• Kol | Sorte

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Entrei na cozinha ainda balançando levemente meus quadris enquanto cantarolava a melodia da minha música favorita. Coloquei minha mochila em um banquinho e enchi um copo com água.

— Onde você esteve? – revirei os olhos quando ouvi a voz fria da minha mãe que acabara de aparecer.

— Ensaiando. – eu bebi um pouco da água, não realmente prestando atenção nela.

— Claro! – ela zombou balançando a cabeça. – Isso é tudo que você faz. Eu só queria que você finalmente crescesse e enxergasse quais são suas prioridades para que você pudesse deixar de ser um fardo para essa família.

Essa é a minha mãe, ela não tinha nenhum apreço por qualquer forma de arte, então ela não podia aceitar o fato de que eu era uma cantora, apesar de me dar bem nisso e, acima de tudo, eu adorava. Tudo o que ela podia ver era dinheiro, boa educação e sucesso, então é isso que ela queria de mim.

Antes que eu pudesse responder, minha irmã entrou com um sorriso divertido, obviamente animada para testemunhar minha mãe repreendendo-me mais uma vez. Ela era uma cópia exata de nossa mãe, então ela sempre foi a filha perfeita. Qualquer coisa que eu fizesse estava errado e não importava o quanto eu pudesse tentar, eu sempre fui a má.

— Cheguei bem a tempo do show! – disse minha irmã. Eu rosnei para ela, apertando minha mandíbula. – Bem, não é problema meu que você não pode se tornar útil. – ela encolheu os ombros encostada no batente da porta, ainda usando a mesma expressão divertida.

— Vocês duas são tão parecidas! – apontei com os lábios torcidos olhando dela para a minha mãe. – Você deve estar tão orgulhosa dela, não é?

— Claro que estou! – ela firmemente assentiu orgulhosamente acariciando o braço da minha irmã. – Eu gostaria que você a tomasse como um exemplo.

— Eu nunca iria querer ser como ela. – eu zombei, estreitando meus olhos para ela. – E quando você vai aceitar minhas opiniões e me deixar viver a minha vida do jeito que eu quero?

— Enquanto você morar aqui, você vai viver sua vida da minha maneira! – ela gritou com uma veia aparecendo em sua testa.

— Se esse é o caso, então há uma solução fácil! – eu bati o copo na mesa de pé e comecei a andar em direção à porta.

— Onde diabos você pensa que está indo?! Nós não terminamos aqui! – a voz da minha mãe tocou meus ouvidos, mas eu continuei saindo.

— Para casa. – eu murmurei baixinho quando o rosto sorridente de Kol apareceu na minha mente.

Assim que cheguei à porta da frente, saí apressadamente para o lado de fora, sem saber para onde estava indo, até me acalmar. Então eu tomei algumas respirações profundas e olhei em volta para ver meus arredores, decidindo ir encontrar o Kol, porque eu precisava desesperadamente do conforto dele.

Como deixei meu telefone em casa, não pude ligar para ele e descobrir onde ele estava, então decidi ir direto para a casa dos Mikaelsons. Quando entrei, me encontrei apenas com Freya, que estava sentada em um sofá com um livro velho nas mãos.

— Oi, (s/n)! – ela me cumprimentou sem olhar para mim, provavelmente estudando algo importante.

— Olá. – eu engoli um nó que se formou na minha garganta. – Kol está aqui?

— Não, mas ele deve estar de volta em breve. – ela olhou para cima e assim que ela viu o meu estado, seu rosto ficou cheio de preocupação. – Você está bem?

— Eu estou bem. – eu coloquei um sorriso falso. – Vou esperar no quarto dele.

Fui para o quarto de Kol e caí na cama, levando as mãos no meu rosto e chorando enquanto me lembrava de todas as vezes que minha família me mostrou que eu era apenas um fardo inconveniente para eles.

Depois de algum tempo, eu parei de chorar e apenas esperei Kol chegar em casa, desejando que ele não demorasse muito.

— (S/n)! – eu levantei a cabeça para ver Kol entrar no quarto. – O que aconteceu? Você está bem?

— Sim, eu acabei de ter uma briga com a minha mãe. – eu olhei para baixo, brincando com meus dedos e o senti sentado na minha frente com o olhar fixo em mim.

— Sobre? – ele perguntou preocupado, pegando minha mão na dele e levando-a aos lábios para beijá-la.

— Os assuntos de sempre. – dei de ombros, sabendo que ele saberia exatamente do que eu estava falando, já que eu tinha falado para ele sobre meus problemas com a minha mãe.

— Eu sinto muito. – ele colocou o braço em volta dos meus ombros, beijando o topo da minha cabeça.

— Estou tão cansada. – eu descansei minha cabeça no ombro dele, fechando os olhos. – É só que... parece que ela me odeia.

— Ei, isso não é verdade. – ele suspirou, me fazendo olhar em seus olhos. – Há alguns problemas entre vocês duas, mas tenho certeza que vocês vão resolver isso. Sempre há brigas nas famílias, mas isso só fortalece. Acredite, eu sei do que estou falando.

— A diferença é que na maioria das vezes, na sua família, parece que vocês matariam uns aos outros, mas no fim do dia, vocês matariam uns pelos outros. – eu comentei amargamente.

— Faz sentido. – ele deu de ombros rindo e entrelaçou nossos dedos.

— Mas meu, eles provavelmente dariam uma festa se algo acontecesse comigo. – eu murmurei, sentindo meus olhos lacrimejarem um pouco com esse pensamento.

— Não diga isso. – ele imediatamente se endireitou, levantando meu queixo gentilmente e olhando nos meus olhos com as sobrancelhas franzidas. – Tenho certeza de que isso não está certo.

— Eu não sei o que pensar. – eu balancei a cabeça, derrotada, não querendo mais pensar sobre isso, então eu decidi mudar de assunto. – Posso ficar aqui esta noite?

— Claro que você pode. – ele cutucou meu nariz de brincadeira, sorrindo para a minha pergunta. – Você pode ficar aqui o tempo que quiser.

— Obrigada. – eu balancei a cabeça, aliviada que eu não teria que ir para casa em breve.

Levantei-me, andando até o guarda-roupa no outro canto do quarto. Eu já tinha passado algumas noites ali, então eu também tinha algumas roupas extras. Tirei uma blusa confortável e shorts que eu usava como pijama e comecei a me trocar. Depois que terminei, voltei para a cama, aconchegando-me sob os lençóis.

— Então, o que você quer fazer? – ele perguntou, se levantando para tirar a jaqueta e a camisa e depois se sentou de volta, tirando as botas também.

— Eu só quero me aninhar em você. – eu ofereci, observando-o e pensando sobre o quão sortuda eu era por ter alguém como ele, que sempre estaria lá para me consolar.

— Qualquer coisa para você, querida. – ele riu, juntando-se a mim na cama e me trazendo para mais perto dele para que eu pudesse descansar a cabeça em seu peito e ouvir o batimento cardíaco.

— Você me ama, certo? – eu perguntei em voz baixa depois de mais alguns momentos de silêncio confortável, não porque eu pensasse o contrário, mas porque eu precisava ouvi-lo em voz alta.

— Claro que eu te amo. O que fez você duvidar? – ele mudou de posição ao pensar que eu não tinha certeza sobre isso.

— Nada. Eu provavelmente só precisava ouvir. – eu sorri inocentemente selando seus lábios.

— Eu sei que neste mundo você não pode ter certeza sobre a maioria das coisas, mas você pode ficar totalmente certa sobre o meu amor por você. – ele sorriu contra os meus lábios e me apertou em seu abraço.

— Eu tenho sorte de me apaixonar por você. – sorri para ele mais uma vez e então coloquei minha cabeça de volta em seu peito. – Meu coração não poderia ter escolhido melhor.

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CRÉDITOS: scruffy-blake no Tumblr. Traduzido por mim! ♡

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