CAPÍTULO 18

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Micaela on

Acordo tonta, pisco várias vezes para me recuperar. A voz da doutora Lilian ecoa pelo quarto.

-Filha.-Segura minha mão.-Como você está se sentindo?

-Fraca.-Respiro fundo.

Depois da crise de tosse, não quis mais conversar com meus pais. Minha maior vontade no momento é saber como eu saí daquele lugar horroroso e parei em um hospital.

-O Peter estava aqui... Cadê ele?-Está difícil falar, o ar fica pesado.

-Ele foi para casa, disse que não ia voltar hoje.-Assinto.-Por quê?

-Quero conversar, foi uma noite tensa.- Engulo seco.

-Precisamos mesmo conversar, seu pai odiou saber que saiu com o Peter... Ele pediu para seu amigo se afastar.

-Claro.-Bufo.-O que aconteceu não foi culpa do Parker.-Afirmo.

-De ninguém Mia.

-Não pode afirmar isso.-Respiro fundo.- Vou mandar uma mensagem para o Peter, seria injusto deixar de agradecer.

-Outra coisa...-Fala enquanto digito.-Seu pai pediu seu afastamento do estágio.

-O que?-Largo o celular.-Ele não tem o direito de se meter no meu emprego.

-Você não precisa desse trabalho, nós te sustentamos.-Reviro os olhos.-Eu fui na universidade, vai voltar a frequentar suas aulas. Acredite meu amor, será melhor assim.

-Melhor?-Resmungo.-Para quem?-Fito seus olhos.

-Mia...-A interrompo.

-Quero ficar sozinha.

Eles querem me afastar de tudo e de todos. Cortar o estágio foi demais. Será que eles sabem do Harry? Meu possível irmão....

Não! Não quero e nem posso acreditar em um sequestrador, por culpa dele estou aqui.

O médico entra na sala acompanhado da enfermeira.

-Algum problema?-Pergunto.

-Sou o doutor Rhodes.-Se apresenta.-Seu exame toxicológico descartou todos os tipos de drogas.

-Então o que ela teve?-Minha mãe pergunta.

-Tem alguma alergia?-A enfermeira acusa.-Ingeriu algo que não devia?

-Não.-Afirmo.-Eu tive dores de cabeça durante a semana.-Minto.

-Febre?-Confirmo.-Tudo bem, bate com os sintomas da gripe.

-É vacinada?-Rhodes questiona.

-Sim.-Minha mãe responde.-Mas a temperatura estava muito alta para um simples resfriado.

-Tem razão, mas não vamos descartar esta hipótese.-A enfermeira explica.

-Me sinto melhor, quero ir para casa.

-Sua temperatura está regular, vamos providenciar sua alta.-O doutor avisa.

-Fique feliz, foi um grande susto.-A enfermeira diz.

-Que alívio.-Suspiro.

-Doutor eu também sou médica, tem certeza que é apenas uma gripe?

-Mãe...-Chamo sua atenção.

-Ah... Podemos fazer mais exames, mas de acordo com os sintomas que a Micaela nos apresentou... Acho difícil ter outro diagnóstico.

-Ela é super protetora.-Aviso.-Posso me arrumar para ir embora?

-Sim, vou preparar a papelada.-A enfermeira anuncia.

-Com licença.-Rhodes sai do quarto.

Espero a enfermeira tirar o acesso do meu braço, tomo banho, uso o conjunto de moletom que minha mãe trouxe.

Saímos do hospital para encontrar meu pai escorado no carro, com os braços cruzados ele confere o relógio de pulso.

-Meu amor.-Abre os braços.

Ignoro seu gesto, entro no carro e permaneço em silêncio. Encosto a cabeça na janela. Harry ocupa a maior parte dos meus pensamentos durante a viagem.

-O que esse garoto quer aqui?-Meu pai reclama.

-Eaton! Por favor!-Minha mãe adverte.

-O que foi?-Solto o cinto quando o carro para.-Era o Parker?

-Sim.-Ela assume.

-Onde pensa que vai?-Meu pai me segura.-Acabou de sair de um hospital.

-Eu preciso falar com ele.-Me solto do seu aperto.-É importante.

-Amanhã.-Insiste.-Agora sobe!

-Era melhor ter ficado no navio.

-Para o seu quarto agora!-Lilian manda.

Obedeço. Estou exausta para esse conflito. Me tranco no quarto. Mesmo com os olhos cheios de lágrimas, sou incapaz de derramá-las.

Sinto o calor percorrer meu corpo, e com ele a fraqueza. Meu reflexo mostra que estou brilhando.

Como se minhas veias fossem cheias de faíscas e não sangue. Minha pele está laranja, com a coloração cada vez mais vibrante.

Seja o que for, que eu não exploda!

Em um piscar de olhos tudo volta ao normal. Continuo estática na cama. O que acabou de acontecer?

São muitas perguntas sem respostas.

-Oi?-Lilian bate na porta.-Vem jantar conosco?

-Estou sem fome.

-Tá...-Hesita antes de descer.

Olho para a janela onde meu cantinho parece me chamar. Pulo para o outro lado, me sento na escada de incêndio.

Karina Osborn...

Esse nome... Será que...

Quer dizer, baseado na história de que meu irmão me sequestrou, talvez eu...

Quer saber? Estou enlouquecendo!

-Oi.

Me assusto ao olhar para cima. O que ele está fazendo aqui?

PETER PARKER: O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA? [REPOST]Where stories live. Discover now