| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte III

- capitulo 10

G u s t a v o

Os convidados já estavam quase todos presentes e nada dela aparecer, eu já estou prestes a pirar.

- Gustavo: - cadê ela, ela não vem mais né,  ela me deixou no altar esperando. - disse assim que meu cunhado entrou pela porta do banheiro.

- Lucas: - calma, estamos tentando falar com ela. - ele me olhou confuso. - relaxa ai, ta parecendo que vai morrer.

- Gustavo: - calma, você está mesmo me pedindo calma, sério Lucas? - passei a mão pelos cabelos e respirei fundo.

- Lucas: - ela deve ter se atrasado, sabe como a Letícia é, senta e respira.

O que eu mais estou fazendo é respirar, acho que daqui a pouco vou roubar o ar de todo o mundo. 

- Gustavo: - ela nunca se atrasa, principalmente pro casamento dela.

- Lucas: - é um casamento cara, elas sempre se atrasam. - ele colocou o braço sobre meus ombros.

- Gustavo: - você tem razão né. - eu respirei  fundo e fechei os olhos. - eu preciso de um gole de whisky. - falei saindo da igreja.

- Lucas: - você ta na igreja, ta doido? 

- Gustavo: - ai minha caralha em. - tampei minha boca. - eita porra. - meu cunhado riu e eu tampei minha boca novamente.

- Lucas: - melhor calar a boca. - concordei ainda com a mão na boca. - vamos tomar uma água com açúcar, vem.

Fomos para a cozinha da igreja e ele preparou uma água com açúcar pra mim, bebi tudo de uma vez só e pedi outro.

É, se minha futura esposa não chegar logo eu vou ficar diabético.

- Lucas: - tá melhor? - ele perguntou depois do terceiro copo.

- Gustavo: - obrigado, estou um pouco mais calmo. - passei a mão na testa e respirei.

- Lucas: - se não estivesse também. - ele disse rindo.

- Gustavo: - você acha que.. - ele me interrompeu.

- Lucas: - GUSTAVO? - ele gritou. - cara, você acha que ela é maluca de deixar você?

- Gustavo: - não, mas eu tô com medo.

- Lucas: - eu sei que está, eu já passei por isso. - ele sorriu. - mas sabe, esse medo todo vai sumir no momento exato em que você a vir entrando na igreja.

- Gustavo: - ela deve estar linda. - sorri igual bobo.

- Lucas: - confia em mim, ela está incrível.

Mesmo não a vendo, eu sabia disso, eu fica maravilhosa até com um saco de batata enrolado no corpo.

L e t í c i a 

Eu sempre penso que tudo que acontece na vida tem um propósito, mas justo hoje?

Aqui estou eu, na beira da estrada, ela estava deserta pra ser mais sincera. Eu, o motorista,  dois pneus totalmente destruídos e um celular sem bateria.

Ah, e atrasada pro meu próprio casamento. Atrasada tipo uns 45 minutos.

Sinceramente, não consigo ver um propósito nisso tudo.

- Letícia: - não acredito que isso tá acontecendo comigo. - disse bufando e olhando em volta.

- Motorista: - senhorita, eu vou até um posto aqui perto. - assenti.

- Letícia: - tudo bem, eu vou esperar aqui. - ele me entregou as chaves e eu tranquei o carro.

Liguei o ar condicionado, deitei o banco e fiquei olhando o céu pelo vidro até sentir meus olhos se fecharem lentamente.

×××

Sabe quando você sente que está começando a acordar, só que não acordou totalmente?

Senti que alguém estava me carregando, o vento frio estava batendo em meu corpo, abri meus olhos devagar.

- Letícia: - onde eu estou? - disse baixo.

- Desconhecido: - parece que a princesa acordou pessoal.

Não estava enxergando direito, minha vista estava um pouco embaçada, até meu corpo se chocar contra o chão e a dor me dominar.

- Letícia: - ain. - gemi de dor. - quem são vocês? - pude ouvir risadas. - o que vocês querem?

- Desconhecido: - você princesa, a gente quer você.

Minha vista melhorou um pouco e pude ver os quatro homens em pé, bem na minha frente, todos eles tinham caras de vagabundo.

- Letícia: - é dinheiro, eu tenho dinheiro.

- Desconhecido: - nós já falamos princesa. - eles riram. - nós queremos você. - eu engoli em seco e fechei os olhos.

Eles saíram e me deixaram a sós comigo mesma, as lágrimas desceram sem eu nem perceber.

Meu estômago estava implorando por comida, mas não havia ninguém ali pra me ajudar. Encolhi minhas pernas e as abracei, eu estava completamente sozinha.

- Desconhecido: - amor? - pude ouvir alguém dizer.

Eu estou sonhando acordada ou eu estava mesmo ouvindo uma voz?

- Desconhecido: - psiu, amor. - eu ouvi novamente.

- Letícia: - Gustavo, cadê você? - olhei em volta e estava tudo meio escuro.

- Gustavo: - aqui em cima. - olhei pra cima e fevhei um pouco os olhos.

Era ele mesmo, ele estava logo a cima de mim, em um buraco no teto.

- Letícia: - você me achou. - sorri.

- Gustavo: - claro que achei, eu sempre vou te achar. - ele deu aquele sorriso maravilhoso, me jogando uma corda em seguida. - amarra em você, eu vou te puxar.

E assim eu fiz, amarrei a corda na minha cintura e ele foi me puxou pra cima.

Assim que cheguei lá em cima fui recebida com um abraço reconfortante e bem apertado.

- Gustavo: - relaxa, eu tô aqui. - ele sussurrou no meu ouvido.

- Letícia: - eu te amo tanto. - o apertei no abraço.

E como um piscar de olhos eu estava sozinha novamente, o lugar ficou todo branco e eu só conseguia ouvir uma voz no fundo, ficando cada vez mais alta.

- Letícia: - AHHHHH, não me toca. - abri os olhos rápido.

- Carlos: - senhorita, calma eu só estou tentando acorda- lá. - foi aí que meu cérebro funcionou. - a senhorita está bem?

- Letícia: - sim, só tive um, pesadelo. - disse com a respiração ofegante. - conseguiu alguma ajuda?

- Carlos: - consegui, já troquei os pneus, podemos ir quando a senhorita quiser.

Obrigada Deus, te devo uma.

- Letícia: - então vamos, não aguento mais ficar aqui.

O motorista entrou, fez tudo o que tinha que fazer e começou a andar.

Retoquei minha maquiagem no caminho, arrumei o vestido e respirei, talvez até mais do que divia.

Não demorou muito e a imagem da igreja já apareceu no meu campo de visão.

- Letícia: - até que em fim. - respirei e sorri. - chegou a hora.

×××

Eu estou nervosa junto com ela.

Beijos!! 💙