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Muralha

Olho pro Pesadelo e o encaro confuso, eu não sabia o que tava acontecendo, o homem estava suando frio parecia que ia ter um treco ali mesmo.

- Qual foi pesadelo, tá doido é? - falo já irritado.

- Essas coisas... - Ele encara as coisas e depois olha pro chão - são da minha filha. - Ih ele pirou de vez, tá lelé da Cuca.

- Essas coisas são da Manu filhão, não sabia que tu tinha filha. - Dou de ombros.

- Muralha, tu não tá entendendo porra, essas coisas são da minha filha Karalho.

- Ou baixa o tom porra, já te disse que essas coisas são da Manu, tá chamando minha mulher de ladrona? Vou te meter o pau seu arrombado, espera só. - emburro a cara

- Que? Quem tá falando que a Manu é ladrona porra - Pesadelo revira os olhos.

- Tu aí dizendo que essas coisas era da tua filha, querendo ou não chamou ela de ladrona

- Aí Muralha o que tu tem de ignorante tu tem de burro em.

- Fala isso de novo pra tu ver o socão que eu vou da no meio da tua cara - Cerro os punhos.

- Olha não vou nem discutir com tu - Fala e coloca as outras coisas na cama ficando apenas com a boneca.

- Eu dei essa boneca pra minha filha quando ela tinha três anos Muralha.

- Sim, e o que eu tenho haver com isso? Aliás eu não sabia nem que tu tinha filha - Dou de ombros

- Eu tenho, mas, faz mais de 15 anos que não vejo ela, nem sei se ela tá bem, se ta casada com filhos, ou se ta com alguma doença grave, não sei nem se tá viva. -

A pronto agora a madame aí vai querer contar a vida dele todo pra mim, ai meu Deus eu joguei chiclete na cruz do seu filho foi? Porquê só pode.

- Interessante - falo curto.

- É sério Muralha, a mãe dela a tirou de mim.

- Graças a Deus que ela fez isso né, imagina a menina crescer do teu lado? Mano do céu a garota ia sofrer pra cacete, já nasceu fodida só pelo o fato de ser tua filha - falo rindo.

- Muralha karalho para com isso. Voltando ao assunto, a mãe dela me tirou ela quando ela tinha três anos, e no seu último aniversário que ela passou comigo, eu dei uma boneca e um vestido iguaizinhos a esses e...

Eu processo tudo o que ele me falava, lembranças da conversa com a Emanuely passa pela a minha cabeça, tudo que ela falou do pai, dos presentes que ele deu pra ela, a medalhinha a boneca e o vestido, depois de ouvir tudo que o pesadelo falou uma "teoria" começou a passar pela a minha cabeça, mo fita louca, mas acho que isso não pode ser.

Tiro a medalhinha do meu bolso e mostro pro Pesadelo, vejo seus olhos arregalarem, Mano esse cara é meio pirado eu não tô falando pra vocês.

Pesadelo toma a medalha da minha mão com força e eu caro com um olhar de "faz isso de novo pra ver se eu não enfio um pau no seu cu"

- Não pode ser - sussurra

- O que não pode ser? - Pergunto mas ele fica calado - Fala porra o que não pode ser?

- A Manu Muralha - ele fala me encarando.

- Ela é minha mulher eu sei.

- Puta que pariu MURALHA tu é lerdo

- Não ofende porra, agora fala o que tem minha mulher

- Ela é minha filha porra.

Suas palavras tiveram um efeito forte em mim, todas as minhas dúvidas se fizerem certeza, mas eu ainda estava com um pé atrás.

- Que? Que papo é esse em? Fumou maconha estragada?

- Eu tô falando sério, Porra MURALHA, como eu não tinha percebido isso antes? Tava tão na cara essa poxa. A Manu é minha filha Karalho - vejo um sorriso involuntário surgir em seus lábios e eu encaro ele desconfiado.

- E como tu tem tanta certeza disso ? - cruzo os braços e pergunto desconfiado 

- Porra Muralha junta os pontos, essa boneca eu que mandei a minha mãe fazer pra Manu, eu mandei ela fazer ela vestida com esse mesmo vestido, eu queria que ela fosse exclusiva só pra Manu, assim como ela é exclusiva só pra mim. - Ele explica olhando nos meus olhos.

- Não sei não viu, vai que tu tá confundido? Não pode ser Pesadelo, essas fitas tão errada aí - caminho pra um lado e pra outro, fazendo um zig zag no quarto.

- Karalho em Muralha, como tu é desconfiado em, puta que pariu - Pesadelo da um tapa na perna dele.

- Eu sou desconfiado com tudo porra, principalmente quando o assunto é sobre a minha mulher, se algum estranho chegar perto dela eu já fico todo atento, pensando que essa pessoa possa fazer algum mau pra ela. - Cruzo os braços.

- Mas eu não sou nenhum estranho karalho - Ele se aproxima e segura meu rosto - Tu tem que confiar em mim, por favor eu tô te pedindo

Olho pra ele ainda desconfiado e tiro sua mão do meu rosto, já tava virando viadagem.

- Tá bom, tá bom. Bora fazer um seguinte, tem uma escova de cabelo da Manu aí, tu pega ela e leva ela pra onde os cara faz uns bagui de DNA, tu faz o DNA e depois tu me fala se ela é ou não é tu filha - Falo sério e ele da um sorriso.

- Pode deixar cara - vem em minha direção pra me dar um abraço, mas eu paro ele no meio do caminho. Seja feliz, mas seja feliz sem melação por favor.

- Para com essas porras de viadagem Pesadelo, quer da o cu? Vá da, você faz o que você quiser, mas longe de mim

- Eu te odeio Muralha. - Ele diz rindo.

- É recíproco.

- Mano, só de pensar que a Manu pode ser minha filha, eu vou ser o homem mais feliz do mundo, eu vou tentar recuperar todo esse tempo longe dela, da amor, carinho, atenção, fazer todas as suas vontades. Puta que pariu MURALHA é uma felicidade que não tá cabendo no peito - Seu sorriso não saia do seu rosto por um segundo.

- Eu não sei não em, pelo o que ela me falou ela não tá nem aí pro pai, ai imagina, vai que tu é pai dela, ai tu vai chegar nela e dizer o que? " Oi Manu sou eu teu pai, lembra de mim? " claro que não né viado.

- Eu... eu não sei o que eu faço - Ele se senta na cama e passa a mão no rosto.

- Tu precisa me ajudar Muralha, tu tem que me ajudar - Ele me implora pelo o olhar.

- Eu não, resolve essa bronca aí sozinho, já tenho muito problema na minha vida tu não acha não? - Dou de ombros

- Se a Manu for minha filha ela vai morar comigo - arqueia a sombracelha com expressão irônica

- Nem fodendo - Respondo alterado.

- Se tu não me ajudar eu vou fazer o possível pra isso acontecer.

Encaro ele com expressão raivosa e apenas concordo com a cabeça.

Desejo de posse (Morro) {Concluída}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora