Epílogo

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• Park Jimin•

Respiro fundo, em mais uma tentativa inútil de encontrar uma roupa que me agradasse. De diversas alternativas já havia tentado várias, e elas estavam se esgotando, restando poucas. Olho no espelho que há na porta do meu guarda roupas, refletindo todos os detalhes existentes em meu quarto. Eu usava um jeans desfiado nos joelhos, e uma camiseta branca, o que antes me parecia sofisticado não me agradou, então pensei que o simples me serviria.

Mas algo ainda me incomodava, talvez fossem meus braços a mostra ou a simplicidade do branco, que em muitas vezes, me foi de bom grado. Empurro a porta espelhada a minha frente, um último suspiro de esperança, em encontrar algo agradável. Meus olhos correm dentre as opções, as diversas cores penduradas nos cabides, e então o preto me chama a atenção. Um moletom comprado no ano passado, um pouco maior que meu tamanho, cobrindo minhas mãos e parte das minhas coxas.

Visto a peça, puxando a porta de volta ao seu ponto inicial, parando de frente ao meu próprio reflexo. Cada detalhe do meu corpo expresso ali, tudo o que as pessoas viam de mim, estava a minha frente. A blusa parecia maior comparada a quando a comprei, mas ainda me servia bem.

-É isso, eu não vou!- bufo cruzando meus braços e jogando meu corpo na cama.

Não se tratava apenas de uma questão de vestiário, eu simplesmente não me sentia bem com nenhuma delas, e muito menos sem elas. A verdade é que aquela imagem no espelho me assustava, e eu lutava todos os dias contra aquilo. Sempre parecia haver um detalhe a mais, ou fora do lugar, o problema não era apenas minha imagem, mas o garoto que havia além dela.

Minhas vontades e desejos pareciam ser engolidos, pela completa insegurança que se alimentava das minhas pequenas falhas. Aos poucos eu estava me privando de viver, não por uma escolha, mas por um sentimento incontrolável que me fazia sentir como se qualquer ação fosse completamente desnecessária.

Olho para o teto branco do meu quarto, o grande acompanhante dos meus pensamentos diversos e probalísticos. Penso se realmente seria necessário sair de casa, estar em meio a outros, se ninguém o podia fazer por mim, afinal é só comprar sapatos novos de dança. Eu poderia evitar a imensidão de olhares que existem lá fora, e a luta que há com as peças de roupas restantes. Não é como se eu realmente não quisesse sair, fazia tempo que eu não pisava ao lado de fora, além da minha única obrigação com dança, a porém existe algo maior que suga minhas vontades mínimas.

-Querido? Já está pronto?  - a voz da minha mãe soa ao outro lado da porta.

-Eu não irei hoje. - grito em resposta.

-Ah Jimin você me prometeu que iria. - a mais velha adentra o quarto com um olhar desanimado, se sentando ao meu lado na cama.

-Eu não me sinto bem omma. Poderia compra-los para mim? - me esforço para convence-la com minhas feições dolosas.

-Park Jimin, você tentou escapar a semana passada... E além de que eu estou saindo para trabalhar, não encontrarei o comércio aberto quando voltar, você terá que fazer por si só filho.

-Tudo bem... - penso por segundos. - Vou pedir o de Hoseok hyung emprestado.

-Jimin, o Hoseok calça uns quatro números a mais que você. Vai colocar os dois pés em um único sapato? - ela ri, e eu não consigo evitar em fazer o mesmo.

-Eu não precisaria se alguém o comprasse para mim.

-Vamos Jimin, eu lhe deixo no caminho, já estou de saída. - a mulher dá duas batidas na cama ao meu lado.

-Omma eu realmente não posso... Eu me sinto tão pequeno e reduto nos padrões sociais. - solto parte do que me sufocava.

-Ah Chimchim. - ela usa do apelido de infância acariciando meus cabelos. - O mundo as vezes é cruel com o complexo único que somos, eu sei meu filho, acredito você não é o único a se sentir assim. É até normal nos sentirmos assim, mas a regra é que devemos quebrar as regras de padrões Jimin, é muito mais digno sofremos enquanto lutamos contra, do que deitados em uma cama.

Me sento olhando ao rosto da mulher complacente sentada a minha frente, suas feições não eram muito diferentes da minha, seus cabelos escuros e lisos encerrando seu comprimento antes do fim de sua nuca, suas bochechas arredondas, seus corpo era todo delicado, e pequeno, omma tinha em torno de trinta centímetros a menos que eu. Mas guardava uma jovialidade, sendo capaz de esconder sua idade real. Ela respira, levando sua pequena mão até uma das minhas bochechas, a repousando da maneira mais terna.

-Filho, o mundo é muito maior do que pensa e existe um tão próximo e tocável que você nem imagina que está em você. Existe uma infinidade que corre dentro de você, e o mundo é um pote de infinitas possibilidades, as vezes fazemos um novo caminho em pequenas coisas, nas menores que podemos pensar, e nas ações mais inesperadas, mas que são o suficiente para preencher as linhas dos futuros. - ela sorri acariciando meu rosto, antes de jogar ao ar as palavras que condenariam minhas decisões.

-"Jimin você precisa conhecer o universo, precisa se conhecer..."

Att:
     
        Oi bbs, sejam bem vindas a mais uma estória! Tanto aquelas que estão chegando agora, como as que já me acompanham!

  Esta fanfic faz parte da Coleção Love Yourself, em que as histórias se ligam uma com a outra, a primeira públicado foi Epiphany, e esta é a segunda obra deste universo! Não há uma ordem certa para lê-las, pois apesar de se ligaram, cada uma trata um tema diferente.

  Só vou deixar aqui um explicação básica:

Eu sei que o epílogo geralmente é a última parte a ser postada, porém todas as fanfics de Love Yourself começarão com o Epílogo, pois as histórias se iniciam com uma problemática, e ao usar o epílogo eu quero simbolizar que a partir dali começar o fim e a desconstrução daquilo. E quando finalmente atingir o objetivo principal, teremos o prólogo!

Então é isso, dêem muito a amor a Serendipity!! XxNanda

SerendipityOnde as histórias ganham vida. Descobre agora