Capítulo 34

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Ficaram deitados por um bom tempo, em silêncio olhando para o teto. As respirações ofegantes e nos rostos um sorriso.

-- Foi realmente sua primeira vez? – Indagou Nicolas.

-- Sim.

O sorriso no rosto dele se alargou e Micaela o encarou desconfiada.

-- O que foi? – Perguntou ela.

-- Eu fico feliz de que tenha sido comigo. – Respondeu ele a encarando de volta – E vai ser para o resto da vida.

Ela riu, mas não teve tempo de responder, pois uma batida soou na porta.

-- Nicolas? – Chamou Susana – Estamos te esperando para o café, meu filho.

Micaela se sobressaltou, mas Nicolas a puxou de volta para a cama, enquanto Susana continuava chamando.

-- Pode pelo menos responder, Nicolas?

-- Precisamos sair. – Cochichou Micaela.

-- Não. – Respondeu Nicolas – Fique quieta, ela vai achar que não há ninguém e vai embora.

-- Nicolas, não adianta ficar quieto, se não houvesse ninguém a porta não estaria trancada. Ande logo, filho. Não vamos começar a comer sem você.

-- Que droga!

-- Nicolas, acho melhor não deixarmos sua mãe esperando. – Disse Micaela mais uma vez.

-- Não! Continue quieta. Vamos fingir que eu estou dormindo.

Como se ouvisse os pensamentos do filho, Susana argumentou novamente:

-- Eu sei que você não está dormindo, este não é seu quarto. Sei muito bem o que está fazendo aí. Micaela, pode, por favor, pedir para Nicolas descer? Estamos esperando vocês!

Micaela riu alto e respondeu:

-- Já estamos indo, Dona Susana!

-- Obrigada, querida!

Se dando por satisfeita, Susana foi embora, deixando seus passos ecoando no corredor.

-- Por que você respondeu? – Perguntou Nicolas inconformado.

-- Não ia adiantar esconder nada. Ela já sabe de tudo.

-- Agora temos que descer.

Ele se levantou e começou a colocar as roupas. Mais uma vez Micaela observou aquela enorme cicatriz nas costas, mas dessa vez não ia deixar passar. Ele já fizera mistério demais sobre aquilo.

-- Vai me contar como conseguiu isso? – Perguntou.

-- Isso o quê?

-- A cicatriz.

-- Ah, não! Você não iria querer saber.

-- Não perguntaria se não quisesse.

Ele suspirou e se sentou na cama novamente, enquanto ela se levantava e colocava as roupas.

-- Foi há um tempo atrás. Eu era muito novo.

-- Diz isso como se fosse muito velho agora. – Debochou ela.

-- Tem toda razão. – Respondeu ele rindo – Bom, na época eu tinha dezenove anos.... E tinha uma garota na faculdade. Eu gostei dela, não era apaixonado, mas.... Ela me chamou atenção.

-- Ela era bonita?

-- Muito! Os cabelos eram castanhos e caíam ondulados nos ombros. E os olhos eram de um azul intenso...

Outra vez e de novo. #1 (VERSÃO REVISADA DISPONÍVEL NA AMAZON)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora