♧ 11 ♧

898 88 42
                                    

Boa tarde amores um pouquinho mais desses dois!!!

Débora nem pensou e avançou nela novamente, mas Frederico se colocou na frente tirando Cristina dali enquanto ela esbravejava e ouviu o que a cortou por dentro.

- Até você deveria fazer esse exame já que sua mãe carregou um amante por muitos anos! - Débora foi puxada por Severiano no mesmo momento enquanto Cristina era carregada por Frederico para longe dali...

O que aquela maldita rameira estava insinuando com aquelas palavras? A mãe era uma santa e mesmo com Frederico a segurando queria voltar e arrancar os olhos dela por ofender a memória de sua mãe. Não era possível que o pai vivesse com uma mulher que ofendia a memória de sua mulher, como era possível que ele permitisse tamanha afronta sabendo que ela iria revidar?

Sentia o peito rasgar com as palavras e Severiano levou Débora para longe dali a amaldiçoando por dizer aquilo. Quando chegaram perto do carrinho do bebê ele a olhou com puro ódio e a advertiu.

- Você sabe que isso terá consequências, não é mesmo? - a voz era baixa mais ela sabia o que viria ao chegar em casa.

- Eu só disse a verdade! - esbravejou. - Repeti as suas palavras! - encolheu os ombros assim que o viu levantar a mão.

- Pegue o bebê e vamos pra casa e não quero um piu porque hoje você vai aprender a não dizer bobagens! - saiu na frente cuspindo fogo porque ela iria ter o dela quando chegassem a casa e não haveria Cristo para salvá-la da surra que tomaria.

Do outro lado em frente à igreja, Cristina amaldiçoava aquela maldita mulher enquanto andava de um lado a outro sem que Frederico conseguisse pará-la. Estava tão nervosa que chorava enquanto ele a observava, nunca tinha ouvido se quer uma queixa da mãe dela, pelo contrário ela era sempre vítima de olhares maldosos por todos saberem o quanto Severiano era um canalha e a traia com qualquer rabo de saia a sua frente.

- Ela está mentindo! - ele afirmou para ela. - Sua mãe é uma santa! - puxou para seus braços a prendendo. - Não pense o que não é porque ela nunca traiu o seu pai!

Ela soluçou e deitou a cabeça em seu peito o agarrando em um abraço que foi totalmente correspondido por ele é ficaram ali parados por minutos até que o sino da igreja soou fazendo com que alguns pássaros voassem pelas badaladas e logo ouviram.

- Aeeeee Frederico até que em fim tomou vergonha nessa sua cara e foi domado por uma égua! - um de seus amigos de cachaça falou rindo enquanto caminhava para a bodega.

Frederico riu e mostrou dedo a ele, mas não a soltou continuou com ela ali em seus braços presa.

- Ela merece um troféu por segurar o mais raparigueiro da cidade!

Cristina olhou na direção do homem que fechou a cara no mesmo momento e entrou para a bodega, ela voltou seus olhos a Frederico e ele num gesto involuntário secou seu rosto carinhoso.

- Então quer dizer que você é o maior raparigueiro dessa cidade? - ele riu mais ainda. - Eu devo me preocupar?

Ele negou com a cabeça e foi a seu ouvido.

- Deve se preocupar apenas em gozar no meu bigode!

Cristina tremeu no mesmo momento passando seus braços por seu pescoço, não resistiu a voz dele e o beijou na boca com gosto esquecendo-se por um momento daquela maldita mulher e suas palavras. Frederico a deixou na pontinha dos pés enquanto puxava seu corpo para mais junto dele mostrando o quanto a queria embaixo dele.

O padre que vinha saindo da igreja coçou a garganta os fazendo se separar e o olhar ofegante.

- Vieram pedir a bênção para o relacionamento? - falou com as duas mãos presas a frente do corpo.

Cristina passou a mão no rosto limpando o restante de suas lágrimas e o olhou diretamente nos olhos.

- Podemos conversar um pouco padre? - ela pediu com a voz ainda tremula.

Ele assentiu e ela olhou para Frederico que apenas disse que ficaria ali a esperando, mas quando ela entrou, ele foi até a bodega e ao entrar foi exaltado por todos e gargalhou eram todos uns babacas por fazerem aquela festa e foi tomar sua cachaça.

Cristina sentou ao lado do padre e olhou as imagens no altar e respirou fundo a vida com o pai estava tão complicada que ela nem sabia por onde começar a falar, ou melhor, sabia sim e o olhou.

- Minha mãe tinha um amante? - ela o olhava cobrando a verdade era um padre e nunca mentiria para ela.

Ele suspirou sem tirar os olhos dos dela e disse:

- Você como filha não deveria proferir tais palavras. - segurou a mão dela. - Sua mãe era uma mulher santa que mesmo sabendo do que sabia estava lá ao lado de seu pai o amando e o respeitando como manda os votos do sagrado matrimônio. - Cristina deixou as lágrimas voltarem. - Desde que cheguei a essa cidade eu nunca vi mulher igual ela!

- Foi ele né? - falou suspirando querendo saber da morte.

- Minha filha, eu sou somente um padre nessa cidade e não um juiz! - apertou a mão dela. - Se você quer justiça a faça pelos meios certos e não de cabeça quente ou dando tiro por ai, assim você não irá conseguir a verdade e sim mais ódio, irá adoecer seu coração e não é disso que precisa porque você sabe amar!

Cristina apenas o ouvia enquanto deixava suas lágrimas rolarem por seu rosto, ele era um homem sábio e diria a ela o que precisava ouvir para abrir sua mente ao que viria dali em diante e que ela sabia que não seria nada fácil depois das duras palavras de Débora, mas Severiano com sua mão de ferro já tinha ensinado a sua esposa o que fazer com a língua quando ela não coubesse mais dentro da boca.

Ficaram ali conversando por longos minutos e até que suas lágrimas secassem, ela rezou e depois saiu dali encontrando com Frederico a sua espera enquanto fumava o seu cigarro. O abraçou pelo pescoço e disse com calma.

- Vamos fazer algo diferente? - ele jogou o cigarro longe soltando a última fumaça para cima e voltou seus olhos a ela.

- O que a princesa quer de diferente? - a segurou pela cintura.

- Eu quero que tenhamos um dia de casal! - falou com certeza e ele ficou ali a olhar em seus olhos sem saber o que responder...

EU NÃO SEI AMAR - AMFWhere stories live. Discover now