Capítulo XXXV ; Por Juliette

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Eu estava andando pelo campus da faculdade querendo desesperadamente um pouco de chocolate quente e meu namorado. Estudar dava preguiça, estudar no frio dava o triplo.

Naquele momento as coisas não estavam tão ruins porque minhas aulas do dia já haviam terminado e felizmente as de Jace também. Nós íamos nos encontrar para almoçar e depois íamos para o apartamento dele. Ele tinha me pedido pra não ir para a biblioteca naquele dia porque ele tinha uma surpresa pra mim e queria passar o dia comigo. E como Jace não era o tipo de namorado que fazia pedidos como esse, não me importei de largar a biblioteca por um dia.

Nós íamos nos encontrar perto do restaurante, então quando minha aula acabou fui andando até lá e quando cheguei encontrei Jace... Conversando com outra garota. Na verdade, ela estava claramente flertando com ele. Eu podia ser ingênua, mas não era burra, não se inclinava para alguém daquele jeito se não fosse flerte.

Ela era ruiva, alta e bem mais interessante que eu. Estava usando uma roupa descolada que eu nunca pensaria em usar e estava claramente flertando com ele.

Eu poderia ter ido lá e falado alguma coisa, mas eu estava me sentindo uma intrusa vendo uma menina que combinava muito mais com ele do que eu. Me senti constrangida e envergonhada.

- Princesa? - Ouvi a voz de Jace e levantei a cabeça - Vem aqui, por favor.

Eu fui andando até eles e quando cheguei Jace segurou a minha mão.

- Essa é minha namorada, Juliette. - Eu falei "oi" baixo, eu me sentia uma intrusa ali.

- Oi, eu sou Amanda. - Ela me deu um sorriso meio sem graça e estendeu a mão, a segurei e balancei.

- Muito prazer, Amanda.

Eu não tinha motivo pra sentir raiva dela, Jace teve um passado muito cheio quando se tratava de garotas e muita gente não sabia que nós estávamos em um relacionamento. Apesar de andarmos o tempo todo juntos, a maioria das pessoas nunca tinha visto beijos entre nós ou algo do tipo. Além do mais evidente, olhando pra mim e depois pra ele ninguém imaginaria que um relacionamento entre nós poderia existir.

Amanda se despediu de nós apressada e com as bochechas vermelhas e eu comecei a andar rápido e sem esperar por Jace assim que ela saiu.

- Ei, você está bem? - Ele perguntou enquanto apressava o passo para me alcançar.

- Estou ótima.

- Você tá com cara de que tá puta comigo.

- Eu não fico essa palavra feia que você disse, nunca.

- Você pode não gostar da palavra, mas você parece puta comigo.

- Você não recuou, Jace. Ficou parado enquanto ela flertava com você e ainda apresentou nós duas como se a situação fosse melhorar de alguma forma.

- Eu não estava deixando ela flertar comigo, eu ia me afastar e contar que tenho uma namorada, só que você chegou antes. - Eu não falei nada, só continuei andando. - Espera, você está com ciume dela?

- O problema não é ela, Jace. Você se envolveu com a metade das meninas do campus. Você tem muita bagagem. Eu escuto elas falando de você, no banheiro, pelos corredores, durante a aula. Uma vez eu ouvi uma menina contando para uma amiga como tinha sido fazer sexo com você. Eu não levo essas coisas pra você porque eu sei que isso faz parte do seu passado e eu não quero trazer isso para o nosso relacionamento, mas isso me machuca. Eu tento ser compreensiva em relação isso, mas por algum motivo hoje eu não estou conseguindo.

Nós andamos o resto do caminho até o restaurante em silêncio e chegando lá nos sentamos de frente para o outro e eu fingi estar lendo o cardápio quando na verdade estava só escondendo meu rosto. Quando o garçom chegou para anotar os nossos pedidos eu pedi a primeira coisa que vi porque não estava prestando muita atenção.

O Homem Que Me AmaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora