Rose tinha que admitir que se sentia muito vaidosa com os elogios, mas o mérito não era dela. Era da sua natureza vampira. O único jantar que fazia era o da filha de quatro anos e a bagunça que a pequena furacão fazia era sempre organizada em breves minutos. Seu negócio já tinha quase uma centena de anos, e era fácil evitar imprevistos com uma sócia vidente. 

A vida de Rose era perfeita. E era tudo que ela sempre quis. 

Principalmente por ter Primrose em sua vida, seu raio de sol fazia com que tudo ficasse mais lindo. Rose realmente não se incomodava com a presença de Edward, sabia que ele a amava tanto ou mais que os outros e Prim o amava também. Por isso decidiram silenciosamente que Edward poderia se sentir a vontade em sua casa durante o dia e até às oito da noite, quando ele colocava Prim para dormir e depois ia para casar para dar privacidade ao casal. 

— Mama. — Prim colocou a cabeça entre os bancos, esticando-se na cadeirinha. 

— Em inglês, querida. — Rose a corrigiu e Prim revirou os olhos exatamente como Edward fazia.

Problemas de convivência. Como nasceu e viveu na Rússia, Prim só falava o russo até algum tempo atrás, quando Rose começou a ensina-la o inglês. Sua garotinha era um prodígio, em pouco tempo aprendeu a língua como se fosse sua e ainda que desse umas arranhadas, logo estaria fluente.

— Mamãe — começou lentamente — a tia Anya vai voltar? 

Rose balançou a cabeça. — Não amor, ela veio só para uma visita. Eu sinto muito querida mas a tia Anya vai ter um bebezinho. 

Prim fez um biquinho chateado. 

— Mas e eu?

Rose sorriu tocando a barriga da filha por baixo do enorme casaco.

— Você é o meu bebezinho.

Ela riu esquecendo-se tão rapidamente da sua chateação. 

— E você é a mama mais linda do mundo! — abriu um sorriso pra Rose. — parece uma Barbie... Não! Uma princesa! Ah não, uma rainha! Tio Ed diz que eu sou princesa, então você é rainha, mama! — Cantarolou ela muito satisfeita com sua conversa. 

Rose ligou o rádio do carro na canção infantil que Prim mais gostava e ouviu a filha cantarolar durante todo caminho, foi uma surpresa para Rose quando ela se descobriu muito boa na habilidade de ser mãe. Ela era atenciosa, carinhosa e Prim sempre corria para ela quando algo aconteceria. Queria que a filha sempre tivesse essa confiança com ela. 

Nos primeiros meses, durante a adaptação de Primrose, Rose achou que iria enlouquecer, se é isso era possível para vampiras. Prim não conversava ou sinalizava os seus desejos, tudo o que ela fazia era chorar e lamentar-se de saudade da mãe. Rose teve que ser muito paciente, mas com a ajuda da família, eles conseguiram confortar a garotinha cada dia mais, até que um dia Prim olhou tão profundamente nos olhos de Rose que não parecia ter só dois anos e meio.

— Mamãe foi embora? — Ela questionou apontando para o céu. Rose e Emmett contaram por semanas a fio que seus verdadeiros papai e mamãe haviam virado grandes e bonitas estrelas que sempre cuidariam dela e que ambos estavam ali para cuidarem dela também. Depois desse dia, Prim nunca mais questionou-a sobre os pais, levou exatamente cinco meses, duas semanas e três dias para Prim voltar a falar da mãe outra vez, mas foi com doçura que a criança chamou Rose de mamãe. 

— Você brinca. — Ela ergueu um dedinho olhando pensativamente para os brinquedos e em seguida para Emm que também se encontrava ajoelhado ao lado da criança. — Da banho. — Ela ergueu outro dedinho desajeitadamente. — E conta livro. — Ela olhou pra os dois confusa. — Você é mamãe e papai? 

Rose choraria se pudesse, porque assim que confirmou para Prim, a garotinha abraçou-os declarando todo o seu amor. E então eles eram um família, estranha e disfuncional, mas uma família.

E agora Rose estava aqui, deixando seu pequeno tesouro para o segundo dia de aula. Ela quase não se aguentava de preocupação. Se o ambiente não fosse tão movimentado, provavelmente Rose montaria guarda fora da escola. 

— Tchau mama. — Prim desvencilhou-se de Rose assim que as duas desceram do carro. Ela correu diretamente para o garotinho chamado Adrian e Rose sentiu-se perdida ao ver a filha entrar na escolinha sem se quer olhar para trás.

Mais tarde, enquanto estava sentada sobre a bancada de Esme folheando uma revista e se lamentando sobre o assunto, Esme riu, dando um tapinha em suas mãos.

— É sempre mais assustador para nós do que para eles. — Ela disse maternalmente. — Aliás, querida, o que acha que voltar para casa? Sentimos falta de ver Prim todos os dias, você sabe disso.

Rose sabia muito bem que a família via Prim todos os dias, o programa favorito da criança era ficar na casa da família Cullen. E Rose tinha que admitir que também sentia falta das conversas ocasionais com Alice durante a madrugada. Era realmente estranho ficar distante, além do fato de que Edward jamais saia da sua cola de forma nenhuma, melhor seria mesmo estar em um lugar onde houvesse mais espaço.

— Conversarei com Emm e voltamos! — Comentou alegre e Esme comemorou com um sorriso aberto.

— Ótimo, vou preparar um bolo de chocolate para a minha netinha! 

— Ah, mãe! Outra vez?

Esme lançou a ela um olhar irritado. — Não me prive de mimar minha criança, Rosalie Cullen. Ela é a única que come nesta casa. 

Rose riu assentindo, se dependesse de Esme, Prim teria diabetes e seria uma rolinha de poço. Nunca viu Esme cozinhar tanto na esperança que Prim um dia comesse tudo. 

Primrose ➶ Edward CullenOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz