Bebo a primeira dose e peço mais uma. O barman assenti e repõe o copo, viro novamente sentindo o líquido descer queimando em minha garganta.

***

- Acho que a senhorita já bebeu demais! - retruca um dos barmans que servira as bebidas.

Me levanto do banquinho e sinto minhas pernas cambalear.

- Eu preciso de mais! - resmungo. - Só mais uma. - me ignora. - Eu sou a cliente aqui.

Ele vencido pelo cansaço repõe meu copo que viro em seguida o coloco-o novamente em sua frente.

- Acho melhor ir com calma. - ele diz.

- Por que vocês homens são assim? - pergunto e me sento de volta. Ele me encara mas não me responde. - Olha o estado que ele me deixa! - falo alto.

O garçom continua passando seu pano pelo balcão e me ignorando, sinto minha cabeça girar e tudo estava embaçando.

- Se ele acha que sou unha postiça está mu-muito enganado! - digo irritada, ele arqueia uma de suas sobrancelhas.

- Desculpa? - o barman pergunta confuso.

- Unha postiça! Usa, faz bonito e joga fora. - me ignora e dá de ombros. - O que há de errado comigo moço?

- Chamei um taxi para você. - ele diz - Está tarde e você bebeu demais pra voltar sozinha. - gargalho.

- Eu não vou deixar isso barato! E-ele vai ouvir umas verdades. - tento me levantar em vão ao cair no chão. Rio alto.

- Venha, o táxi deve estar próximo! - me ajuda a entrar no carro. Entro sem reclamar. - Pede pra ela te mostrar o caminho, aqui está o dinheiro. - e sai.

- Onde a senhora mora? - o taxista pergunta.

- Ao lado da Boate Maddox! - ele vai ter que me escutar, eu não sou como as outras mulheres que ele despreza!

***

Que dor insuportável. Abro os olhos lentamente, não reconheço o lugar que estou.

Droga, todas as cenas da noite anterior se passam na minha cabeça. Eu não acredito que vim mesmo até aqui!

Olho no relógio e já são 13:05. Dou um pulo da cama assustada. As fotos! O teste para clipe! Eu estou muito ferrada.

Preciso passar em casa! Cadê minha bolsa?! Não a acho em lugar nenhum! Só posso tê-la esquecido no bar ontem.

Como irei passar em casa para me trocar sem a chave? Que droga! Terei que ir desse jeito mesmo, de moletom, tênis e camiseta!

Saio do quarto olhando os dois lados do corredor, não quero dar de cara com Jason, não depois da cena ridícula que eu fiz!

Atravesso o corredor indo até o  banheiro ao menos lavar o rosto e jogar um listerine na boca.

O cheiro de álcool exalava em minha camisa.

Abro o espelho do banheiro tentando encontrar ao menos um desodorante. Encontro um e taco em todos os lugares que eu alcanço em mim tentando disfarçar o cheiro.

Volto até o quarto na ponta dos pés, pego meu celular e calço meu tênis. Ao menos meu cartão de crédito estava ainda na capinha. Respiro aliviada.

Desço as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível. Chegando na sala, espio tentando ver alguém, mas estava vazia. Saio correndo de lá e vou até o elevador.

Solto o ar que estava segurando por todo esse percurso. Saio do prédio, já eram 13:30 quando avisto um taxi parado na esquina, corro até ele.

Entro no carro lhe passando o endereço e ele dá a partida.

O Homem da Boate. Where stories live. Discover now