Capítulo II

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Escrito por: 1lleg1rl

Revisado por: poesiadasflores

Capa: poesiadasflores



C a p í t u l o I I

Coréia do Sul, Seul, Sede da KTVz.

4 meses antes.

OS PASSOS RÁPIDOS e ansiosos denunciavam a pressa— sem descartar a elegância— de Chaeyun em adentrar a sala do presidente, os funcionários se questionavam o porquê da agonia e principalmente do motivo da presença da filha de Moogang naquele horário, no prédio central da sede KTVz. Tal necessidade excessiva de chegar logo ao seu destino se deu no ato abrupto de adentrar a espaçosa sala sem sequer bater antes.

— Pai, o que houve de tão sério a ponto de eu precisar sair da reunião de pauta e vir correndo até aqui? — disparou a elegante Chaeyun, a questão de um milhão de dólares, cruzando os braços a tempo de ver o velho Kang Moogang desviar os olhos de sua vista esplêndida da janela.

— Pressa nenhuma é tão urgente a ponto de fazer-nos esquecer os bons modos, filha. — ditou repreensivamente, cruzando as pernas ao sentar-se em sua poltrona prepotente.

— Desculpa. — pediu, curvando-se levemente e logo depois ajeitando a postura — Por que mandou me chamar?

— Acabei de ter a reunião mensal com a comissão administrativa. Os resultados não são bons.

— Oh. — caminhou alguns passos para mais perto — E no que isso me inclui?

— O Jornal K-Morning é o que possui o melhor alcance. E os outros números... Oscilantes. O índice de audiência do programa de culinária decaiu num percentual de 79,92% nos últimos dois meses. — continuou falando, como se Chae não houvesse sequer aberto a boca — Sem contar as outras programações Cults, tão decadentes que prefiro não comentar. Estamos em risco, Chaeyun. — concluiu mediante uma expressão séria.

— Oh, isso é sério! — afirmou, embora ainda confusa — Mas por que precisou me tirar da reunião, senhor meu pai?

— Chaeyun, olhe isso. — entregou-lhe um papel, no qual continha uma planilha com números exorbitantes.

— É.... O senhor não acabou de dizer que estamos caindo, então... — perdeu-se em sua fala, olhando com afinco para o papel em mãos sob a lente de seus óculos.

— Esses números não são nossos. São da TVDay. Eles têm expandido, crescido ridiculamente bem nos últimos tempos. — admitiu em tom desdenhoso.

— Posso falar uma coisa?

— Prossiga.

— Acho que faz sentido. Pai, há quase trinta anos a Coréia tem ganhado influência no exterior e o número apenas aumenta a cada ano. É compreensível que seja o efeito de uma troca cultural. Ao passo que nós oferecemos o que somos ao mundo, nós também queremos saber o que o mundo pode nos oferecer. Então, é totalmente compreensível que a TVDay esteja expandindo, porque eles acompanham esse desenvolvimento cultural. E nós? Bom, estamos estancados no ano de 1960. E o único programa que ainda têm um bom número, é o K-Morning, porque somos a única transmissão a trazer algum tipo de novidade, já que estamos sempre trazendo notícias importantes do nosso país e do mundo. — ajeitou os óculos, se segurando para não deixar sair o sorriso orgulhoso que tremia o canto de sua boca.

Fome de PoderWhere stories live. Discover now