💌 17 - Uma linda bagunça 💌

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        - Precisamos conversar. - Coruja falou, cruzando os braços.

       - Eu odeio essa frase. - bufei, enquanto amarrava o meu cabelo para começar a trabalhar.

       Assim que saí da casa de Kayla, acabei decidindo colocar a carta na caixa de correio dele, mas antes adicionei a seguinte frase: VOU TE MATAR. Em letras maiúsculas. 

      - Eu também. - bufou, parecendo extremamente irritado - Você respondeu a carta e eu achei o máximo... até ler as duas últimas frases. Como assim?

       - Não me mande mais cartas e eu vou de matar. - dei de ombros, pegando meu bloquinho.

       Eu confiava em Kayla e realmente gostaria que ela também confiasse em mim e para isso, eu teria que ser digna de confiança, o que com certeza significava não me aproximar nenhum milímetro do Coruja. Porque eu havia falado que não queria dividir e não queria mesmo, então teria que me manter longe para não cair em tentação e nem quebrar minha palavra.

       Por isso entreguei a carta. Talvez o certo seria não entregar, mas eu já tinha escrito e deixei claro que não queria mais nenhuma carta vinda dele.

       Eu tinha tudo sobre controle.

       Menos o mal humor repentino que me atingiu, assim que eu olhei para a cara dele. O que eu não entendi nem um pouco.

       - Por que eu não posso te mandar mais cartas e por que você vai me matar?

       - Porque eu não gosto de você.

       - Qual é o seu problema? - me segurou pelo braço, quando fiz menção de atender uma mesa.

       - Qual é o seu problema? - devolvi, puxando o meu braço e andando até a mesa que precisava ser atendida.

       - Se você não me der respostas vou ter que te escrever outra carta. - me seguiu.

       - O que vocês desejam? - o ignorei e coloquei toda a minha atenção no casal de idosos à minha frente.

       - Suco de laranja e uma torta de camarão. - Coruja respondeu por eles, abrindo um sorriso enorme - Acertei?

       - Você sempre acerta, querido. - a senhora respondeu.

       - Saí daqui. - resmunguei, anotando os pedidos.

      - Eles me amam. - sussurrou no meu ouvido.

       - Daqui a pouco trago o pedido de vocês. - sorri para eles, ignorando o arrepio que percorria o meu corpo.

      - Zumbi, por favor. - ele me seguiu para o balcão, enquanto eu passava o pedido a Robert - Eu só quero saber o que fiz para ser odiado.

      - Nasceu. - respondi.

       - Para de encher o saco dela, Heitor. - Robert falou - E Saphira, não desconte esse seu mau humor nos clientes.

       - Eu não estou de mau humor. - franzi o cenho e me dirigi até a mesa onde Jonas e seus pais haviam acabado de se sentar.

       - Sua namorada é bipolar, Robertizinho. - ouvi Coruja dizendo e levantei o dedo do meio para ele.

       - Olá, Dona Laura e Seu Carlos... Iai, Jonas? - os cumprimentei, tentando controlar minha respiração.

       - Já falamos que pode ser Carlos e Laura. - Carlos falou.

       - Tudo bem. - sorri - O que vocês vão querer?

        - Qual a sua sugestão, nova garçonete? - Jonas piscou para mim.

Isso é um AdeusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora