Ele nunca foi de se sentir completamente orgulhoso de algo que faz, por sempre achar que poderia fazer melhor (nenhum pouco perfeccionista, certo?), mas esse castelo ficou tão bonito que ele mostra para cada pessoa que entra na sala mágica. E, bem, os elogios que recebe, tanto pelo figurino impecável quanto pelo desenho perfeito, apenas alimenta seu ego.

— Nossa, já é oito e meia! — A caloura diz espantada, chamando sua atenção. — Eu preciso ir... vou ter prova de Introdução à Literatura agora.

— Oh! Com a professora Mina? — Perguntou o veterano, acompanhando-a até a porta. Ela assente, levemente nervosa pela avaliação. — Não se preocupe, ela é muito legal e uma ótima professora. Tenho certeza que se sairá bem!

— Obrigada, oppa. — A garota sorriu, curvando-se levemente em respeito. — Posso tirar uma foto com você? Realmente adorei seu figurino e... lufa-lufa é minha casa preferida de toda a história.

Jimin não respondeu verbalmente, apenas assentiu com um sorriso enorme no rosto. A garota pegou seu celular e abriu a câmera frontal, posicionando-se ao lado do mais velho, que rapidamente e delicadamente tirou o aparelho das mãos da dona e tirou a foto, deixando que seu sorriso largo aparece e seus olhos se fechassem minimamente.

Assim que devolveu o celular, entregou-a a famosa carta e despediu-se brevemente com um aceno. Virou-se para o lado oposto, caminhando entre os visitantes e colegas de classe até que estivesse ao lado da mesa de bebidas, observando a sala cheia de curiosos e fãs da saga. Novamente, sentiu-se orgulhoso por sua turma ter administrado o pouco tempo ao fazer um trabalho digno para Harry Potter.

J.K. Rowling, talvez se estivesse ali, estaria tão orgulhosa quanto ele.

Aproveitou o momento de observação para averiguar seus preciosos livros de colecionador, rezando para não ter nenhuma criança chata fazendo dobras nas páginas ou pessoas malucas ao pontos de levá-los ou sujá-los. Mas, assim que colocou os olhos na mesa repleta de livros e filmes, notou apenas uma pessoa, um garoto, em frente ao móvel.

Parou de respirar por um milésimo de segundo ao notá-lo entretido no livro em suas mãos, a versão ilustrada de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Analisou bem a figura, ainda distante do garoto, sentindo o coração disparar com a beleza estonteante do homem.

Talvez seja sua tara por caras tatuados ou o encanto nos olhinhos arregalados e o sorriso bonito no rosto enquanto deslizava os dedos pelas páginas, não sabia dizer; mas aquele homem prendeu sua atenção de uma maneira que não conseguia mais tirar os olhos dele.

Era simplesmente tão, mas tão, bonito. Desde as botas pretas até os cabelos negros e bagunçados... A calça jeans escura e apertada realçando as coxas e a traseira — não que ele tivesse olhado para aquela parte em específico —, a camisa tão negra quanto seus cabelos que deixavam-no com o peitoral ainda mais estufado, o rosto lisinho e branquinho. Tão lindo.

Os braços fortes cobertos de tatuagens, algumas preto e cinza e outras coloridas, deixava-o ainda mais bonito nos olhos do Park. E as tatuagens que pintavam seu pescoço fazia com que os pensamentos de Jimin voassem para longe, imaginando todos os possíveis desenhos presentes naquele corpo másculo, perguntando-se internamente se, por acaso, haveriam mais tatuagens escondidas debaixo das roupas.

Foi inevitável soltar um suspiro bobo ao analisá-lo de longe. Enquanto o garoto estava encantado pelo livro ilustrado (este que queria tanto comprar, mas não achava em lugar algum), Jimin encontrava-se encantado pela beleza divina deste.

O suspiro só se prolongou quando o garoto, talvez percebendo olhares nada discretos em sua direção, virou o rosto à procura de quem tanto lhe encarava. Assim que visualizou melhor o rostinho alheio, Jimin sentiu o coração disparar novamente, pois aquele cara era, com toda certeza do universo, o seu tipo ideal. Tatuagens pelo corpo todo e, como se isso não bastasse, piercings estrategicamente perfurados em sua pele de porcelana.

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