💌 19 - Louisa 💌

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    - Não estou com fome. - suspirei - Desculpa pelos pedidos, devo ter entendido errado.

    - Muito errado. - fechou os olhos, se concentrando e voltou abri-los - Tortilha, foi para sanduíche. Suco de abacaxi, foi para suco de caju... Qual a ligação disso?

    Odeio tudo que vem dela.

     - Desculpa. - repeti.

    - O que foi? - pegou a minha mão - Pode confiar em mim.

    Odeio tudo que vem dela.

     - Coisas da escola. - dei de ombros e puxei minha mão.

     Era um péssimo dia para o Coruja estar de folga. Eu não daria conta de atender aquelas pessoas com a cabeça em Marte.

     - Você atende? - Robert estralou os dedos na frente do meu rosto.

     - Atende quem? - respirei fundo.

     - Eles. - Robert apontou para a porta, onde Coruja, um garoto extremamente parecido com ele, uma mulher linda e um homem muito maravilhoso entravam. Poderia facilmente imaginar eles andando em câmera lenta enquanto uma música tocava ao fundo. Senti minha boca se abrir involuntariamente.

    Eles eram ricos, aquilo era óbvio. Por que o Coruja trabalhava? Claramente não havia necessidade para isso.

    - Ai não. - resmunguei.

   - Eu atendo. - Robert falou, estufando o peito.

   - Pode deixar. - respirei fundo - Eu vou.

   - Certeza? - Robert arqueou uma sobrancelha - Por favor, não erre o pedido.

   - 'Tá bom.

    Senti meu coração se acelerar a cada passo que eu dava, me aproximando deles. Os olhos de Coruja se encontraram com os meus e um sorriso cresceu em seus lábios, fazendo um sorrisinho sem graça crescer nos meus.

    - Boa noite. - os cumprimentei, naquele dia, eles eram clientes. Os clientes que eu não queria errar os pedidos de forma alguma - Já decidiram o que pedir?

    - Boa noite, Zumbi. - piscou para mim e apontou para sua mini cópia - Esse é o Hugo, meu irmãozinho.

    - Iai, Zumbi? - Hugo levantou a mão para mim, arqueei uma sobrancelha, sem entender a princípio, mas logo percebi que era uma espécie de cumprimento e bati em sua mão.

    - Então, é você que se chama Zumbi. - a mulher abriu um lindo sorriso - Sou a Cristina, mãe desse troço aí, mas pode me chamar de Cris.

    - Na verdade, meu nome é Saphira. - pigarreei.

    - O Heitor e esses apelidos. - o homem sorriu e balançou a cabeça - Sou o Higor.

    Três homens com H maiúsculo, literalmente.

    - Essa é a garota que enche minha paciência todo dia. - Coruja cochichou para o irmão, fazendo os pais revirarem os olhos.

    - Mas ela é bem mais bonita do que você falou. - Hugo cochichou de volta.

    - Não é pra tanto.

    - Se você dormir no ponto, eu quero ela. - Hugo sorriu.

    - Você tem 6 anos! - Coruja o olhou indignado.

    - Ignore eles. - Higor falou.

    - É o que eu mais faço. - abri um sorriso sincero - Mas, o que vocês vão pedir?

Isso é um AdeusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora