Desejo de posse (Morro) {Concluída}

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Emanuely ♊

Olho pra TV e vejo que o filme tava logo no começo, pego um salgadinho da embalagem e sinto um leve tapa na minha mão.

- Eiii - olho pro Muralha com raiva

- Quem manda roubar meu salgadinho? Isso é meu e não seu - disse todo convencido

- Sabe, mulheres grávidas geralmente tem desejo

- Idai? - ele me interrompe

- Da pra deixar eu terminar de falar? - olho pra ele e o mesmo não diz nada-
Obrigada. Bem como eu estava falando, se você não quer que seu filho nasça com a cabeça em forma de Doritos, eu acho melhor você me dá um pouco desse pacote de Doritos. - ele me encara com "raiva" e depois estende a mão com o pacote de Doritos. Dou um sorriso vitorioso e tomo o pacote de sua mão e começo a devora-lo. Muralha me encara com espanto.

- Minha nossa senhora dos bandidos  com tornoseleira. Minha fia você passava fome era? - pergunta me encarando incrédulo

- Tô comendo por dois meu querido - falo com a boca cheia

- Por dois? Parece que é por três isso sim - Mostro dedo pra ele e começo a prestar atenção no filme. Sinto dois pra de olhos castanhos me fitando.

- Que é? Nunca me viu não? - Falo sinica

- Sempre me perguntei como era uma bruxa na vida real, se elas eram feias, verruguenta, cheia de rugas e com cabelos bagunçado. AÍ eu vejo você e todas minhas conclusões sobre elas se tornam verdadeiras. - Olho pra ele com raiva e jogo dois travesseiros em cima dele.

- Vem cá, você é muito chato assim mesmo, ou fez curso?

- Aprendi com você nesse pouco tempo que a gente passou junto - diz debochado

- Se foder já foi hoje? - digo já com raiva

- Até iria, mas só se você for comigo - pisca pra mim e eu sinto meu rosto corar de um jeito que não era normal.

- Ai, deixa de ser idiota - escondo minha cara com um dos travesseiros

- E você deixa se ser chata - tiro o travesseiro do meu rosto e encaro ele, o mesmo que estava comendo e prestando atenção no filme. Passamos um tempo em silêncio e isso já tava me dando agonia.

- Ou a gente precisa conversar- Olho pra ele que ainda estava assistindo, e não falou nada - Ou eu tô falando com você - dou um empurrão de leve em seus braços.

- Eu tô ouvindo karalho, sou surdo não porra - Confesso que isso me assustou

- Grosso - sussurro baixo

- E grande também- Ele responde sem olhar pra mim. Esse cara tem os ouvidos do céu é? Porque só pode umas coisas dessa. Não respondo nada e começo a brincar com meus dedos e ao mesmo tempo assistindo algumas partes do filme.

- Anda desembucha o que tu quer logo- diz rude

- Vem cá você sempre é ignorante desse jeito?

- Só quando eu tô bom humor

- Sinceramente? Não dá pra conversar nem um pouco contigo. - Me levanto rápido da cama e sinto uma tontura que me fez sentar novamente.

- Ou tu tá bem? - Da um pulo da cama e segura levemente meu braço.

- To, so foi uma tontura - passo a mão na testa, ainda com os olhos fechados.

- Tu tem que tomar mais cuidado - ele se levanta e passa as mãos no cabelo - Não pode se estressar com qualquer merda que eu faço não.

- Eu Só queria conversar não precisava de tudo aquilo- abraço meu corpo de vagar. Escuto muralha suspirando, parecia que tava se acalmando. Ele senta do meu lado, baixa a cabeça, cruzando os dedos e olhando pro chão.

- Foi mal - diz calmo - Olha eu vou tentar me controlar, vou tentar, não te prometo nada beleza? Eu agora tenho que pensar no bacuri que tá em tu, e no quanto ele é frágil, e que qualquer coisinha ele pode sair de tu. - Fala fitando o chão, parecia que ele não gostava de ter contato visual com uma pessoa e a única maneira de "conversar", era olhando pra qualquer outro canto

- Eu não vou te cobrar nada Muralha, a única coisa que eu te peço com todo meu coração é que tenha paciência, esse bebê é muito frágil que nem você disse, por isso ele precisa de todo cuidado possível, qualquer estresse, raiva ou agitação ele pode morrer sabe? E eu não quero nada disso- ele faz que sim a cabeça.

- Eu vou tentar

- Eu vou ter calma com você- do um sorriso, e ele continua sem expressão como sempre

- O que tu queria falar comigo? - me encara e eu viro o rosto.

- A sim- sorrio. - Eu preciso fazer um pre-natal - ele me encara confuso como se não tivesse entendido nada.

- Pré-natal?

- É Muralha. Um pré-natal é um acompanhamento da gravidez que toda grávida deve ter com um médico. Pra saber como o bebê tá, o que precisa e o que não precisa, essas coisa- ele levanta a cabeça avisando que tinha entendido.

- Acho que no postinho faz essas paradas ai- coça a nuca- Amanhã umas oitos horas mando um vapor vim te levar

- E você não pode ir?

- I mina aí tu já te pedindo de mais- ele se levanta da cama- Eu não posso deixar meu trabalho não fia

- Mas é só uma horinhas - falo manhosa

- Já disse que não dá- fala um pouco alto - Eu vou mandar alguém vim te buscar e fim de papo - concordo com a cabeça. - Agora vai dormir que tu tem que descansar -

Não falo nada e vejo ele saindo do quarto. Me jogo na cama  e começo a pensar bsteira. Olho pra TV e vejo que o filme já estava no fim, pego o controle desligo a TV, me levanto e desligo as luzes do quarto só deixando a luz do abajur aceso.

Me deito novamente da cama e desligo o abajur. Fecho os olhos, mas não conseguia dormir, minhas paranoias atacaram forte dessa vez. Começo a me virar pra achar uma posição que eu me sentisse "confortável" pra tentar dormir tranquila. Sinto o sono chegar aos poucos e meus olhos começam a pesar, fechos os olhos novamente me permitido dormir