquele momento.
A rua sinuosa de concreto seguia para ambos os lados de Emily, sendo ladeada por carvalhos altos. Esse tipo de árvore espalhava-se pela cidade inteira, sendo esse o motivo dela se chamar Oakfield - como um campo de carvalho. Os pinheiros apareciam ao redor da cidade, mas o interior era tomado por essa espécie de planta, então fazia sentido que se chamasse assim, por um lado. De qualquer forma, soava melhor que Pinefield.
A rua desaparecia atrás do paredão de árvores, sendo iluminada em alguns pontos pelos postes de luz. Contudo, a luminosidade dos postes não era capaz de clarear a casa dos Reed, que se mantinha imersa na escuridão.
A mansão residia em uma vasta clareira, escura como o céu acima da garota, longe o bastante de qualquer outra residência para que se tornasse notável o fato de nenhum vizinho ter escutado os pedidos de socorro de Victoria na noite em que foi morta. A janela da cozinha na parte da frente estava tampada por tábuas e algumas faixas amarelas, já que o vidro foi quebrado na noite do ataque. Mesmo depois tanto tempo, ninguém pareceu tomar atitude para recolocar o vidro, mesmo que o lugar tivesse voltado ao mercado.
As outras dezenas de janelas exibiam o interior escuro da casa, quase como olhos negros. Todas as portas estavam fechadas, mas Emily tinha a ideia de que provavelmente estariam destrancadas, para que os sobreviventes entrassem no local.
Observando melhor, percebeu que a mansão era extremamente grande. Poderia se perder facilmente lá dentro. Tinha apenas dois andares, mas era larga como um trem. Devia existir mais de quinze quartos no interior, todos feitos de madeira, que era outro material muito presente ali. Todas as paredes eram feitas de carvalho polido. Basicamente, era o lugar perfeito para o que estava prestes a acontecer.
Olhou ao redor, nervosa. Os braços estavam cruzados para tentar esquentar o corpo, pois nem mesmo a jaqueta adiantava mais. Emily pedia para que as amigas cruzassem a rua e viessem em sua direção, mas isso não aconteceu. Estando do lado paralelo à casa, tendo a rua separando-as, dizia para si mesma que não se aproximaria mais do que o suficiente para ter uma boa visão da residência.
