- Porque eu quis vir atrás do meu filho para o conhecê-lo, quando soube que vocês moravam aqui tentei vir o mais rápido possível. - Ela coloca sua mão sobre a do meu irmão e sinto vontade de vomitar. - Eu quis vir a muitos anos atrás, mas eu não conseguia juntar o dinheiro suficiente em todos esses anos - sua falsa expressão dolorosa é tão ridícula.

E como você explica aqueles milhares de dólares, vagabunda?

- Giovanna tratou de destruir a minha vida. - Sthefanny deixa duas lágrimas escaparem, fazendo meu irmão colocar a mão no ombro dela. Quase eu me levanta e arranco seus fios falsificados. - Foi muito difícil, tudo... Meu filho era a única coisa que me motivava a continuar, era não, é!

Como ela consegue mentir tão bem assim? Ser tão cruel a ponto de brincar com os sentimentos do próprio filho.

- Você não sabe o quanto eu sinto - minha voz sai vazia, fria e sem emoção alguma deixando claro que minhas palavras não são verdadeiras. - O que você não deve ter feito para conseguir grana e chegar até aqui?

- Muito trabalho e esforço.

- Sim, claro. - Sorrio olhando para o meu irmão.

Nossos pratos chegam no minuto seguinte, eu me mantenho calada até chegar na metade da minha salada.

- Eu vi um filme esses dias que uma mulher se fazia de inocente para uma família, se fazia honesta mas trabalhava com coisas ilícitas. Guardando armas e quase um milhão de dólares em sua casa, ela se aproximou da família com o intuito de se vingar. Era um filme muito bom, mas um tanto dramático demais. - Coloco uma garfada de alface na boca, me poupando de sorrir com a expressão congelada da Sthefanny.

- Qual o nome do filme? - Johnny pergunta, com um sorriso no rosto eu desvio meus olhos da vigarista.

- Missão V.V.V.

- Nunca ouvi falar, como termina?

- É pouco conhecido, achei com os meus amigos. - Dou um gole na minha água. - A vigarista é presa.

Encaro Sthefanny sugestivamente, dúvida implantada. Ela sabe que eu sei, não seria burra o suficiente para não se ligar. Foi muito direto.

O toque do meu celular interrompe, vejo que são nove em ponto. A ligação foi feita na hora combinada.

- Me desculpem, vou atender - levanto meu dedo indicador ao atender. - Alô?

- Oi, Maluca linda, sou eu. Confere a indireta?

- Confere, você devia ter visto a cara dela.

- Ela está bem na sua frente, né?

- Está. - Aperto meus lábios. - Carlos fez a caça já?

- Em andamento, parece que não estão no mesmo lugar de antes.

- Imaginei que não. Elas ainda devem estar lá, com toda certeza. 

- Certo, aguenta mais um pouco ai, não deixa ela sair. Apesar de que a ideia de você estar perto dessa mulher me deixa louco.

- Claro, isso está sendo divertido. Tchau, Mimi, e olha, lembra da promessa que te fiz, está bem? Sempre, sempre e sempre.

- Tudo bem, sempre meu amor. - A linha fica em completo silêncio quando nós dois parecemos parar para absorver o que ele disse. Meu coração parece prestes a sair pela boca. Eu não devia me sentir tão aquecida e feliz com essas duas simples palavras.

Eu não preciso ver ele para saber que ele está constrangido e achando que não deveria ter dito aquilo para me assustar, preciso tranquilizá-lo.

Amor MalucoWhere stories live. Discover now