💌48 - A batalha de cada um💌

29 2 1
                                    

Eu e Coruja não tentamos nada além de beijos pelas próximas semanas, focando apenas em estudar para as provas finais. Eu não tive nenhuma iniciativa e ele também não, parecia que estava sempre apreensivo ao me tocar. Claramente não podia culpá-lo, afinal, não havia dado nenhuma explicação sobre o meu comportamento no outro dia.

No dia 10 de dezembro recebemos todos os resultados das provas. Havia conseguido. Coruja também. Fiquei feliz por aquilo, ele realmente tinha se esforçado no final, por mais que não se importasse muito com a escola, não queria reprovar de ano novamente.

Foi em um dia ensolarado, quando estávamos estudando na praça, que ele me contou que quando completou 14 anos, teve uma fase intensa de rebeldia, a qual o fez faltar por diversas vezes na escola, resultando em sua reprovação ao final do ano. Nesse período, ele teve diversas brigas com seus pais e contou que havia pensado até em fugir de casa.

Não sei com detalhes tudo o que aconteceu naquela época de sua vida, ele foi muito sucinto em cada palavra e não sabia se podia ficar perguntando sobre. Só sei que depois de sua fase rebelde, ficou um ano tranquilo, se dedicando à escola; porém, aos 16 anos entrou em uma fase de depressão profunda e acabou deixando a escola de lado novamente.

Logicamente quis perguntar mais sobre essa fase de sua vida, queria saber mais sobre ele. Mas ele apenas disse que estava bem agora e voltamos a estudar.

Nossa conversa atiçou a minha curiosidade e, pela primeira vez, o pesquisei nas redes sociais. Não, nunca havia pesquisado. Praticamente nunca mexia no Instagram e nem em qualquer outra rede social, por isso, quase nunca me lembrava da existência delas.

A última foto que havia postado fazia praticamente dois anos.

E, pelo jeito, Coruja também era assim. A última foto que ele havia postado, era há quase um ano, quando ainda estava no Canadá. Na neve.

Neve parecia tão legal.

Meu celular vibrou indicando que uma mensagem havia chegado.

Coruja: Cadê você? Vamos sair daqui 20 minutos!

O que?

Olhei as horas. 12:40. Ele e sua família iriam de carro até a capital para pegar o avião e depois viajarem. Dei um beijo na minha avó e saí correndo do asilo, enquanto digitava uma mensagem.

Estou chegando!

Quando virei a esquina e avistei a casa de Coruja, já estava suada. Parei de correr e respirei fundo, recuperando o fôlego. Ele já estava na porta da casa, batendo o pé direito impacientemente. O carro também estava ali, com o porta-mala aberto, algumas malas dentro.

- Desculpa. - foi a primeira coisa que disse - Estava no asilo e não olhei as horas.

- Pensei que não ia vir se despedir. - tirou algumas mechas do meu cabelo que deviam estar pregadas na minha testa - Como foi lá?

- Ela continua apenas dormindo, quando acorda reclama de dor e não usa o banheiro há dias. - suspirei - Mas combinei com a Nat que vou passar o Natal lá, vamos fazer uma ceia dia 24 para o pessoal.

- Fico feliz em saber que não irá passar o Natal sozinha. - abriu os braços, me fazendo abraçá-lo e levantar a cabeça para lhe dar um selinho - Vou te mandar mensagem quando chegar lá, 'tá bom?

- Aham. - o abracei mais forte - Vou te manter informado de tudo que acontece aqui.

- Ok. - sorriu - Aproveita a formatura do Caio amanhã, depois me conta como foi, ok?

- Ok. - concordei com a cabeça, enrugando o nariz.

Iria pegar o voo naquele dia às 18 horas e ainda não havia terminado de arrumar minha mala, muito menos sabia que roupa usaria no evento. Mas não pensei naquilo. Apenas continuei o abraçando até Cris, Higor e Hugo saírem da casa, acompanhados de Storm, saltitante como sempre. Eles iriam deixá-la em um hotel para cachorros na capital.

Isso é um AdeusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora