Capítulo XXXI ; Por Jace

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Com uma mala cheia de roupas novas, usando um moletom rosa felpudo e segurando um cobertor, Juliette entrou no carro para viajarmos juntos para Boston, quatro dias antes do natal.

No dia anterior, nós havíamos feito uma comemoração de natal adiantada junto com Alice e Sean. Nós pedimos comida, ouvimos músicas de natal e trocamos presentes. Bem, eu e Juliette náo trocamos presentes entre nós porque faríamos isso em Boston. Já Alice e Sean passariam o natal separados, cada um ficaria com a sua família e isso deixou Alice ainda mais dramática, ela tinha praticamente sufocado Juliette quando elas se despediram. Mas eu também sabia que Alice estava feliz por ela, Juliette ia ter várias pessoas pra compartilhar o natal e não apenas o pai dela.

- Por que o cobertor? - Perguntei.

- Eu provavelmente vou acabar dormindo no caminho.

O sinônimo de Juliette era dormir, então eu também esperava que aquilo fosse acontecer.

- Mas eu vou fazer o possível pra te fazer companhia a maior parte da viagem para que você não se sinta entediado ou com sono. - Ela continuou.

Nós estávamos indo viajar de manhã e como estava nevando a viagem demoraria mais porque eu não poderia dirigir tão rápido.

- Eu vou ficar bem. Dirigir não me deixa com sono ou algo do tipo. - Expliquei.

- Eu não quero ser a namorada que te abandona nos momentos chatos. Então vou fazer o possível pra me manter acordada o máximo possível.

- Eu não me importo com isso, princesa. Você está com sono e nós dois sabemos disso, então não precisa se esforçar pra ficar acordada. É bom pra vocês descansar um pouco antes de conhecer a minha mãe. - Ela empalideceu - Princesa, eu não estou falando dessa forma. Ela vai ficar tão animada com você que não vai te deixar quieta. Só isso, não precisa se preocupar.

Ela me lançou um pequeno sorriso, mas eu ainda percebia a tensão sobre ela.

Eu me inclinei sobre ela, a cobri com seu cobertor e coloquei o cinto de segurança nela.

- Você sabe que eu estava super nervoso quando conheci o seu pai? - Perguntei.

- Sim, mas você fingiu que estava tudo bem mesmo que eu tenha percebido.

- É. Agora você está fazendo o mesmo por mim, mas não precisa ser assim. Não precisamos esconder nossos sentimentos do outro. Tudo bem ficar nervosa, você nunca pensou em ter um namorado e agora está indo conhecer a família do seu namorado. - Ela me deu um sorriso tímido - Mesmo assim tente relaxar e ficar calma, porque não tem absolutamente nada em você que eles não vão amar.

Ela deu um sorriso aliviado e um beijo na bochecha como agradecimento.

- Na bochecha? Qual é? Eu sou seu namorado agora! - Resmunguei e ela riu.

- Você é meu melhor amigo também. - Ela riu - Obrigada, Jace. Você é o melhor!

Eu nunca enfrentei problemas de confiança antes, na verdade era o contrário, alguns poderiam até dizer que eu era arrogante ou prepotente, mas toda vez que Juliette me fazia um elogio ou algo do tipo eu me sentia de novo como um virgem de treze anos recebendo atenção de uma gostosona mais velha do colegial - eu não me sentia digno daquilo.

E por isso eu tinha um medo da porra de perdê-la. Um dia ela poderia perceber o quanto era boa demais pra mim e me deixar. Juliette era boa, pura e doce, não era um maldito egoísta como eu.

Como se soubesse as coisas que passavam pela minha cabeça, ela me deu um beijo curto e acariciou o meu rosto.

- Vai dar tudo certo. - Eu não sei se ela falou isso mais pra mim ou pra ela, mas eu me senti melhor de alguma forma.

O Homem Que Me AmaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora