Capitulo 1

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         Dizem que todas as pessoas têm uma história para contar, todas elas viveram algo tão intenso que, guardaram para sempre, como parte da própria história, entretanto, no geral, as pessoas não contam a história toda, a parte ruim da história é sempre mascarada com um sorriso bonito durante o dia, e lagrimas intensas a noite.

Toda pessoa é protagonista da própria história, mas algumas, se abstém desse protagonismo quando algo ruim acontece, pois, toda a graça da história se perde, talvez por dia, meses ou até mesmo, anos.
Amar. Amar alguém é raro nos dias de hoje, é como procurar alguém completo em uma multidão de pessoas vazias, eu, Laura Bonamorte, tive a honra de encontrar alguém assim, uma vez.

***

Três meses depois de fazer vinte anos, fui até a empresa de um dos meus tios de consideração, Heitor Vieira, para conversar com Ayla, filha dele com a Raquel, minha madrinha e tia de consideração.
Quando eu estava saindo do prédio, vi pela primeira vez, Pietro Moura, um homem encantador, tanto pela beleza quanto pelo caráter, Pietro era o garoto prodígio da empresa do Heitor, mesmo que já tivesse vinte e três anos, nos conhecemos oficialmente na festa da empresa.
Quinze dias depois, lá estava eu, dizendo sim para seu pedido de namoro. Pietro despertou meu lado bom, um lado que nem eu mesma tinha conhecimento, eu estava pronta para largar a vida de filha de comandante de morro para ir viver, uma vida calma, faria algum curso e me tornaria segurança profissional. Mas, a vida nem sempre é boa, e coisas ruins acontecem com pessoas boas, mesmo que elas não mereçam.
Três meses antes do nosso casamento, recebi uma ligação as três da manhã, era da polícia, pedindo que eu fosse para o hospital o mais rápido que pudesse, pois, meu noivo, havia sido assassinado.
Quando entrei no necrotério, vi o corpo de Pietro coberto com um lençol, mas, apesar da dor enorme de vê–lo morto, observei a marca em seu peito, um "V" precisamente desenhado. Eu sabia de onde vinha aquela marca, e saber disso, despertou o meu pior lado, o lado que matou três pessoas sem sentir remorso, claro que isso me custaria algumas coisas, entre elas, ter pesadelos com a morte de Pietro quase toda noite, o brilho no meu olhar, que antes todos viam, agora, nunca mais apareceu.

***

Dias atuais.

Acordo com o despertador tocando, me viro para o outro lado da cama e desligo o mesmo, abro os olhos e respiro fundo, logo em seguida jogo as cobertas que estão em cima de mim para o outro lado e levanto da cama, ando até o banheiro e tomo um banho rápido.

Depois do banho coloco uma calça legging preta e uma camiseta preta, amarro a mesma um pouco a cima da minha barriga deixando ela a mostra, desci as escadas e vi minha mãe servindo a sua caneca de café e sorrindo enquanto meu pai a abraçava por trás e beijava seu pescoço.

— Bonito hein, putaria logo cedo! – Falo atraindo a atenção dos dois.

— Cala a boca dona Laura! – Minha mãe responde.

— Não posso nem agarrar sua mãe em paz. – Meu pai fala revirando os olhos.

— Ninguém mandou fazer filha não senhor Diego! – Falo sentando na mesa e ele gargalha.

— Como não querer fazer uma princesa dessas! – Meu pai fala beijando minha testa.

— Bom dia meus amores! – Falo pegando o café e minha mãe sorri e beija a minha bochecha.

— Bom dia, vai para a boca com a gente? – Minha mãe pergunta e eu concordo com a boca cheia de café.

— Tenho que ir atrás do pessoal que está devendo! – Falo.

— O Marcelo vai com você! – Meu pai fala e minha mãe solta uma risada sapeca, fazendo meu pai a encarar questionando o motivo.

— Está sabendo de algo que eu não sei? – Meu pai pergunta e ela nega com a cabeça.

Diante Do Seu Olhar - Retirada Dia 03/06 - Onde as histórias ganham vida. Descobre agora