- Fica longe do meu irmão, sua vagabunda! - Alterei meu tom de voz entrando na sala em que os dois estavam, Mike até tentou me segurar mas eu fui mais rápida.

Os dois parecem tomar um susto com minha aparição e se levantam num pulo. John parece surpreso em me ver, já a Sthefanny tenta esconder sua expressão raivosa, sem sucesso.

- Eu devia saber que você estava planejando algo. Não pense que você vai enganar ele, qual o plano?

- Não tem plano nenhum, do que você está falando? Quem é você? - Abro minha boca indignada com sua atuação.

- Ela é a Malu, minha irmã.

- Ela sabe disso, Johnny! Não se faça de sonsa, sua cínica. - Avanço na direção dela, ficando cara a cara com Sthefanny. - O que você quer com ele? Por acaso já contou quem você é?

- Ela é minha mãe. - Johnny responde.

- Sua mãe uma ova! Ela apenas te colocou no mundo e te abandonou, sua mãe é a Isabella.

- Você está descontrolada.

- Johnny, você não pode ser tão inocente assim. Preste atenção, ela está te manipulando.

Eu não sei se é a primeira vez que eles se encontram, pela reação do Johnny eu tenho certeza que não. Aposto que está o virando contra nós e ele bobinho inocente está caindo direitinho.

- Ela me contou a versão dela da história e eu a perdoei, entendi seu lado.

- O quê?! - Sinto meu coração se apertar, acho que o Mike coloca as mãos em meus braços.

Isso não pode ser real.

- Johnny, eu já sabia que ela estava por aqui. Ela tem fotos, tem pesquisas e documentos de toda a nossa família na casa dela.

- Você invadiu a minha casa? - Se manifesta.

- Malu, você ficou louca? Você tem noção que isso é crime?

- Você escutou o que eu falei? Ela tinha armas e dinheiro, muita grana!

Johnny ameniza seu olhar. Sthefanny se direciona a ele.

- Por isso eu disse que seria melhor nenhum Bullworty saber, eles não querem que eu chegue perto de você. Eles me afastaram de você todos esses anos, não me permitiram chegar perto. Só consegui agora que você veio para cá sozinho.

- Sua vadia mentirosa! - Avanço prestes a arrancar seus fios loiros falsos, porém Mike me segura com força para eu não escapar. Por mais que seja provável que eu leve uma surra dela, o meu ódio me faria acabar com ela.

- Malu, para com isso. Ela me contou seus motivos, arrependida veio atrás de mim.

- Porra, Johnny, para de ser idiota, seu imbecil do caralho! - Explodo com sua inocência, ele não pode ser mais bobo.

Não é possível que ele acredite tanto assim na bondade das pessoas, nem todo mundo é bom e ele tinha que saber disso. Nossos pais nos contaram tudo de ruim que ela os causou, coisas horríveis e agora por que ela tem armas e tanta grana escondida em casa? De coisa boa não é. Eu sabia, sabia que não podia baixar a guarda em relação essa mulher. Eu vacilei.

Com base no seu olhar ferido eu soube que peguei pesado nas palavras, mas elas simplesmente sairam naturalmente sem que eu pudesse me conter.

Até o Mike pareceu se chocar com minhas palavras já que me soltou.

- John... Me escuta essa mulher é maluca e...

- Não, Malu, já chega. - Ele levanta sua mão. - Você tem que parar de ser assim, as coisas nem sempre vão ser do seu jeito. Reparou o quanto você machuca as pessoas com sua impulsividade e sua língua sem controle? Eu apenas estou conversando com ela, tentando entender tudo o que aconteceu para ela ter feito o que fez.

- Johnny, ela está te usando para concluir uma vingança do passado, me escuta. Por favor.

- Malu, vai embora, você precisa esfriar a cabeça. Se você realmente tem alguma consideração por mim vai sair agora mesmo.

- Isso não vai ficar assim, eu não vou deixar você concluir isso. - Aponto meu dedo para Sthefanny. - Não vai mesmo. Eu sinto muito por você, Johnny.

Não sei se o Mike vai vir comigo, sei ele que esta dividido entre os dois melhores amigos.

Johnny mais do que ninguém precisa de um amigo agora. Ele é sensível, com o baque de reencontrar a "mãe" e com as coisas que eu falei; Johnny deve estar perdido.

Eu não posso acreditar que ela está usando o Johnny para concluir sua vingança. Porra, ele é filho dela, querendo ou não. Não é possível que exista pessoas tão cruéis assim, eu vejo nos olhos dela toda sua maldade. Quando ela dar sua cartada final não quero nem imaginar a situação do meu irmão, simplesmente não posso deixar que isso vá tão longe.

Apoio minhas mãos no capô do carro do Mike, sentindo o vento frio em meu rosto. Meus olhos se enchem de lágrimas mas eu me recuso a chorar agora, aqui. Ela está conseguindo virar o meu irmão, meu melhor amigo de sempre, contra mim, não consigo acreditar no quão grande é o seu poder de persuasão. Talvez seja pela maldito laço familiar que os une, as coisas só tendem a piorar.

Estava quase conseguindo controlar qualquer vontade de chorar, entretanto quando senti os braços do Mike me rodearem em um abraço cheio de carinho e apoio eu quase desabei.

Enterro meu rosto na curva do seu pescoço, ambos ficamos sem dizer nada; também não é necessário apenas esse apoio silencioso é o suficiente para saber que não estou sozinha nesse momento. Não sei se conseguiria lutar com essa mulher sozinha.

Se bem que não é uma batalha exatamente minha: é da minha mãe. De qualquer forma não importa, estarei nessa briga para proteger minha família de qualquer impacto que ela causar, se possível eu receberei todos os golpes dela para não afetar eles.

- Ela não vai conseguir, não vai. - Aperto a blusa do Mike.

- E não vai, fica tranquila. Vamos lutar juntos, ok? Você tem eu, tem a sua família e amigos. Ela não vai ser capaz de fazer nada contra minha família favorita.

- Obrigada.

- Por isso? Não é nada.

- Não, não só por isso. Por tudo, de verdade.

Ele acaricia meu rosto com o seu polegar, sinto vontade de beijá-lo mas não posso, não aqui. Me afasto antes que a tentação me vença.

- E agora, o que fazemos?

- Acho que você precisa voltar lá, meu irmão precisa do seu melhor amigo agora.

- E minha melhor amiga barra minha garota também.

- Bom, isso é verdade. Mas o John é mais sensível, eu aguento.

- Não vou te deixar aqui sozinha, eu preciso te levar para casa.

- E o John? Por mais aborrecida que eu esteja com ele, sei que não tem a menor culpa por isso estar acontecendo.

- Olha, eu prometo que mais tarde eu venho aqui o mais cedo possível conversar com ele. Ou até mesmo ligo, agora de qualquer forma ele está ocupado. Precisamos descansar, amanhã vai ser um dia longo.

- Você tem razão. - Abaixo minha cabeça, sinto quando seus lábios encostam na minha testa.

- Não se preocupa, lembra? Vamos resolver isso. Juntos.

Amor MalucoWhere stories live. Discover now