Capítulo 41

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Minha vida tem ficado cada vez mais patética. Agora mesmo eu estava do lado de fora do meu prédio me perguntando para onde eu vou. Lucas está no apartamento preparando tudo para o pedido e Bianca está prestes a chegar. Eu não iria ficar lá, é claro. Essa situação é muito íntima e eles precisam de espaço. No entanto, eu não faço ideia de onde ir.

Caminho sem rumo e chego em uma pracinha, tinha muito tempo que eu não vinha aqui. Quando eu me mudei, costumava vir para espairecer e refletir mas acabei me esquecendo desse lugar.

Tenho uma idéia e decido ligar para o Benjamin.

- Alô? - ele atende.

- Oi, Benjamin. Está ocupado? - mordo a parte interna da boca e olho para os meus pés enquanto ando.

- Não, por que? - ele pergunta. 

- Pode me encontrar na pracinha perto do meu prédio? Depois te explico tudo - digo receosa que ele recuse.

- Tudo bem, já chego aí - ele concorda e desliga. Eu suspiro.

Enquanto espero, começo a observar em volta. Não havia muito gente, apenas alguns pais com filhos e um casal de idosos. A pracinha já estava enfeitada para o natal, cheia de luzinhas e enfeites brilhantes. Ver isso foi um choque pois eu não tinha notado o tempo passar. Como poderíamos estar tão perto do Natal? Isso era uma loucura.

Vejo um balanço desocupado e me sento ali. O rangido do ferro já gasto me faz recordar minha infância e eu sorrio. Meus ouvidos captam uma melodia doce vindo de longe e eu olho em volta, avistando um homem tocando violão e cantando não muito longe dali.

Enquanto me deixo ficar imersa da música, sou despertada quando sinto um empurrão nas costas e meu corpo voa para frente. Olho para trás e vejo Benjamin com um sorriso divertido no rosto. Eu rio alto.

- Você me assustou - o repreendo sem tirar o sorriso do rosto.

- Não consegui resistir - ele diz e toma o lugar no balanço ao meu lado. - Por que está aqui? - ele questiona e eu dou de ombros.

- Não posso ficar no meu apartamento hoje - respondo e ele franze o cenho.

- O que houve? - pergunta e desvio os olhos do chão para ele, que se balançava de leve. Eu sorrio.

- Hoje o Lucas vai pedir a Bianca em namoro - resumo e torço para que ele não pergunte mais nada. Não queria me aprofundar muito nesse assunto, não foi para isso que chamei ele.

- Então era nisso que você estava o ajudando ontem? - ele concluí e eu assinto com a cabeça.

- Fui escolher a aliança.

- E onde vai passar a noite? - pergunta de forma despretensiosa e eu sorrio fraco.

- Talvez naquele banco bem ali - eu aponto para um banco próximo e Benjamin solta uma gargalhada.

- Pode ficar no meu apartamento - ele oferece.

- Não quero me aproveitar da sua boa vontade, Benjamin - digo, agora mais séria.

- Eu não vou dormir direito se não souber que você está segura - ele diz e me encara esperando uma resposta.

- Tudo bem - eu me rendo. Não era como se eu tivesse outras opções além do banco na praça mesmo. - Obrigada.

- Não tem que agradecer, eu sou seu amigo, não sou? - rle diz e eu afirmo sorrindo. - Além disso, eu devo meu emprego à você, tenho uma dívida eterna.

Volto a olhar para frente, sentindo meu peito apertar. Não queria ele sentisse que deve algo a mim, não queria que esse fosse o único motivo que nos liga

A PropostaWhere stories live. Discover now