Ficaram deitados por um bom tempo, em silêncio olhando para o teto. As respirações ofegantes e nos rostos um sorriso.
-- Foi realmente sua primeira vez? – Indagou Nicolas.
-- Sim.
O sorriso no rosto dele se alargou e Micaela o encarou desconfiada.
-- O que foi? – Perguntou ela.
-- Eu fico feliz de que tenha sido comigo. – Respondeu ele a encarando de volta – E vai ser para o resto da vida.
Ela riu, mas não teve tempo de responder, pois uma batida soou na porta.
-- Nicolas? – Chamou Susana – Estamos te esperando para o café, meu filho.
Micaela se sobressaltou, mas Nicolas a puxou de volta para a cama, enquanto Susana continuava chamando.
-- Pode pelo menos responder, Nicolas?
-- Precisamos sair. – Cochichou Micaela.
-- Não. – Respondeu Nicolas – Fique quieta, ela vai achar que não há ninguém e vai embora.
-- Nicolas, não adianta ficar quieto, se não houvesse ninguém a porta não estaria trancada. Ande logo, filho. Não vamos começar a comer sem você.
-- Que droga!
-- Nicolas, acho melhor não deixarmos sua mãe esperando. – Disse Micaela mais uma vez.
-- Não! Continue quieta. Vamos fingir que eu estou dormindo.
Como se ouvisse os pensamentos do filho, Susana argumentou novamente:
-- Eu sei que você não está dormindo, este não é seu quarto. Sei muito bem o que está fazendo aí. Micaela, pode, por favor, pedir para Nicolas descer? Estamos esperando vocês!
Micaela riu alto e respondeu:
-- Já estamos indo, Dona Susana!
-- Obrigada, querida!
Se dando por satisfeita, Susana foi embora, deixando seus passos ecoando no corredor.
-- Por que você respondeu? – Perguntou Nicolas inconformado.
-- Não ia adiantar esconder nada. Ela já sabe de tudo.
-- Agora temos que descer.
Ele se levantou e começou a colocar as roupas. Mais uma vez Micaela observou aquela enorme cicatriz nas costas, mas dessa vez não ia deixar passar. Ele já fizera mistério demais sobre aquilo.
-- Vai me contar como conseguiu isso? – Perguntou.
-- Isso o quê?
-- A cicatriz.
-- Ah, não! Você não iria querer saber.
-- Não perguntaria se não quisesse.
Ele suspirou e se sentou na cama novamente, enquanto ela se levantava e colocava as roupas.
-- Foi há um tempo atrás. Eu era muito novo.
-- Diz isso como se fosse muito velho agora. – Debochou ela.
-- Tem toda razão. – Respondeu ele rindo – Bom, na época eu tinha dezenove anos.... E tinha uma garota na faculdade. Eu gostei dela, não era apaixonado, mas.... Ela me chamou atenção.
-- Ela era bonita?
-- Muito! Os cabelos eram castanhos e caíam ondulados nos ombros. E os olhos eram de um azul intenso...
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Outra vez e de novo. #1 (VERSÃO REVISADA DISPONÍVEL NA AMAZON)
Romance"Às vezes só descobrimos que amamos alguém quando já é tarde demais." Nicolas e Micaela foram prometidos um ao outro como forma de aliança política. No entanto, fatalidades levaram Micaela a tomar atitudes precipitadas e Nicolas a crer que perdera s...