Parte 1

35 5 50
                                    

Continuação...

- Ruther! - Gritou, mas seu grito saiu baixo. - Ruther Rovi!

Por um breve momento ficou em silencio, depois escutou o tilintar da armadura e o passo apressado, o guarda descia as escadas correndo, escutou ordens para abrir o portão, fora aberto apenas um, o suficiente para ele passar.

- Ruther! - Exclamou o guarda de alegria e correu de forma desajeitada para abraça-lo, de vez em quando levantava a cinta de sua espada que sempre lhe descia a cintura. - Que bom que você voltou! Senti sua falta, achei que voltaria somente após a guerra acabar.

Ruther o analisou, e logo o reconheceu.

- Marcos, o que faz nos portões? Da última vez que o vi, era escudeiro do cavaleiro Erad An Yaffre.

O sorriso de garoto de Marcos lentamente desapareceu.

- Eu era, mas durante a batalha nas cidades de Jerv e Zurid, ele morreu. Então fui enviado de volta e nomeado o senhor dos portões! - Seu sorriso se alargou novamente, levantou a cinta da espada. - Da para acreditar? De um escudeiro para senhor dos portões!

- Parabéns, Marcos. - disse Ruther a contragosto, Marcos agia as vezes como criança, assim ele se sentia forçado a trata-lo como tal, algo que não gostava. Porém, Marcos compensava com sua inteligência e postura de um verdadeiro soldado quando se recebe ordens.

- E olha só isso! - Apontou para os adornos da armadura. - É tão bonito, Ruther. Cada detalhe é magnifico, aqui ó. - Passou o dedo sobre as três estrelas.

- O brasão está perfeitamente desenhado, os Dellatos são ótimos forjadores, diferente dos Orind. E olha isso. - Puxou sua capa. - Essa cor verde esmeralda é tão bela, tem cheiro de arvores, e o tecido é tão macio. É primeira vez que uso uma delas, antes apenas colocava nos cavaleiros, agora tenho uma!

- Que bom, Marcos. Elas de fato são bonitas. - O soldado sorriu.

- Tudo bem, chega disso. Vamos, entre. A quase todo momento cavaleiros chegam em Avijdera. - Marcos o ajudou a caminhar.

- Está sabendo das notícias? Lensy e Aedor marcham contra nós, eles reuniram suas forças e somam um total de duzentos mil soldados! Pelo menos é o que dizem os batedores.

Entraram pelos portões que se fecharam atrás de suas costas. Havia vários soldados vestindo a mesma armadura que Marcos, todos eles guardavam os portões, no chão guardavam os soldados de lanças e espadas, acima nas muralhas, os arqueiros vigiavam atentamente as planícies e florestas a vistas.

Ruther sentiu-se melhor e passou a andar sozinho.

- Veja, além de nós e os soldados, quase não tem ninguém nas ruas. - disse, enquanto caminhavam até a praça, onde estava a estátua do rei mago, o fundador de Avijdera.

- Assim é triste de andar pela cidade, não vemos mais as crianças correndo atrás de gatos e pássaros mágicos, os comerciantes evitam vir ou sair daqui. Essa guerra está ofuscando toda beleza que ela tem.

Assim eles caminharam até o centro da praça, onde tinha uma fonte, Marcos não parava de falar da súbita mudança da cidade, comentou sobre as batalhas vencidas e sobre sua aventura como escudeiro do cavaleiro Erad An Yaffre.

- Ele foi um grande soldado, durante as lutas ele nunca sujava sua armadura, ele ia e voltava com ela intacta, brilhante, sem um pingo de sangue, muito me pergunto como ele fazia isso. Ele também nunca deixava acompanha-lo nas lutas, queria ter visto ele lutando! E Freine Forle... você devia ver, tive a chance de vê-lo lutar, e ele luta como um verdadeiro feiticeiro!

Ruther sentou em um banco, massageava seus ombros, ainda sentia dor pelo feitiço mal feito.

- Freine está aqui?

Eren - A ConquistaWhere stories live. Discover now