IMAGINES SUPERNATURAL

Lúcifer | Kidnaped

Acordo sentindo minha cabeça latejar e minha visão embaçada. Ouço vozes, mas não reconheço nenhuma. Chego a ouvir um "Ela está acordando", mas ignoro.

Tento me mexer, mas sinto meus braços presos. Sinto alguém segurar com força em meu queixo e me forçar a olha-lo. Pisco algumas vezes, fazendo minha visão voltar ao normal.

Um homem loiro, de olhos verdes, está em minha frente.

- Acordada. – Não tenho certeza se era uma afirmação ou uma pergunta.
- O que... O que está acontecendo?
- Querida, você não está em condições de fazer as perguntas aqui.

Sinto meu coração acelerar quando percebo a situação.

- Quem são vocês?
- Você é burra ou não está entendendo?

Olho em volta e vejo outro homem no quarto. Ele é mais alto que o loiro e tem cabelos escuros, maiores que o do loiro também, ele está sentando meio afastado, porém presta atenção em nós.

- Cadê Lúcifer?
- Não sei. – Digo cuspindo.
- Então você não sabe? Olha, acho que você não está sendo uma boa esposa...
- Sou namorada, não esposa. Acho que você não está fazendo bem o seu trabalho.

Ele levanta sua mão em direção ao meu rosto e eu fecho os olhos, me encolhendo na cadeira o máximo que as amarras permitem, mas o outro homem chama "Dean!" e o tapa não vem.

Tento me lembrar de onde já ouvi esse nome... Dean... Tenho certeza que já ouvi antes. Apesar de não me meter nessas histórias de fim do mundo e blábláblá, ás vezes a gente ouve coisas.

Não, não sou um demônio. Sou uma pessoa normal, que se apaixonou por Lúcifer.

Como num estalo, me lembro. Winchester. São dois caçadores. São irmãos. Dean e Sam.

- Se eu fosse você, eu abriria o bico logo, pois temos todo o tempo do mundo. – Dean fala baixo e ameaçadoramente.
- Mas você não é. – Sorrio.

Se eu falar que não estou com medo, seria mentira. Não estou acostumada com isso.

Quando Lúcifer me contou quem ele era, pensei que tinha me apaixonado por algum doido, fugido do hospício. Mas ele me mostrou seus poderes.

- Sorte a minha. – Ele dá um puxão em meus cabelos.

Podem me julgar, mas eu amo Lúcifer. Podem dizer que ele é a pior "pessoa" do mundo, mas comigo ele é tão cuidadoso, romântico...

Do que adiantaria ter uma pessoa que fosse amável com o mundo todo, mas não fosse comigo?

Ele se importava comigo. E era tudo que eu queria.

Dean puxa uma cadeira e senta-se bem na minha frente. Ele me olha de cima a baixo.

- Olha, até entendo o porquê de ele ter escolhido você. Mas sabe que ele está só te usando, né?

Eu ri.

- Sério? Você acha que dizendo isso, querendo que eu duvide do amor dele, vai me fazer contar tudo? Você é bem fraquinho, Winchester.

É visível uma pequena surpresa quando digo seu nome. Seu rosto se torna mais ameaçador e ele se aproxima, voltando a falar bem baixo.

- Lúcifer está com nosso amigo. E pode ter certeza que farei o que for preciso contigo para traze-lo de volta.

Sinto que cada palavra da sua ameaça é real, mas tento mostrar que ele não me atinge, apesar de estar apavorada por dentro.

Dean se levanta, vai até uma gaveta e pega algo, que vejo se uma faca quando ele se aproxima.

- Eu já disse que eu não sei!
- Nossa, [S/N], até parece que você está com medo!
- Por favor, eu não sei nem onde ele e nem onde seu amigo está!

Ignorando o que digo, ele faz um pequeno corte em minha bochecha. Sinto a carne se abrindo, o sangue escorrendo e a ardência que queima minha pele.

- Eu não me importo. Se ele está torturando Castiel, o que você acha que devíamos fazer com você?

As lágrimas começam a descer por meu rosto. Tenho certeza que Lúcifer já estava a minha procura, mas não tenho como ter certeza de quando ele vai me achar.

Ele puxa meus cabelos com força, me fazendo levantar a cabeça e olhar para ele.

- Sabe, eu só queria entender... – Sua voz é de desdém – O que te faz trair a humanidade e se juntar a Lúcifer?
- Por que? Você que é o bonzinho dessa história? Olha... não parece. – Me controlo para não chorar.

Ele larga meus cabelos de forma meio brusca e sem dizer mais nenhuma palavra, se afasta. Vejo ele jogar a faca em um canto do cômodo e se sentar próximo ao irmão.

Ambos sussurram algo que não consigo entender e ficam lá, sem se aproximar mais de mim.

Ouvimos um barulho estrondoso e a porta é praticamente arremessada de suas dobradiças. Lúcifer aparece segurando um homem muito machucado. Imagino que esse deva ser Castiel.

Castiel, apesar de estar de pé, é segurado por Lúcifer, que se o soltar, provavelmente cairia.

Dean e Sam se levantam rapidamente e vêm para o meu lado, mas antes que se coloquem muito próximos Lúcifer diz:

- Não se aproximem dela! – Ele segura uma faca no pescoço de Castiel.

Ambos param onde estão. Nunca vi Lúcifer dessa maneira. Suas palavras eram calmas, porém num tom que possui uma agressividade disfarçada. Bem, não tão disfarçada.

- O que vocês estão esperando para solta-la?
- Você que começou com isso, Lúcifer. Você que está com Castiel.
- [S/N] não tem nada a ver com isso, e vocês sabem.
- A partir do momento que ela está com você, ela tem tudo a ver.

Lúcifer ri.

- Sorte de vocês que ela está aqui, ou eu já teria explodido vocês três. Eu estou com pressa, soltem-na logo ou podem dar adeus ao seu amigo aqui.

Dean se aproxima de mim relutante e sinto o aperto das cordas em meus pulsos afrouxar. Ele segura forte em meu braço enquanto me levanta e me mantem firme ao seu lado.

Sua cara de ódio ao olhar o estado que seu amigo se encontra é nítido, e consigo sentir seu aperto se tornar mais pesado.

Após alguns "Solta você", "Solta você primeiro", "Não me irrite mais", sinto que sou solta – solta não, jogada.

Aposto que se Dean não tivesse largado a faca longe dele, isto teria durado algumas horas.

Abraço Lúcifer com força enquanto algumas lágrimas descem por meu rosto. Quando abro os olhos não estamos no mesmo lugar de antes.

Lúcifer deposita um beijo leve sobre minha bochecha machucada, sem me soltar de seus braços.

- Não se preocupe querida. Eles pagarão por isso.