Cp. 36

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Jason.

Eu estava vivendo num estado de fúria permanente. Estava puto e furioso por não conseguir tirar a Megan da minha cabeça e bravo por ligar se ela preferia passar o Dia do meu aniversário comigo ou com o Sr. Perfeitinho. O resultado é que, nesses últimos dias, eu agia como um babaca com todo mundo que ousasse cruzar meu caminho.

Mas hoje eu estava esperançoso e animado para ver Megan. Aquela ruiva fez alguma coisa comigo. Mas aí ela apareceu de vestido azul-marinho, parecendo que tinha acabado de sair de uma revista de carros antigos, com aquele vacilão de coletinho atrás dela dando uma de cachorrinho perdido. A Megan é problema demais para eu lidar neste momento. Aquelas pernas intermináveis e aqueles lábios vermelhos levam meus pensamentos justamente aonde não devem. Como ela estava lá com o James, saí andando, e fui para meu escritório enquanto as aparelhagem estavam sendo montadas.

Mas surtei só de pensar em fazer um show me sentindo tão instável. Peguei a primeira coisa ao alcance da minha mão (a garrafa de whiskey que eu
estava bebendo) e joguei contra a parede. Os seguranças da porta pararam e ficaram olhando para mim com curiosidade e cuidado. Parecia que eu ia me partir em mil pedaços. Resolvi me trancar no escritório até conseguir me recompor. Estava com dificuldade para respirar e vendo no reflexo da mesa como os meus olhos estavam com uma expressão de loucura. Ia jogar uma água fria no rosto e tentar recuperar pelo menos um pouco de controle quando ouvi uma voz calma dizer meu nome, do outro lado da porta.

Eu já ia gritar para essa garota me deixar em paz, mas nem tive chance, porque ela abriu a porta e cruzou os olhos com os meus. Só consegui ficar olhando para ela enquanto todos os sentimentos que eu estava tentando reprimir vieram à tona de uma só vez. Ouvi a Megan me perguntando o que havia de errado comigo e exigi que ela me respondesse o que estava pensando quando trouxe aquele idiota para a boate. Mas tudo isso era apenas um ruído de fundo perto dos gritos poderosos que vinham da minha cabeça quente.

Nem percebi que fui andando na direção da Megan. Não percebi que empurrei ela contra a porta com meu corpo. Não percebi que enfiei os dedos naquele cabelo cor-laranja e sedoso, que ficou preso nos meus anéis. Ouvi a menina ficar sem fôlego quando minha língua alcançou o meio daquela boca quente. Eu ia me afastar, pedir um milhão de desculpas e dizer que aquela semana tinha sido uma merda. Mas, antes que eu pudesse fazer isso, ela passou os braços no meu pescoço e senti que toda resistência dela e todo o controle que eu estava tentando manter tinham se esvaído em um murmúrio de prazer.

A gente estava na altura exata para eu pôr o joelho no meio daquelas pernas incríveis e me esfregar ainda mais nela, que se jogou contra a porta. A Megan tinha gosto de vinho e de desejo e tive quase certeza de que essas duas coisas estavam me deixando bêbado. Quando sussurrou meu nome, qualquer pensamento racional que eu tinha, que não deveria estar encostando nessa mulher assim desse jeito, muito menos no meu escritório, foi para o espaço.

Ela tirou os dedos do meu pescoço e passou pelas costas da minha camiseta preta. Por mais que isso tenha sido mais gostoso do que qualquer coisa que eu senti há muito tempo, ficar grudado nela dos pés à cabeça não era suficiente, então soltei seu cabelo e coloquei as mãos por baixo daquela sainha armada. Quando peguei naquela coxa durinha, esperava encontrar um pouco mais de relutância. Mas passei as pernas dela em volta da minha cintura e pus meus dedos sedentos naquela parte do seu corpo que eu não devia nem chegar perto. Foi rápido. Ela teve zero de resistência e deu vários suspiros de surpresa.

Aí arregalou aqueles lindos olhos, mas em vez de me pedir para parar ou me mandar à merda, sussurrou meu nome. E enterrou a ponta dos dedos nas minhas costas, bem em cima da bunda. A gente estava se olhando nos olhos, nossas testas quase se tocavam, e dava para ver todas as reações dela aos meus toques naquelas profundezas reluzentes e úmidas. Quando passei os dedos embaixo da calcinha de renda, vi um olhar que me fez ficar ainda mais duro do que já estava. Tinha certeza de que aquilo não era muito confortável. A Megan estava tremendo, e eu não sabia se era por causa do metal frio dos meus anéis, que apertavam a sua pele nua ou porque eu tinha pegado ela de jeito, e a Megan estava ali, toda exposta, prestes a ser tocada de maneiras que eu sonhava em fazer. Seja lá o que for, estava segurando o meu cabelo, já todo bagunçado, com tanta força que quase doía, e seus olhos ficaram meio fechados.

Ela puxou minha cabeça mais para perto, para as nossas bocas ficarem alinhadas, e me beijou. Entrei naquele calor úmido da sua boca e soltei um palavrão, porque estava quente e escorregadia; parecia que eu tinha fogo na língua e nos dedos. Me abaixei, para o meu antebraço ficar encostado na porta, em cima da cabeça dela, e cheguei ainda mais perto. As mãos seguravam meu cabelo e minha pele, tensas. Fiquei enfiando e tirando os dedos nela, e alisei aquela parte dela que latejava e queimava de desejo pelo meu toque. Cada gemido, cada suspiro me fazia ir mais rápido, tocá-la de um jeito que eu tinha certeza que a faria ter seu primeiro orgasmo.

Senti ela tremer nos meus dedos e fui para trás para beijá-la com força e bem rápido, logo antes de ela ficar toda mole, e aqueles olhos se iluminarem como se fossem fogos de artifício de tanto tesão e satisfação. O peito dela subia e descia rápido, e a lucidez estava voltando devagar, quando ouvi um soco na porta bem atrás da sua cabeça relaxada. Ela pulou de susto.

- Ô, Jason! Você tem que subir no palco em dez minutos. Dá para parar de ser retardado e sair daí para fazer essa merda? - o Gael estava irritado, e eu não podia culpá-lo por isso. Estava agindo de um jeito instintivo e tinha uma plateia gigante que tinha pago um bom dinheiro esperando.

Puxei a Megan da porta e soltei minhas mãos para longe dela. Ela se inclinou para trás, e a gente ficou se olhando, com cara de desconfiado, sem falar nada. Passei as mãos no rosto, o que foi um erro, porque estava com o cheiro dela, e isso não ia me ajudar nem um pouco a controlar a situação mais do que desagradável que rolava nas minhas calças. Que já são justas, mas ela as deixou insuportáveis.

- Preciso ir nessa. - falei. A Megan mordeu o lábio, e tudo o que eu mais queria era encontrar uma superfície plana qualquer e exigir que ela fizesse um uso melhor daquela boca.

- Jason? - disse ela, antes de eu ter tempo ou a capacidade de pensar nas consequências dessa ficadinha. Só sacudi a cabeça e pus a mão em volta dela para girar a maçaneta.

- Olha, você sabe tão bem quanto eu o que tenho para oferecer: uma trepadinha rápida no sofá do escritório. E nós dois sabemos que você merece uma noite numa cama king size com lençóis de seda. Não vou pedir desculpas, mas posso te dizer que isso não vai mais acontecer. Ok? - achei que ela ia fazer cara de remorso ou de vergonha.

Não estava preparado para ela ficar puta. Aqueles olhos cor de menta se acenderam com um fogo que nunca tinha visto antes. E, antes que eu pudesse reagir, ela deu um tapa na minha cara com tanta força que meus dentes bateram e meu rosto ardeu.

- Merda, Megan! - aí ajeitou aquele cabelo ruivo e abriu a porta. Odiei o fato de adorar como ela estava amassada e com cara de bem comida, e que tinha sido eu o responsável por aquela bagunça.

- Caso você tenha esquecido, fui eu que te ofereci uma noite numa cama king size com lençóis de seda, seu cretino. E você não quis. Disse que eu mereço muito mas e disse que não era um bom homem para mim. Se parasse de tentar me dizer por um segundo o que eu mereço ou deixo de merecer, talvez conseguisse enxergar que o lugar não é importante, mas a pessoa, sim. - fiquei em silêncio de tão chocado. Mas ela era boa, estava puta, e é óbvio que não ia parar por aí - E, só para saber, terminei com o James ontem porque, toda vez que ele tentava me tocar, toda vez que tentava me beijar, eu tinha que fingir que era você para conseguir aguentar. Mas tem toda a razão, Jason, isso não vai mais acontecer, porque você não sabe nem a metade do que acha que sabe sobre mim. Toda vez que eu acho que está começando a entender, ou pelo menos tentando, só faz eu me sentir uma otária.

Então abriu a porta com força, num ataque de indignação. O Gael estava me olhando com cara de que tinha entendido tudo, enquanto ela saía do escritório parecendo uma rainha das deusas. Vi que o Gael abriu a boca, mas só espremi os olhos, apontei para ele e disse:

- Nem começa.

Chocada com esse capítulo!
Dei meu máximo para sair um bom resultado.

Até amanhã ❤️

O Homem da Boate. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora