22. Não entrar em pânico

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Faltava dois dias para ir embora, e já sentia saudade de tudo que havia conhecido na ilha e principalmente da Sra. Sampaio, nos últimos dias nós tornamos ainda mais íntima, porém me sentia culpada por está enganado ela.

-- Ei você tem planos para hoje? -- Simon perguntou saindo do banheiro.

Nos últimos dias, Simon parecia outra pessoa. Mas comunicativo e sempre querendo está por perto, fazendo até o planejamento das atividades, porém hoje não decidimos ainda nada.

-- Podemos nadar com as tartarugas -- propus.

Ele se jogou na cama ainda com a toalha enrolada no corpo e declarou.

-- Estava pensando em algo apenas para eu e você, deixaremos Charlie com a Sra. Sampaio.

Eu o encarei e perguntei.

-- E o que séria?

-- Segredo -- ele falou e piscou para me.

Fiz cara de pensativa e logo respondi.

-- Sairemos que horas?

Ele pulou da cama me assustando.

-- Esteja pronta em vinte minutos, o resto e comigo.

Simon não deixou eu reclamar sobre o fato de não saber nosso destino, pois saiu em direção ao quarto de Charlie, e como uma ordem eu tomei um banho rápido e vestir uma roupa mais confortável, ao sair do banheiro ele já se encontrava vestido e Charlie estava ao seu lado.

-- Já liguei para a Sra. Sampaio que ficou super feliz em passar o dia com esse pestinha. -- Simon falou e baguncou o cabelo do filho.

Era a primeira vez desde que Charlie nasceu que eu teria um momento à sós com Simon, e por mais que fosse errado eu estava me sentindo animada e querendo prolonga minha estadia na pequena Ilha, mas não poderíamos, ainda tínhamos duas horas de vôo para encarar uma família a nossa espera. E aquilo sim me tirar a paciência, eu veria meu pai novamente.

Mas esse era um pensamento para outra hora.

-- Isso me faz lembrar de quando éramos mais jovem, e saíamos pela cidade como dois inconsequente. -- Ele falou rindo e prestando atenção na estrada.

-- De quando éramos mais jovem? -- Enfatizei aspas no ar -- Quantos anos temos, sessenta?

Ele sorrir e tentar desviar sua atenção para meu lado.

-- Atenção na estrada Simon -- falei

-- Certo, Sra. Presley.

Depois de mais longos minutos de silêncio resolvo pergunta.

-- Você saber para onde está me levando ou está perdido? -- Perguntei.

-- Eu conheço essa ilha com a palma da minha mão, não preciso de GPS.

-- Falou o garoto que se perdeu na cidade que nasceu. -- falei tentando não rir ao lembrar do episódio.

Depois de mais uma sessão de aula particular, notei que Simon estava estranha então o chamei para tomar sorvete. Mas Simon estava tão fora de órbita que pegou o caminho errado e para completa a sorte a gasolina acabou. Tivemos que voltar para casa caminhando, e por mais que meus pés tivesse  ficado com bolhas naquele dia, minha consciência estava feliz, pois Simon sorriu e esqueceu do que lhe afligia.

-- Marcelo me mostrou a ilha, ele quer fazer um mapa virtual de todos os pontos atrativos de Fernando de Noronha, por isso estamos aqui. -- Ele falou. -- Se eu conseguir esse contrato, eu serei promovido e....

Simon não continuou, e eu tinha até medo do que vinha depois.

-- E.?

-- Não quero falar disso agora, talvez amanhã.

-- Simon quanto dias mais vai ficar escondendo as coisas?

Ele não respondeu e quando falou algo foi para declarar que haviamos chegado.

-- O que isso significa? -- perguntei olhando para o pequeno porto de barcos.

-- Vamos dar um passeio -- Ele falou me puxando pela mão.

Claro que eu surtei de primeira, pois eu tinha medo do mar aberto, mas Simon me falou que ele estaria no controle de tudo.

-- Você tem certeza que saber navegar? -- perguntei quando ele colocou a mão no leme.

-- Isso era minha segunda casa na minha adolescência. -- ele falou com um sorriso no rosto.

-- Não lembro disso. -- falei tentando lembrar de algo.

Então Simon me contou de algo que era inexistente até aquele momento, e enquanto ele contava suas aventuras em alto mar, eu parei para encarar um ser desconhecido.

Era anos de amizade e casamento, mas Simon era naquele momento um outro alguém que eu não conhecia, mas algo dentro de mim gritava para conhecer esse outro lado de Simon.

O passeio foi mais divertido do que eu poderia imaginar, nademos no mar aberto, vimos espécies de peixes que não sabia da existência; comemos, bebemos e conversamos bastante. Até que avistamos uma nuvem neblusosa vindo em nossa direção e aquilo nós preocupou.

-- Não vamos chegar a tempo -- falei quando as primeiras gotas de água tocaram minha pele.

-- Descer lá para baixo -- Ele ordenou.

-- Vou ficar aqui. -- falei firme e ele olhou -- Nem adiantar, eu estou com medo e...

Então o barco parou de funcionar.

-- Simon o que foi isso? -- Perguntei já entrando em pânico. -- Simon.

-- Não entrar em pânico -- ele falou se aproximando de me.

-- Simon.

Quandos seus braços me envolveram em uma abraço, tentei me controlar.

-- A gasolina acabou. -- Ele falou no final.

A unica coisa que passava em meus pensamentos ao vê a chuva ficar forte foi em Charlie.

Se algo de ruim acontecer; ele ficaria sozinho.

E aquilo imediatamente me levou a entrar em pânico.

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