capítulo 1

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— Chegamos, Marina! — foi a primeira coisa que ouvi minha mãe dizendo já que nas 5 horas de viagem, vim dormindo.

— Essa é a casa então? — perguntei me fazendo de desentendida porque era óbvio que aquela era a casa que eu moraria por sei lá quanto tempo.

— Querida, saia do carro por favor, precisamos arrumar as coisas — meu pai me deu um leve empurrão me fazendo despertar dos pensamentos sobre a cidade.

Liguei meu 3G e respondi alguns dos meus amigos que estavam perguntando sobre a viagem. Só estranhei não ter nenhuma de Ellen. 

— Anda Marina, sai daí logo! Quer ficar de castigo no primeiro dia na cidade nova?

— Sua mãe está certa! — disse meu pai tirando o celular das minhas mãos e colocando em uma caixa qualquer.

Levantei e respirei bem fundo. Percebi que o dia iria ser longo...

Eu sei que o normal de uma mudança é arrumar as coisas na casa nova, mas naquele momento, tudo o que eu queria era descobrir o que o Rio de Janeiro poderia me mostrar.

Depois de algumas horas tirando coisas das caixa, resolvemos parar para comer. O motorista do caminhão da mudança nos recomendou um restaurante que era perto da nossa nova casa e fomos até lá. O ambiente era muito agradável e a música que tocava de fundo era uma que já tinha escutado uma vez:

"Good things will happen
Bad things will happen, too
Sometimes it's someone down the road
Sometimes it's somebody next to you

Enjoy it right now
Because you never know
When it's gonna end
Enjoy it right now
Because you never know
When it's gonna end"
(Good things, Rival Songs)

A música falava que coisas boas poderiam acontecer e ruins também, mas que o hoje eu deveria viver. Seria um sinal? Era meu primeiro dia e eu estava gostando... não queria que algo ruim acontecesse.

Parei de refletir na música quando o garçom chegou com meu prato que tinha bife acebolado e muitas batatas fritas.

Depois de muita força e organização, paramos um pouco e acordamos em deixar para arrumar no dia seguinte. Coloquei uma regata fresquinha e um shorts, desci as escadas e fiquei na sala conversando com meus amigos pelo meu celular. Recebi uma mensagem da Ellen dizendo que ela não poderia me ligar porque estava com problemas.

Achei estranho.. era a segunda vez que Ellen fazia isso. A primeira foi em São Paulo um dia antes da mudança. Ela avisou que iria passar para ajudar e minutos antes, mandou uma mensagem falando que estava com o namorado e não poderia me ver.

— A pizza chega daqui 10 minutos! — gritou minha mãe descendo as escadas e tentando fazer a dança que joga o corpo em uma direção e os braços para a outra.

— Tinha que ser minha mãe, né? — eu disse rindo e tentando pela milésima vez, ensinar ela a fazer aquela dança.

Depois da pizza, liguei para o Leo e ao ouvir aquela voz, abri um enorme sorriso:

— Oiiii Maaa! Eu já estou morrendo de saudade! Como está aí?

— Oiii Léo! Eu também já estou com saudades! Por enquanto estou gostando. Não tive tanta oportunidade de conhecer o Rio mas em breve terei. Leo, como a Ellen está? To achando ela um pouco estranha... — falei trocando de assunto.

— Olha Ma... desde que você foi embora ela tem andado mais quieta. Acho que é saudade.

— Pode ser... — respondi ainda pensativa.

Conversamos por mais 1 hora e como eu já estava com sono, me despedi:

— Leo, já estou sonolenta. Outro dia a gente se fala, tá? Amanhã quero convencer meu pai a irmos à praia neste sábado! Vi que vai dar um baita sol e não quero perder né.. aulas começam nesta segunda e quero estar em um bom estado. Beijo!

Desliguei o celular e fechei meus olhos imaginando como seriam meus primeiros dias no Rio de Janeiro...

Resistência (Em Atualização)Where stories live. Discover now