- capítulo 38

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G u s t a v o

Aquele exame que a Letícia tinha feito, afetou tanto a ela quanto a mim, mesmo ela negando isso.

A expectativa do resultado ser positivo era grande, mas o medo de ser negativo era maior ainda.

Depois de abrir aquele envelope, nós respiramos fundo e ficamos em silêncio por alguns minutos, Letícia estava com a cabeça em meu peito, pude sentir algumas lágrimas vazias descerem pela minha bochecha, e a Letícia estava em um total silêncio.

- Gustavo: - amor?

- Letícia: - é.. eu ja fiz o meu pedido, o que você vai querer? - ela sentou direito e olhou para fora.

- Gustavo: - ou. - peguei em seu queixo e fiz ela me olhar. - você está bem?

- Letícia: - aham, só estou com fome. - ela sorriu fraco.

- Gustavo: - tem certeza?

- Letícia: - tenho Gustavo, eu estou bem. - ela riu. - agora faz o seu pedido.

Ela permaneceu quieta, preferi não me meter, ela olhava lá pra fora e viajava sozinha em sua própria mente.

Eu estava frustrado, queria muito poder receber essa notícia que espera a anos, mas não foi dessa vez que ela chegou. Infelizmente.

- Desconhecido: - aqui está. - o garçom chegou com o pedido dela.

- Gustavo: - obrigado, eu quero o mesmo que ela, por favor.  - ele assentiu e saiu.

- Letícia: - quer um pouquinho? - ela me ofereceu sorrindo.

- Gustavo: - pode comer. - sorri.

Essa mulher era completamente inusitada, era impossível saber qual seria seu próximo passo.

Eu juro que eu pensei que ela ficaria muito chateada, mas ela está rindo, quer dizer que ela está bem não é?

Pelo menos era o que eu pensava, quando chegamos em casa eu me joguei no sofá e vi ela subir.

- Gustavo: - vai deitar?

- Letícia: - não, vou só tomar um banho, já volto. - assenti e a olhei  terminar de subir as escadas.

O caminho até aqui foi totalmente silencioso, nem o rádio ela tinha ligado e quando chegou continuou assim, um silêncio perturbador.

Depois de um certo tempo, ela não tinha descido ainda, resolvi subir para ver se estava tudo bem. Assim que entrei no quarto ouvi o barulho do chuveiro, encostei meu ouvido perto da porta e pude ouvir seus soluços.

E foi nesse dia que meu coração doeu, nem todo sorriso que ela dava na minha frente, significava que ela estava realmente bem. Um sorriso pode esconder muitas coisas, principalmente uma pessoa destruída por dentro.

×

L e t í c i a

Assim que entrei no banheiro, meu corpo relaxou, entrei no box e deixei a água quente levar tudo, tudo que ainda me mantinha quieta. Respirei fundo e parei de conter minhas lágrimas.

Posso dizer que foi fácil chorar, depois de abrir aquele envelope meu cérebro disse que eu não iria sofrer como antes, mas ele mentiu pra mim, eu sofri como antes, era como se eu tivesse perdido mais um filho, mesmo não estando grávida.

O choro me dominou por completo, eu soluçava tanto que as vezes eu não conseguia nem respirar.

A possibilidade que passou pela minha cabeça de eu estar carregando um bebê novamente mexeu comigo, me deixou feliz, mas eu fui engana, por mim mesma.

| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte IIIOù les histoires vivent. Découvrez maintenant