Dix-huit

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Ele fugiu.

Ele me beijou e saiu correndo.

Eu ainda estava de pé no telhado, meus lábios formigando e meu coração batendo acelerado.

Ele me deixou sozinho ali.

Voltei para o banco e me sentei.

Não conseguia assimilar o que tinha acontecido naquele pequeno período de tempo.

Não foi meu primeiro beijo. Minah e eu nos beijamos muitas vezes no passado, mas foi tão diferente.

Seria por que ele era um garoto?

Mas eu nunca gostei de garotos antes.

Deixei escapar um longo suspiro.

Se eu fosse ele, também fugiria.

Eu fechei os olhos e me lembrei do beijo novamente.

Foi tão tranquilo mas tão poderoso ao mesmo tempo…

Eu deveria voltar para cama. Amanhã eu tinha uma sessão com a dra. Nam.

Desci as escadas e tentei ser o mais silencioso e rápido o possível.

“Me desculpa”, ouvi alguém dizer e segurei a vontade de gritar.

Eu me virei e vi Junhui de pé em frente a porta do seu quarto.

“Você me assustou” eu disse, mas ele já estava fechando a porta atrás de si.


“Você parece nervoso” dra. Nam disse depois de termos passado quinze minutos sentados em silêncio.

“Eu pareço?” perguntei, tentando parecer inocente.

“Sim. Está tudo bem? O Junhui ou alguém tem te machucado ou algo assim?” ela me questionou.

“Quê? Não, não. Tudo está bem com ele. Eu… eu acho que percebi que tenho aquela tal de ano não sei o quê” disse, tentando soar confidente.

“Não, você não percebeu” ela disse e droga, ela estava certa de novo.

“Eu estou tentando” contei a ela.

“Eu sei” ela falou.

“Isso é tudo que você vai dizer hoje, dra. Nam?” perguntei de forma irônica e nós dois rimos.

“Me desculpa”

Prendi a respiração.

Me desculpa.

Foi o que Junhui disse ontem à noite. Eu ainda não tinha parado para pensar o que ele quis dizer com isso.

Ele estava se desculpando por causa do beijo?

Ou porque ele saiu correndo?

“Minghao?” dra. Nam chamou com uma expressão confusa em seu rosto.

“Hm? Ah, desculpa. Eu estava pensando em outra coisa…”

Antes mesmo que ela pudesse me perguntar no que eu estava pensando, as palavras escaparam de meus lábios.

“O Junhui me beijou e saiu correndo e depois ele pediu desculpa, mas eu não sei pelo quê ele estava se desculpando”

Dra. Nam ficou de boca aberta por um segundo.

Ela estava surpresa por eu estar sendo tão sincero com ela.

“Eu posso entender porque ele fez isso. Ele nunca quis admitir que gosta de você, mas era bem óbvio. Ele tem muito medo de te machucar, já que ele tem essa imagem 'agressiva’. Talvez ele possa ter pensado que você não queria o beijar. Você gostou?” ela falou, sorrindo ao me ver corar. “Parece que sim” o sorriso dela aumentou depois que eu assenti.

“Mas eu não sei se gosto dele ainda” eu disse a ela.

“Isso é totalmente normal. Pense nisso, tente conversar com ele ou venha falar comigo se você tiver qualquer problema” ela disse.

“Isso é muito legal da sua parte, dra. Nam” eu disse.

“Bom, é para isso que estou aqui. Agora vai lá comer seu almoço”


Quando cheguei na cantina, Junhui e Soonyoung me cumprimentaram com um pequeno sorriso.

“Oi”, falei. “Cadê o Chan?”

“Ele vai passar o final de semana fora para ir na formatura do irmão dele” Soonyoung explicou.

“Que fofo” eu e Junhui dissemos ao mesmo tempo.

“O casalzinho está falando ao mesmo tempo agora?” a voz do Mingyu soou atrás de mim.

“Cala a boca” Junhui falou.

“E ele ainda me odeia sem motivo” Mingyu riu.

“Você também me odeia, idiota” Junhui respondeu.

“Sim, mas eu tenho um motivo. Você sabe qual é” ele falou e pelos segundos seguintes eles ficaram em silêncio, os dois garotos se encarando, prontos para brigar.

“Gente, parem com essa birrinha de primeira série e sentem” Soonyoung resmungou.

Mingyu e Wonwoo, que estava do lado dele olhando para o chão em silêncio, se sentaram perto de mim.

Junhui estava comendo o pudim dele.

Soonyoung estava comendo o pudim dele.

Até Wonwoo estava comendo um.

Coma também, Minghao.

Coma.

Comece comendo o que te fez parar com tudo.

Comece com aquilo que te trouxe para cá.

“Uhm, Junhui… Posso- posso provar o pudim?” sussurrei, mas foi alto o bastante para todos que estavam na mesa ouvirem.

Todos me olhavam e Soonyoung tentava esconder que tossia.

“Ah, claro. Claro que pode”, Junhui falou e um sorriso surgia em seus lábios. Ele pegou um pouco do doce em sua colher e me olhou. “Isso é suficiente?”, perguntou e eu assenti.

Então ele trouxe a colher até minha boca.

“Você não precisa me dar boca, Junhui-”

“Mas eu quero”

Suspirei e abri a boca, sentindo o gosto doce da sobremesa em minha língua.

Tinha uma consistência estranha e o gosto de chocolate era bem forte.

Mas o gosto era ótimo.

Essa coisa deve ter umas 212 calorias. Isso é muito.

Mas valia a pena.

“Como é o gosto?” Mingyu me perguntou.

“Prove”, disse a ele.

“Nem pensar” ele sacudiu a cabeça.

Mas Wonwoo já tinha uma colher com pudim na mão. “Prove” ele me imitou, “Só essa colher. Por mim e por você mesmo”

Ele fez o que Wonwoo pediu e depois de manter o doce em sua boca por alguns segundos, ele sorriu, olhando para mim primeiro.

xxx

[n/t]: oi bebês, esse é meu presentinho de véspera de natal para vocês ^^ tomara que tenham gostado do capítulo!

não deixem de votar e comentar nas suas partes preferidas ♡

espero que todxs tenham uma noite boa e comam bastante nessa ceia uwu

até o próximo!

Ala 11 ; [junhao]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora