Era a mesma música que Micaela havia lhe falado no restaurante. Ela nem mesmo lembrava que ele tocava piano. Tentava conter as lágrimas que se acumulavam nos seus olhos, mas falhou e elas começaram a rolar pelo rosto se misturando com o sorriso em seus lábios, enquanto ele chegava ao refrão da música e ao invés de olhar para as teclas do piano, olhava diretamente para ela, sem para de tocar e cantar, como se aquelas palavras saíssem do fundo da sua alma.

"Então, jamais pense que preciso de mais
Já tenho a única por quem viver
Ninguém mais tem
Estou te dizendo

Apenas deixe seu coração em minhas mãos
Prometo que não vai quebrar
Nunca esqueceremos esse momento
Ficará sempre novo
Porque te amarei
Outra e outra vez, de novo"

Ela queria saltar sobre ele, abraça-lo, beija-lo.... No entanto apenas o escutou com atenção, esperando ansiosamente que ele chegasse a sua parte favorita na música:

"Vou ser tudo que precisa
Até o dia em que eu morrer
Te amarei
Outra e outra vez, de novo..."

Quando ele terminou de tocar Micaela ainda estava imóvel e sem saber o que falar. Nicolas então se levantou e caminhou em direção a ela até estar tão próximo que podia sentir sua respiração. A encarou com intensidade e então disse:

-- Micaela, eu sei que começamos da maneira mais errada possível. Que brigamos muito até chegarmos até aqui. E.... E-eu queria que.... Que fo-fosse de u-uma forma diferente.

-- Eu amei. - Ela sussurrou.

-- S-sei que há cinco anos n-não teve nem mesmo a.... A opção de r-responder. N-não pode nem mesmo d-decidir seu destino. Q-quero q-que tenha essa oportunidade ago-agora. Quero f-fazer do jeito certo.

-- Nicolas....

Ele se abaixou e ficou sobre um joelho, de dentro do paletó tirou uma caixinha de camurça preta. Abriu a caixa e revelou um anel simples de aro de ouro e um pequeno diamante, com outros menores ainda cravejados ao seu lado.

 Abriu a caixa e revelou um anel simples de aro de ouro e um pequeno diamante, com outros menores ainda cravejados ao seu lado

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Tomando fôlego perguntou:

-- Micaela Belmok, a-aceita se casar comigo?

Micaela ainda deixava escorrer as lágrimas e estava com um sorriso bobo no rosto, não conseguia pensar em nada naquela hora, só depois percebeu que Nicolas esperava a resposta e mais do que rapidamente ela disse:

-- Eu aceito!

Ele respirou aliviado e retirou o anel da caixa, encaixando-o no dedo anelar esquerdo de Micaela. Se levantou e encostou os lábios no dela se demorando por alguns instantes. Depois disse, agradecido por não gaguejar:

-- Acho que já deixei claro, mas faço questão de reforçar.... Eu a amo. E jamais vou amar outra nessa vida, não preciso de outra nessa vida. E mesmo que um dia esteja distante isso nunca vai mudar. Eu não posso e não quero lutar contra o que sinto. Quero apenas aproveitar esse e outros momentos que virão com você. Nada vai mudar isso. É você, sempre foi e sempre será você. Outra vez e de novo!

-- Eu te amo. - Respondeu ela o abraçando forte.

Foram para o hotel onde Nicolas estava instalado e enquanto subiam no elevador juntamente com uma senhora e seu cachorro, eles trocavam olhares significativos.

Pareceu uma eternidade até chegaram ao andar certo. Ao saírem do elevador, se comportaram como um casal normal, no entanto quando a porta se fechou Nicolas atacou Micaela e começou a beija-la ali mesmo no corredor. Sem se desgrudar entraram no quarto e ele fechou a porta apenas com um chute, tirouseu paletó a camiseta de Micaela e os atirou longe. Enquanto isso ela trabalhava nos botões do colete que também foi arremessado longe, e da camisa que acabou em cima da cama. Nicolas e deitou com delicadeza e percorreu a pele sensível do pescoço de Micaela com a boca. Vez ou outra ele buscava seu lábio enquanto apertava a carne macia da coxa.

Quando Nicolas se preparava para tirar o sutiã a porta se abriu de supetão e Marcos entrou.

-- Senhor, tem uma....

O mordomo estacou no meio do quarto enquanto Micaela se levantava rapidamente e Nicolas se posicionava a sua frente para tampa-la e lhe oferecia sua camisa.

-- Você não sabe bater, Marcos? - Esbravejou Nicolas.

-- Me desculpe, senhor. Não sabia que estariam.... - Ele pigarreou - Em um momento íntimo.

-- Pois se a porta estava fechada era porque eu queria privacidade.

-- Tudo bem! - Interveio Micaela vestindo a camisa - Eu já estava de saída.

-- O quê? - Perguntou Nicolas indignado.

-- Preciso ir. Tenho que arrumar algumas coisas.

-- Mas....

-- Me desculpe.

-- Eu vou dar privacidade para a senhorita se trocar. - Disse Marcos já quase na porta - Ah, senhor, antes que me esqueça, tem uma ligação esperando.

-- Já vou atender.

Marcos fechou a porta e Micaela saiu em busca da camiseta passando-a rapidamente pela cabeça.

-- Tem mesmo que ir?

-- Tenho, Nicolas. Tinha até me esquecido. Tem alguns trabalhos da faculdade para fazer.

-- Mas.... Cinco minutos apenas.

Ela riu e respondeu lhe dando um beijo rápido.

-- Vamos ter a vida inteira para isso.

Ele até tentou segura-la, mas ela se desvencilhou facilmente e partiu. Nicolas esfregou a mão no rosto e bufou de raiva. Por que as pessoas resolvem ligar justo em um momento tão inoportuno?

Outra vez e de novo. #1 (VERSÃO REVISADA DISPONÍVEL NA AMAZON)Where stories live. Discover now